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COM GARY OLDMAN

Com Mank, Netflix mergulha na Era de Ouro do cinema e entrega filme digno do Oscar

Divulgação/Netflix

Gary Oldman como Herman J. Mankiewicz em cena de Mank

Gary Oldman é o protagonista de Mank, filme da Netflix dirigido por David Fincher e uma das apostas para o Oscar

ANDRÉ ZULIANI

andre@noticiasdatv.com

Publicado em 4/12/2020 - 14h36

Mank (2020) estreia nesta sexta-feira (4) no catálogo da Netflix e traz consigo a responsabilidade de ser a principal aposta da gigante de streaming para o grande prêmio do Oscar 2021. Para isso, a plataforma confiou na história de David Fincher e seu pai, Jack Fincher (1930-2003), uma trama que retorna à Era de Ouro de Hollywood e entrega um dos melhores filmes já produzidos pelo serviço.

Mank pode ser descrito de inúmeras maneiras. Tanto como a origem da "criação" de Cidadão Kane (1941), considerado um dos filmes mais importantes da história do cinema, quanto a história de "redenção" de Herman J. Mankiewicz (1897-1953), papel de Gary Oldman e mente por trás do roteiro original.

"Por que redenção?", pode se perguntar o espectador. Apesar de sua importância para a indústria, Cidadão Kane originou uma das brigas mais icônicas de Hollywood. Orson Welles (1915-1985), diretor e astro de Cidadão Kane, brigou durante anos com Mankiewicz sobre os créditos do premiado roteiro, disputa enfatizada no filme de Fincher.

Se na história Welles ficou marcado como o gênio por trás de Kane, Mank devolveu ao roteirista sua credibilidade por ter escrito um roteiro imortalizado na memória de muitos cinéfilos ao redor do planeta. E Gary Oldman não poderia ter sido uma escolha mais certeira para representá-lo.

Ácido, irônico e debochado, o ator britânico de 62 anos toma para si os holofotes em todas as cenas. Como Mankiewicz era conhecido por ser um beberrão nato, Oldman parece a todo momento estar exausto de sua vida, sempre com uma aparente (ou real) ressaca. Nem por isso ele deixa de ter os melhores diálogos do filme.

Para contar a história da origem de Kane, Jack Fincher escolheu mergulhar no início da Era de Ouro de Hollywood, ainda nos anos 1930, quando artistas, diretores, roteiristas e estúdios de cinema ainda eram vistos como entidades para o público comum --sem deixar de fora as características negativas que circulavam pelos arredores de Los Angeles.

DIVULGAÇÃO/NETFLIX

Louis B. Mayer era um dos chefões em Hollywood

Com breves cenas, o filme da Netflix apresenta ao espectador atual rostos que podem não ser tão conhecidos em 2020, mas que foram importantes no início do século passado. Uma visita à sala de roteiristas da MGM, e Mank (Oldman) se reúne como figuras como Irving Thalberg, George S. Kaufman, Charles MacArthur, Ben Hech e até Louis B. Mayer, um dos chefões do estúdio. Todos com nomes cravados na história do cinema norte-americano.

A presença mais importante, no entanto, é a de William Randolph Hearst (Charles Dance), magnata do ramo editorial norte-americano e homem que inspirou Mankiewicz a escrever Cidadão Kane. O texto de Fincher intercala o processo de criação de Mank para o filme com sua experiência com os executivos de Hollywood e a ascenção (e queda) de sua relação com Hearst.

Poderoso, o ricaço ajudava a ditar as regras tanto nos cinemas, quanto na política. Fincher faz questão de mostrar a importância da relação dos poderosos da indústria e como isso influenciava inclusive em importantes eleições locais. Tudo, claro, também retratado no filme de Orson Welles.

O ator que ficou com a responsabilidade de interpretar Welles foi Tom Burke, que em nenhum momento deixa a peteca cair. Mesmo que com breves aparições, sua voz grave o faz ter a presença de cena que tinha o ainda inexperiente cineasta, "nascido" no rádio em Nova York e descrito como um futuro prodígio dos cinemas.

A escolha de Fincher (o filho) em rodar o filme em preto e branco também se mostra um grande acerto. Quando unido à trilha sonora da dupla Trent Reznor e Atticus Ross, que venceu o Oscar na categoria com A Rede Social (2011), outra parceira com o diretor, Mank é feliz em tornar a experiência de assistir ao longa como uma viagem aos anos 1930 e às produções que marcaram época.

De olho no Oscar, a Netflix mostra mais uma vez que não hesita em experimentar novos produtos que talvez não receberiam a mesma atenção em uma tela de cinema, como nos casos de Roma (2018) e O Irlandês (2019). Com Mank, uma fábula sobre os tempos áureos de Hollywood e a história de duas grandes figuras do cinema, o caminho para o grande prêmio pode finalmente estar se pavimentando na sua frente.

Assista abaixo ao trailer legendado do filme:


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