IMPASSE
Reprodução/TV Globo
Ivan Moré em chamada do Globo Esporte em que apareceu com olhos inchados, após anúncio de saída
Contratação dada como certa no início do mês, Ivan Moré está fora dos planos da Record a curto prazo por causa de um impasse incomum nas negociações. Ambas as partes já tinham acertado um salário de R$ 60 mil mensais, de fazer inveja a qualquer mortal. Mas o jornalista fez uma exigência que foi vista como arrogante, e o negócio melou.
Moré não abriu mão de ser contratado como pessoa jurídica sem descontos e com garantia de emprego de três anos. A Record não aceitou. O queria com carteira profissional assinada, (muitos) descontos no holerite e passível de dispensa a qualquer momento.
A negociação ainda não é tratada como completamente encerrada, mas a Record já decidiu que não dará um passo para avançá-la a não ser que Moré recue da exigência de ser contratado por meio de uma empresa da qual ele é dono.
O impasse causou estranheza porque, até alguns anos atrás, ser contratado como PJ era a norma para salários altos, tanto na Globo como na Record. Eram as emissoras que impunham o contrato como PJ, e os funcionários gostavam porque tinham a sensação de que ganhavam mais, o que nem sempre era real.
No entanto, uma série de ações na Justiça em que ex-PJs reivindicaram (e ganharam) direitos de quem é registrado em carteira fizeram as duas emissoras mudarem a política. Na Record, somente altos executivos, salários milionários (como Rodrigo Faro) e contratos por temporada (como Xuxa e Gugu) são PJs.
Só uma nova reviravolta muito mirabolante impedirá Ivan Moré de ficar desempregado. A Record, que contava com ele para ancorar os Jogos Pan-Americanos de Lima, já voltou atrás. A emissora grava nesta quarta-feira (26) chamadas para as transmissões do evento, em julho. Mylena Ciribelli volta a ocupar o lugar de destaque que seria de Moré.
As negociações entre Record e Moré também se desgastaram porque o jornalista não apresentou o distrato com a Globo, com quem tinha contrato até o final de agosto. Os executivos da Record perceberam que estavam levando "canseira" do ex-apresentador do Globo Esporte. Viram uma "arrogância de grande grife" por parte de alguém que, acreditam eles, não terá oferta melhor no mercado.
Segundo pessoas próximas a Moré, o jornalista simplesmente não se sentiu seguro para assumir um compromisso com a Record, ser tratado como grande aquisição e poder ser demitido a qualquer momento.
Moré passou a negociar com a Record no início de maio, quando a Globo o surpreendeu com a notícia de que seria substituído no Globo Esporte SP, em 1º de junho, por Felipe Andreoli. Ele chegou a chorar nos bastidores e a aparecer no ar com os olhos inchados.
Tudo caminhava para a renovação do contrato com a Globo, mas como repórter e por um salário mais baixo (e como PJ). No entanto, de acordo com o UOL Esporte, a insistência do jornalista para que houvesse uma "transição" (em outras palavras, homenagem) irritou a chefia.
A Globo decidiu, então, antecipar o fim de sua passagem pelo Globo Esporte de 31 para 29 de maio, sem direito a despedida, e avisá-lo de que seu contrato, que venceria em agosto, não seria mais renovado. Moré correu e acertou com a Record. Só faltou apresentar a carteira profissional ao RH.
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