Menu
Pesquisar

Buscar

Facebook
X
Threads
BlueSky
Instagram
Youtube
TikTok

PARA VER NO SOFÁ

De seguro contra ETs a alucinógeno, os 50 anos de 2001: Uma Odisseia no Espaço

Fotos: Divulgação/MGM

O ator Keir Dullea viveu o astronauta David Bowman em 2001: Uma Odisseia no Espaço - Fotos: Divulgação/MGM

O ator Keir Dullea viveu o astronauta David Bowman em 2001: Uma Odisseia no Espaço

LUCIANO GUARALDO

Publicado em 3/4/2018 - 6h07

Há 50 anos, em 3 de abril de 1968, chegava aos cinemas o clássico da ficção científica 2001: Uma Odisseia no Espaço, considerado um dos melhores filmes de todos os tempos. A aventura espacial reserva alguns segredos de bastidores, como a tentativa de fazer um inusitado seguro contra alienígenas até o fato de o longa ter se tornado um sucesso por causa de usuários de drogas, que iam ao cinema para "viajar" no visual psicodélico.

A história começa há milhões de anos, quando hominídeos que brigam com uma tribo por causa de água encontram uma pedra preta gigante. O monolito influencia a espécie a usar ossos como armas e dá um pontapé na evolução da raça humana.

A trama avança para mostrar a nave Discovery One em uma missão até Júpiter. A tripulação é composta por David Bowman (Keir Dullea) e Frank Poole (Gary Lockwood), mais três cientistas "congelados" para a viagem, além do computador Hal 9000, responsável por controlar boa parte dos mecanismos da nave.

Considerada infalível, a inteligência artificial da Discovery One começa a apresentar alguns erros (que Hal 9000 aponta como falha humana) e, após descobrir que os astronautas planejam desligá-la, se transforma em uma verdadeira máquina de matar, colocando em risco a missão espacial e a vida de todos a bordo.

O filme 2001: Uma Odisseia no Espaço está disponível no Now, plataforma de vídeo sob demanda para clientes da Net e da Claro TV. Confira sete curiosidades sobre a produção:

Hominídeos observam o grande monolito no ato inicial de 2001: Uma Odisseia no Espaço

Pré-estreia desastrosa
Um dia antes de entrar em cartaz, Uma Odisseia no Espaço ganhou uma pré-estreia em um cinema glamouroso da cidade de Washington. Com longos 161 minutos de duração, metade deles sem nenhum diálogo, o filme irritou o público presente. Mais de 200 pessoas deixaram a sessão no meio, e o ator Rock Hudson (1925-1985) chegou a implorar para que alguém lhe explicasse o que ele tinha assistido.

A repercussão foi tão negativa que o diretor Stanley Kubrick (1928-1999) tomou medidas drásticas: de um dia para o outro, cortou 19 minutos do longa, o que deixou a trama mais dinâmica. Mas Kubrick fez questão de manter as cenas de silêncio.

Interpretado pelo mímico Daniel Richter, macaco usa osso como arma em cena do filme

Seguro contra extraterrestres
Como o diretor dedicou quatro anos de sua vida ao projeto de 2001, ele achou melhor tomar algumas providências para se certificar de que sua história seria completamente original. Ele chegou a procurar uma seguradora para fazer uma apólice que lhe renderia uma bolada caso cientistas descobrissem vida extraterrestre antes do lançamento do filme.  

A Lloyd's of London, companhia procurada por Kubrick para o acordo, se recusou a fazer uma apólice do tipo. Não que ela corresse algum risco: o astrônomo Carl Sagan (1934-1996) relatou que, na década de 1960, ninguém estava procurando vida alienígena e a chance de esbarrar por acaso em ETs seria mínima.

O ator Keir Dullea com as luzes da viagem pelo portal estelar refletidas em seu capacete

Loucura lucrativa
Com um orçamento estimado em US$ 12 milhões (R$ 39,8 milhões), 2001: Uma Odisseia no Espaço demorou a virar um sucesso. A distribuidora MGM já estava se preparando para tirar o longa de cartaz quando recebeu um apelo dos donos de cinema para mantê-lo por mais algumas semanas.

