Química de Ryan Reynolds e Samuel L. Jackson salva absurdo de Dupla Explosiva 2

Dupla Explosiva 2: E a Primeira-Dama do Crime (2021) é um filme despretensioso que estreia nesta quinta-feira (29). Sequência do sucesso de 2017, o longa que mistura ação com comédia se apoia no carisma dos protagonistas Ryan Reynolds e Samuel L. Jackson para ultrapassar os absurdos de seu roteiro e rir de si mesmo, na tentativa de causar gargalhadas no público.

Se gargalhada é um exagero, um sorriso de canto da boca pode ser aceitável. São inúmeras as situações incompreensíveis vistas na continuação, que parece ter sido uma diversão ainda maior para o seu elenco. Claro que as cifras envolvidas são sempre mais atraentes para os astros, mas é nítido como Reynolds, Jackson e Salma Hayek, que ganha mais espaço na continuação, estavam aproveitando o tempo no set.

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Em Dupla Explosiva 2, Michael Bryce (Ryan Reynolds) está deprimido desde que sua licença de guarda-costas foi suspensa devido ao assassino Darius Kincaid (Samuel L. Jackson), que matou o último cliente de Bryce como guarda-costas no filme original. Desanimado, ele vai de férias para a Itália para acertar sua mente, mas logo é puxado de volta à ação por Sonia Kincaid (Salma Hayek), que precisa da ajuda de Bryce para resgatar Darius.

A partir daí, o longa é uma viagem recheada de absurdos. Após resgatarem Darius --que havia exigido que Sonia buscasse a ajuda de qualquer um, menos de Bryce--, os três são interceptados pelo agente da Interpol Bobby O’Neill (Frank Grillo). Para não serem presos, eles precisam colaborar na busca e captura de Aristotle Papadopolous (Antonio Banderas), um magnata grego que deseja destruir a Europa para tornar a Grécia um polo de poder.

A caçada por Papadopolous é apenas uma justificativa para colocar Bryce, Darius e Sonia em tiroteios e perseguições de carro por todo o Velho Continente. Não há um esforço do longa para ser levado a sério, e esse parece nunca ter sido o objetivo. Se Ryan Reynolds pode ser atropelado mais de uma vez por um carro e sair ileso, qual o problema?

DIVULGAÇÃO/PARIS FILMES

Samuel L. Jackson, Salma e Banderas

Dupla Explosiva 2 se sustenta quase que inteiramente no carisma de seu elenco. Desde o vilão com sotaque batido de Banderas aos inúmeros palavrões despejados por Jackson, qualquer característica dos personagens parece ter sido escolhida às pressas, uma ideia que surgiu durante os ensaios dos atores. Até mesmo Morgan Freeman se entrega aos delírios do roteiro.

Em bate-papo com a imprensa para divulgar o filme, o diretor Patrick Hughes definiu bem qual era o clima nos bastidores. "Foi incrível. Eu me sentia como um professor do jardim de infância tentando controlar as crianças descontroladas dentro da sala", descreveu o cineasta.

Se o primeiro filme conseguiu manter um equilíbrio entre ação e comédia, o segundo aparenta ser mais um besteirol com algumas cenas de carros e tiros espalhadas durante seus quase 180 minutos. Sua missão é fazer o público rir, não importam os meios.

Pensado como entretenimento, o longa cumpre o seu objetivo. Assim como o filme original, Dupla Explosiva 2 pode ser esquecido após alguns dias e ser apenas lembrado com o anúncio de uma possível terceira continuação. Com a febre de franquias que assola Hollywood, essa é uma opção quase impossível de ser descartada.

Assista ao trailer legendado de Dupla Explosiva 2: