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AMAZÔNIA AMEAÇADA

Em documentário do Globoplay, índios lutam por sobrevivência no governo Bolsonaro

Reprodução/YouTube

O cacique Juarez Saw Mundukuru sem camisa, com colares típicos indígenas, com expressão séria

O cacique Juarez Saw Mundukuru, um dos líderes indígenas que lutam pela preservação da Amazônia

FERNANDA LOPES

Publicado em 21/8/2020 - 6h55

Estreia nesta sexta (21), no Globoplay e no Canal Brasil, o documentário Amazônia Sociedade Anônima, que retrata a realidade complexa e criminosa da região da floresta que fica no Estado do Pará. Índios lutam pela preservação do meio ambiente e pela demarcação de suas terras, enquanto grileiros, garimpeiros e madeireiros avançam na exploração do local --enfrentamento que piorou na gestão de Jair Bolsonaro.

O documentário foi dirigido por Estêvão Ciavatta, que acompanhou a luta dos índios Munduruku ao longo de cinco anos, de 2014 a 2019. Em vários momentos do filme, os caciques afirmam que "neste governo" a situação deles se tornou muito mais precária e perigosa.

"A sequência final do filme já se passa no governo Bolsonaro. O cacique fala que piorou, as terras estão sendo mais invadidas por grileiros, palmiteiros, madeireiros, todos os 'eiros'. E, ao mesmo tempo, eles continuam resistindo. Mas o cacique está sofrendo ameaça de morte. É muito triste ver que isso de fato está acontecendo. Não só triste como revoltante. É inegável que a situação piorou. Agora de fato estamos vivendo um momento de muita agonia", afirma Ciavatta.

Desde o ano passado, o desmatamento na região amazônica tem batido recordes, sem que haja medidas especiais por parte do ministério do Meio Ambiente para que o ecossistema da floresta seja mais protegido.

O documentário exibe ligações telefônicas entre grileiros e pessoas que desejam comprar terras ilegalmente no Pará, que mostram como funciona essa máfia clandestina e como a grilagem é responsável por grande parte dos desmatamentos.

Além dos indígenas e ribeirinhos que sofrem diretamente com a exploração desmedida da natureza local, profissionais como um ex-vice presidente do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), um pesquisador e um antropólogo ajudam a explicar o contexto histórico e as complexidades da cena atual.

Ciavatta conta que, quando ainda estava produzindo o documentário, entendeu que a situação não vai mudar enquanto não houver uma real mobilização nacional, com políticas públicas sérias, em defesa da Amazônia e contra a ilegalidade praticada na região. Ele acredita que brasileiros precisam olhar para a floresta com mais atenção, cuidado e urgência.

"Uma das coisas que o filme coloca de mais importante é acabar com a ilegalidade na região, que corrói até o sistema econômico. É uma região única do planeta, com ativo enorme, e que estamos incendiando."

"Acho que o Brasil precisa olhar pra aquela região como de fato decisiva pro seu futuro econômico, climático e eu diria até espiritual. O filme tem o desejo de chamar a atenção pra uma riqueza, um conhecimento, e como estamos deixando que bandidos roubem e desmatem a floresta", conclui o diretor.

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