NÃO DÁ!
REPRODUÇÃO/TV GLOBO
Ana Clara Lima no Estrela da Casa de domingo (29); reality precisa mudar muita coisa em 2025
O Estrela da Casa encerra sua primeira temporada nesta terça-feira (1º) com uma segunda edição já confirmada para o ano que vem. Mas, assim como o BBB foi corrigindo erros e azeitando o formato em seus primeiros anos no ar, o reality musical tem de consertar muita coisa se quiser virar um programa tão duradouro quanto o seu "colega" de gênero.
Os erros vão de falhas no som, tanto na comunicação dos confinados na casa com a apresentadora Ana Clara Lima quanto no conteúdo que chega aos telespectadores, até um esquema de votação injusto, que transformou o reality em um concurso de popularidade --e não de talento vocal.
O Notícias da TV fez um "jogo dos sete erros" para a equipe do Estrela da Casa corrigir até o ano que vem. Confira:
Antes de serem confinados no Estrela da Casa, todos os participantes precisaram entregar oito músicas à produção do reality. Foram as canções usadas para determinar o Hitmaker de cada semana.
Ora, se a ideia do programa é que os aspirantes a fama aprendam a ser artistas melhores com os workshops que recebem de cantores e produtores conhecidos do meio musical, não seria mais inteligente eles montarem seu repertório ao longo das semanas? Assim, o público poderia perceber a evolução de cada um, em vez de apenas acompanhar algo pronto há meses.
Para um reality musical, é inconcebível a quantidade de falhas no som do Estrela da Casa. Desde o primeiro dia, os participantes reclamam da comunicação com Ana Clara e que é impossível ouvi-la em algumas conversas. Isso se tornou uma constante ao longo da temporada.
Ainda pior é o fato de que vários momentos do programa têm eco para o público que tenta acompanhar de casa. Como julgar um cantor se você não consegue escutá-lo corretamente na apresentação?
A jornalista Bárbara Saryne, comentarista do Splash, chegou a acompanhar uma das Batalhas do reality diretamente do estúdio da Globo e, depois, avaliou que a experiência de estar in loco é completamente diferente de ver tudo pela TV. Até aí, tudo bem, faz parte do jogo: assistir ao Rock in Rio pelo Multishow não é a mesma coisa de estar na Cidade do Rock.
O problema é que o estúdio do reality comporta algumas dezenas de pessoas, enquanto a audiência no país todo ultrapassa os milhões. A produção precisa encontrar uma maneira de fazer a emoção dos cantores atravessar a câmera e tocar o público. Se quem vê pela TV não se comove, algo está muito errado.
O Estrela da Casa tem um problema em seu esquema de votação que foi herdado de outros realities musicais da Globo --o The Voice Brasil (2012-2023) sofria do mesmo mal sempre que entrava na fase ao vivo. O público pode decidir o destino dos cantores antes mesmo de eles começarem a cantar.
Se a ideia é eleger o melhor cantor da noite, não seria necessário acompanhar a performance antes de poder avaliá-la? Com a votação aberta com antecedência, o reality vira um concurso de popularidade, e não de talento.
O fato de ser julgado pela popularidade resulta em outro problema para o reality. Desde o primeiro dia, Lucca disparou como favorito do público --além de representar o sertanejo, gênero mais popular do país, ele tem um perfil que faz sucesso com o público em programas de confinamento.
Alguém tinha dúvidas de que ele chegaria à final? Ou alguém questiona que ele será consagrado o vencedor da primeira temporada nesta noite? O sertanejo só rodaria antes da hora caso cometesse um deslize imperdoável. Mas ele jogou de maneira segura e, por isso, terminará o dia R$ 750 mil mais rico.
Um erro que o Estrela da Casa precisa corrigir com urgência é definir a proposta do reality: ele quer ser uma versão do BBB sem pagar os direitos do formato? Ou uma continuação do Fama (2002-2005), que busca um novo talento? No momento, o programa não é nem uma coisa nem outra.
Se a ideia do Estrela da Casa é encontrar o próximo cantor de sucesso do Brasil, por que os participantes precisam se vestir de cachorro-quente e levar jatos de ketchup e mostarda em provas que nada têm a ver com a indústria musical? Ou, se é um programa de confinamento, por que as tretas ficam em segundo plano diante de uma visita constrangedora de Katy Perry?
Acima de tudo, a equipe do Estrela da Casa precisa melhorar a seleção do elenco. Os 14 cantores escolhidos para a primeira temporada passaram longe de entregar o entretenimento que se espera de um programa do gênero --a ponto de os bastidores do reality serem muito mais interessantes do que aquilo que acontecia na frente das câmeras.
Daqui a alguns anos, poucos se lembrarão das músicas apresentadas por Leidy Murilho nas Batalhas, mas ninguém se esquecerá de que o fracasso da atração culminou na demissão de Boninho, depois de 40 anos na Globo.
E pode apostar que os fãs estão mais interessados em saber como Unna X vai reagir aos alertas sobre o comportamento tóxico de Matheus Torres feitos pela própria equipe quando deixar a casa do que em acompanhar a carreira musical do casalzinho pop daqui para a frente.
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