Hotel Transilvânia 4: Sem Adam Sandler, filme sofre para dar final digno à franquia

Filme que encerra a franquia de animação, Hotel Transilvânia: Transformonstrão, o quarto da saga de monstros, estreou no catálogo do Prime Video na sexta (14) após sofrer com os adiamentos causados pela pandemia de Covid-19. Sem Adam Sandler como a voz do protagonista, o longa sofre para dar final digno à história de Drácula e seus amigos.

A jornada de Hotel Transilvânia: Transformonstrão foi difícil desde o início de sua pré-produção. Dublador oficial de Drácula, Adam Sandler abandonou o papel e desfalcou o elenco de voz formado por astros. Para o seu lugar foi escalado o youtuber norte-americano Brian Hull, especialista em imitações.

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Sem o seu principal nome, o quarto longa da saga passou a sofrer com a crise sanitária mundial. Antes previsto para estrear nos cinemas em 22 de dezembro de 2020, a animação foi adiada várias vezes pela Sony Pictures.

Com uma nova data marcada para julho de 2021, a jornada de Transformonstrão sofreu uma reviravolta: com medo das fracas bilheterias do início do ano, a Sony decidiu vender os direitos de distribuição do filme para o Prime Video. Deste modo, o lançamento ficou exclusivo para o streaming.

DIVULGAÇÃO/PRIME VIDEO

Drácula e a versão monstro de Johnny

A iniciativa de abrir mão do lançamento de Hotel Transilvânia 4 nos cinemas indica que a Sony não estava confiante no produto que tinha em mãos. Sem Adam Sandler e renegado a estrear sem alarde no Prime Video, o último filme da franquia parece ter sido destinado ao fracasso desde a sua concepção.

Este suposto receio da Sony com o resultado de Hotel Transilvânia 4 é confirmado com a estreia do longa no streaming. Mesmo com o restante do elenco retornando e um bom trabalho de voz feito pelo novo Drácula, o filme fica muito aquém se comparado aos seus antecessores.

Na trama, o vampirão decide se aposentar do cargo de chefe do hotel Transilvânia e se prepara para passar a responsabilidade para a filha Mavis (Selena Gomez). O problema é que ele não confia no genro Johnny (Andy Samberg), um humano normal, para dividir a missão com a sua herdeira.

Para evitar que Johnny fique encarregado do hotel, Drácula mente sobre a existência de uma cláusula no contrato que impede que humanos assumam a gerência do local. Desta maneira, o jovem seria excluído do "testamento".

Decepcionado, Johnny pede a ajuda de Van Helsing (Jim Gaffigan) para ser transformado em monstro e tornar o sonho de Mavis realidade --ela quer assumir o hotel. O inventor idoso, então, revela uma arma capaz de fazer a mudança, mas com uma advertência: depois de um tempo, ela não poderá mais ser desfeita.

DIVULGAÇÃO/PRIME VIDEO

A gangue retorna em Hotel Transilvânia 4

Para piorar a situação, Drácula e seus amigos também são atingidos pelo raio da arma, o que resulta em uma transformação inversa. Todos se tornam humanos comuns e sem poderes, o que dificulta a missão de encontrar um cristal capaz de recarregar o objeto criado por Van Helsing e consertar o caos iniciado por Johnny.

Reverter a monstruosidade dos personagens e torná-los humanos ajuda a criar interesse pela trama do novo filme, mas não passa disso. Mesmo em seus momentos mais cômicos, a sensação é que Hotel Transilvânia 4 está ali apenas para cumprir tabela e justificar um lançamento que custou a ser realizado.

Personagens destaques como Griffin (David Spade), Wayne (Steve Buscemi), Murray (Keegan-Michael-Key) e Frankenstein (Brad Abell) são renegados a meros coadjuvantes e parecem apenas sombras dos bons alívios cômicos que eram nos filmes antecessores. Mais uma vez, o principal destaque fica para Andy Samberg, soberano na voz de Johnny na versão monstra.

Se confirmado como o último filme da saga dos monstros, Transformonstrão fica como uma despedida sem brilho e longe dos melhores momentos de uma das franquias de animação de maior destaque da última década.

Assista ao trailer do filme: