GERSON DE SOUZA
Reprodução/Record
O repórter Gerson de Souza, do Domingo Espetacular, que está sendo acusado de assédio sexual
Um mês depois de receber denúncias de assédio sexual contra o repórter Gerson de Souza, da Record, a Polícia Civil de São Paulo decidiu intimar o jornalista a depor. No fim de maio, 12 mulheres procuraram o departamento de Recursos Humanos da Record para acusar Souza de importuná-las com ações de teor sexual dentro da Redação do Domingo Espetacular. A emissora as encaminhou para a polícia e suspendeu o jornalista.
Questionada pelo Notícias da TV sobre o andamento do caso, a Secretaria de Segurança Pública emitiu na quarta-feira (26) a seguinte nota: "O caso é investigado pelo 23º DP (Perdizes). Vítimas e testemunhas foram ouvidas e o suspeito será intimado para prestar depoimento na unidade".
A data do depoimento de Souza ainda não foi marcada. Ele poderá sair da delegacia indiciado por crimes de natureza sexual. A polícia registrou dois boletins de ocorrência contra ele e inicialmente considerou apenas duas vítimas, mas elas já são três. No RH da Record, esse número é maior. É que algumas mulheres, sentindo-se pressionadas, não formalizam denúncias.
O jornalista, um dos mais experientes da Record, nega ter assediado qualquer colega e diz que está sendo vítima de "revanchismo" de uma produtora, repórter que atua nos bastidores apurando informações para quem aparece no vídeo. Essa profissional relatou à Record e à polícia que Souza a beijou sem seu consentimento, enquanto ela trabalhava.
"Ele chegou por trás e me beijou na boca. Ficou mostrando a língua e saiu dizendo que roubado era mais gostoso. Foi nojento", disse ela ao Notícias da TV em maio.
Outras duas mulheres relataram que Souza as acariciava em um dos braços e dizia que estava pensando em suas nádegas. Segundo uma jornalista, que trabalhou com Souza durante cinco anos no Domingo Espetacular, a "brincadeira era recorrente".
Entre as vítimas, estão estagiárias e até uma grávida. A maioria das denúncias foi de assédio verbal. Souza, de acordo com elas, Souza falava ou indicava com gestos o quanto eram "gostosas". Uma das vítimas disse à polícia ter sido chamada de "putinha".
Gerson de Souza nega veementemente ter cometido assédio. "É devastador saber que minha carreira, e vida pessoal, estão em risco pelas informações que circulam na mídia. Sobre as acusações, no momento posso apenas dizer que o que está sendo dito sobre mim não é verdade e que confio no trabalho da polícia para esclarecer os fatos."
"Qualquer pessoa que me conhece ou já trabalhou comigo sabe que eu não sou alguém que ofenderia ou deixaria alguém desconfortável. Tenho certeza que nunca agi de maneira ofensiva e sinto profundamente caso em algum momento de minha trajetória de 42 anos no jornalismo algum de meus colegas tenha se sentido desrespeitado. Sou pai de 5 filhas e avô de 4 netas e é essencial para mim que mulheres tenham um ambiente de trabalho seguro."
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