O filme começou a ganhar repercussão no boca a boca entre usuários de drogas. É que uma cena que mostra a nave entrando em um portal estelar, repleta de luzes coloridas, causava um "barato" ainda maior em quem estava sob efeito de narcóticos. O público de jovens adultos dopados passou a lotar as salas, e o filme virou um sucesso, arrecadando mais de dez vezes o valor que custou.

Gary Lockwood (à esq.) e Keir Dullea observados por Hal 9000 (a luz vermelha ao centro)

Xeque-mate
Dotado de uma inteligência imensurável, Hal 9000 era um jogador de xadrez exemplar, superando os astronautas que o desafiavam para passar o tempo na longa viagem espacial. Nos bastidores, o computador usado pela equipe tinha uma capacidade muito inferior à do seu representante na ficção.

Kubrick, enxadrista dedicado entre um filme e outro, costumava desafiar o computador para algumas partidas. E ficava extremamente frustrado por conseguir superar o rival com facilidade em todas as suas tentativas. 

Penny Brahms (à esq.) e Edwina Carroll vivem comissárias de bordo em um voo espacial

Selo de aprovação do papa
Apesar de um tema nada religioso, inclusive mostrando a evolução da espécie humana (teoria contrária ao criacionismo), 2001: Uma Odisseia no Espaço caiu nas graças da Igreja Católica. Em 1995, para comemorar o centenário do cinema, o Vaticano publicou uma lista com os 45 melhores filmes da história. A obra-prima de Stanley Kubrick conseguiu cravar um lugar.

Além de filmes com temática religiosa, como o italiano O Evangelho Segundo São Mateus (1964) e o britânico O Homem que Não Vendeu Sua Alma (1966), a relação do Vaticano também inclui A Lista de Schindler (1993), Cidadão Kane (1941), O Sétimo Selo (1957) e Tempos Modernos (1936).

Robert Beatty, Sean Sullivan e William Sylvester são astronautas em Uma Odisseia no Espaço

O ovo e a galinha
Embora seja comum ouvir que a história de Uma Odisseia no Espaço é baseada no livro homônimo do escritor Arthur C. Clarke (1917-2008), o longa estreou nos cinemas antes mesmo de o romance chegar às livrarias.

Na realidade, Kubrick e Clarke trabalharam juntos no roteiro do filme e na construção do livro, trocando ideias e se assegurando de que teriam os produtos com a melhor qualidade possível. O diretor, no entanto, não quis ser creditado por sua contribuição no texto, deixando todo o mérito para seu colega britânico.

Keir Dullea é um dos poucos atores de 2001 a atuar na continuação, lançada 16 anos depois

Sequência no Oscar
O clássico 2001 ganhou uma continuação, 2010: O Ano em que Faremos Contato (1984), que usava a rivalidade entre Estados Unidos e União Soviética como ferramenta narrativa. Apesar de bem menos prestigiada que a original, 2010 acabou recebendo mais indicações ao Oscar: foram cinco, contra quatro de 2001.

A obra de Kubrick, no entanto, recebeu a estatueta de efeitos visuais em 1969, enquanto a sequência ficou a ver navios na cerimônia de 1985. Odisseia no Espaço também concorreu a melhor diretor, roteiro e direção de arte.

TUDO SOBRE

Oscar

Mais lidas


Comentários

Política de comentários

Este espaço visa ampliar o debate sobre o assunto abordado na notícia, democrática e respeitosamente. Não são aceitos comentários anônimos nem que firam leis e princípios éticos e morais ou que promovam atividades ilícitas ou criminosas. Assim, comentários caluniosos, difamatórios, preconceituosos, ofensivos, agressivos, que usam palavras de baixo calão, incitam a violência, exprimam discurso de ódio ou contenham links são sumariamente deletados.