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DE MAQUIADOR A ARTISTA

Filme sobre Rogéria revela esnobada em Jô Soares e loucuras sexuais

DIVULGAÇÃO/PAGU PICTURES

Astolfo Barroso Pinto (1943-2017), a Rogéria, em entrevista para o documentário Rogéria - Senhor Astolfo Barroso Pinto

Astolfo Barroso Pinto (1943-2017), a Rogéria, em entrevista para o documentário sobre a sua vida

VINÍCIUS ANDRADE

Publicado em 28/10/2019 - 5h22

A "travesti da família brasileira": era assim que Rogéria, nascida Astolfo Barroso Pinto (1943-2017), gostava de se referir quando falava de si mesma. Maquiadora de grandes estrelas da extinta TV Rio durante a década de 1960, se recusou a prestar serviços para o ainda jovem Jô Soares. Algo que nunca negou, no entanto, foi uma aventura sexual.

As revelações são feitas no documentário Rogéria - Senhor Astolfo Barroso Pinto, que entra em cartaz nos cinemas nesta quinta (31). O filme conta com depoimentos exclusivos da própria Rogéria, de familiares e de amigos famosos, como Aguinaldo Silva, Betty Faria, Bibi Ferreira (1922-2019), Rita Cadillac e Nany People.

Um dos entrevistados é Jô Soares, que confessou ter sido esnobado por Astolfo. "Eu estava começando a minha carreira, e ele se recusava a me maquiar. 'Só maquio grandes estrelas, você não é nada e realmente não me interessa nem um pouco. Eu sou maquiadora da Fernanda [Montenegro], eu sou maquiador... das grandes cantoras, atores e atrizes', ela dizia pra mim", contou o comediante.

Anos depois, com Astolfo já usando a identidade de Rogéria, e Jô Soares com mais fama, o apresentador e comediante devolveu o deboche do passado. "Sacaneava muito ela, porque eu lembrava que o seu estojo de maquiagem era uma caixa de sapato: 'Você era uma bicha pobre'", brincou.

Assista abaixo ao trecho inédito em que Jô conta essa história e em que Betty Faria revela como conheceu Astolfo. O vídeo é exclusivo do Notícias da TV:

Dirigido pelo carioca Pedro Gui, o documentário começou a ser feito em 2016, quando Rogéria ainda estava viva. Antes de sua morte, em setembro de 2017, ela concedeu entrevistas para o filme e visitou locais em que fez sucesso no passado, como a antiga Galeria Alaska, em Copacabana, no Rio de Janeiro.

Além dos depoimentos e de cenas de arquivo, o longa, que tem cerca de uma hora e meia, traz dramatizações de quatro momentos diferentes da vida da artista.

Rogéria, Astolfo e o sexo

No documentário, a própria Rogéria explicou como se comportava durante o ato sexual. "Quem faz sexo é o Astolfo, não a Rogéria. Ali na hora tem o 'viadinho Astolfo'", afirmou a artista.

Ela também revelou o que costumava dizer aos seus parceiros antes de transar. "Não entre sorrindo, não estamos aqui para isso. Não me queira, me despreze. Não estou aqui para o amor, o amor eu vivi lá com meus 19 anos. Muitos não entendiam, mas eu só queria o sexo, e o sexo era o Astolfo", disparou.

"A vida sexual da Rogéria era bastante ativa. Literalmente", se limitou a dizer o seu amigo e empresário, Alexandro Haddad. "Meu irmão era maluco sexualmente", entregou Flavio Barroso.

Amigas de Rogéria, a bailarina Suely Antonelli e a artista Jane Di Castro contaram histórias das vezes em que a artista fez sexo oral em taxistas e bombeiros que trabalhavam em teatros cariocas. Já Nany People revelou que "tudo na vida dela era um filme", inclusive o sexo.

Astolfo manteve relações sexuais apenas com homens: "Nunca quis ser bissexual porque eu queria tocar nas mulheres sem elas pensarem que queria comê-las".

O documentário Rogéria - Senhor Astolfo Barroso Pinto ainda mostra em qual momento da vida o maquiador virou artista, trata sobre um acidente que desfigurou seu rosto em 1981 e de trabalhos na televisão, como a personagem Ninete da novela Tieta (1989). Assista ao trailer do filme abaixo:

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