CINING
Divulgação/Paris Filmes
Jamie Dornan e Emily Blunt em Além das Montanhas; filme já está disponível para compra no Cining
Uma das indústrias mais afetadas pela pandemia de Covid-19, o cinema ganha uma solução "caseira" com o lançamento do Cining, serviço que serve como uma extensão das salas físicas para o mundo digital e que começa a ser usado no Brasil nesta quinta-feira (16).
Na prática, apesar de digital, o Cining funcionará de maneira diferente dos serviços de streaming. Em seu catálogo, estarão inclusos títulos que não tiveram a oportunidade de ir para as salas físicas de cinema. Será uma forma de o público poder prestigiar uma produção em vez de esperar meses pela estreia em plataformas on demand.
Além de filmes inéditos, o Cining também abrigará títulos que não puderam ficar muito tempo no cinema físico. Se a produção teve poucos dias de exibição, ela ficará disponível durante mais algumas semanas dentro da sala digital.
Idealizado por Carlos Hansen, presidente e CEO da distribuidora de cinema chilena BF Distribution, o Cining desembarca no Brasil por meio do envolvimento da Paris Filmes, uma das maiores distribuidoras nacionais. Com as salas de cinema locais com capacidade limitada ou sem funcionamento, o serviço surge como um escapismo em tempos de crise sanitária.
Marcio Fraccaroli, CEO da Paris Filmes, explica que o Cining chega como um modelo de negócio capaz de resolver dificuldades para distribuidores, exibidores e consumidores do Brasil.
"Pensamos no Cining como uma possibilidade. Ele não é uma plataforma clássica de streaming, como a Netflix. Somos uma extensão da sala de cinema, somos uma sala de cinema digital, em que o público pode continuar consumindo filmes sem espaço em sala física ou que, por algum motivo, saíram dos cinemas e poderão continuar a serem acessados", disse Fraccaroli em entrevista exclusiva ao Notícias da TV.
Nossa intenção é continuar mantendo um bom relacionamento com o exibidor, porque estamos em uma janela de sala de cinema. Olhando para isso, vimos uma oportunidade de todo mundo se favorecer, principalmente o consumidor, que poderá acompanhar títulos por mais tempo ou que não poderia assistir.
Para Fraccaroli, o Cining tem potencial para explorar e divulgar a cinematografia nacional, assim como aconteceu no Chile e na Argentina. À reportagem, ele afirma que os números do serviço conquistados nesses países foram muito bons porque tiveram a oportunidade de aproveitar filmes locais que não puderam estrear anteriormente por conta da pandemia.
Com o bom resultado nos países vizinhos, o CEO enxerga no Brasil um potencial ainda maior para explorar as facilidades trazidas pelo Cining.
"A diferença do Brasil para esses dois países é que somos muito grandes, com um mercado muito amplo. A Cinemark, por exemplo, que tem espaço no Brasil todo, vai se favorecer com um mercado gigantesco, mesmo com Estados com opções [de salas físicas] limitadas. Nesse mundo real de hoje, todos querem chamar a atenção do público de alguma forma", acrescentou.
Apesar de ver muito potencial na solução, Fraccaroli pontuou que o Cining não chega para substituir as salas físicas. Para ele, o serviço serve como um "coletador de conteúdo" para aumentar a oferta, sem que isso atrapalhe a experiência do consumidor de ir ao cinema.
Temos muita coisa para aprender, mas acredito que temos aqui um potencial enorme. Sempre lembrando que isso é um cinema. Sempre vamos pensar em manter o espaço físico das salas, isso é uma extensão. Era importante para nós da Paris Filmes manter a relação que temos com o exibidor. Com o Cining, eles terão uma sala física e uma digital. É uma experiência nova para eles também, que estão começando com a gente. Por esse momento de pandemia, acho que vale a tentativa. Estamos abertos para passar por essa experiência e ajustar coisas aqui e ali para que dê certo.
DIVULGAÇÃO/PARIS FILMES
Marcio Fraccaroli, CEO da Paris Filmes
O acesso ao Cining funciona por meio de ingressos adquiridos diretamente no site dos exibidores parceiros ou de vendas de tickets, e é feito digitalmente por meio de um código de acesso que assegura até três reproduções em um período de 72 horas. Atualmente, empresas como Kinoplex e Ingresso.com, entre outros, já adotaram a parceria, e o Cinemark se juntará em breve à iniciativa.
Os lançamentos exclusivos são oferecidos por R$ 24,90, enquanto os filmes que entram na sala de cinema online depois de passarem pelas telonas custarão R$ 9,90.
Nesta primeira semana, o Cining tem disponível os títulos Além das Montanhas, estrelado por Emily Blunt, Jamie Dorner e Jon Hamm e inédito no Brasil, e A Viúva das Sombras, que saiu de cartaz nas salas físicas e poderá ser encontrada agora nas digitais.
O serviço está disponível na web e por aplicativo nos consoles Apple TV, Fire Stick, Roku e Chromecast.
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