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Globoplay cresce 38% em um ano, mas Globo perde dinheiro com assinaturas

Reprodução/Globoplay

Eduardo Sterblitch em cena da segunda temporada de Os Outros, novidade do Globoplay no terceiro trimestre; ele rasga uma folha de papel

Eduardo Sterblitch em cena da segunda temporada de Os Outros, novidade do Globoplay no terceiro trimestre

DANIEL CASTRO

dcastro@noticiasdatv.com

Publicado em 27/11/2024 - 18h42

O número de assinantes do Globoplay e do Premiere Play cresceu 38% e 45%, respectivamente, no período de 12 meses encerrado em setembro; mas, mesmo assim, as receitas da Globo com conteúdo (assinaturas e programação/TV paga) caíram 12%. A informação foi divulgada nesta quarta-feira (27) por Paulo Marinho, diretor-presidente da Globo, em comunicado interno sobre os resultados do terceiro trimestre de 2024.

O relatório não explica a contradição entre aumento de assinantes e queda de receitas. Segundo fontes, o motivo é o acordo que a Globo firmou com a Claro, no qual é remunerada por um valor fixo, não pelo número de assinantes. A operadora tem oferecido o Globoplay sem custo adicional a seus clientes.

As receitas de conteúdo caíram de R$ 1,42 bilhão no terceiro trimestre de 2023 para R$ 1,25 bilhão. No acumulado dos nove primeiros meses de 2024, a quantia sofreu uma retração de 4%.

A Globo faturou no terceiro trimestre um total de R$ 4,42 bilhões, 10% a mais do que nos mesmos meses do ano passado. No acumulado dos nove meses do ano, já são R$ 12,04 bilhões, alta de 9%. "Esse aumento foi impulsionado pelos ganhos de receita publicitária, principalmente devido aos Jogos Olímpicos de Paris-2024, Rock in Rio e Copa América, além do crescimento da receita de publicidade digital", destacou Marinho no comunicado.

As receitas com publicidade tiveram um crescimento robusto, de 23% no trimestre, atingindo R$ 3,05 bilhões. No ano, o acumulado é de 17% (R$ 7,98 bilhões). No Upfront, evento realizado em outubro no qual anunciou ao mercado as novidades de 2025, Manzar Feres, principal executiva da área comercial da Globo, anunciou que terá neste ano "o maior crescimento de receitas publicitárias em 12 anos".

A maior venda de anúncios compensou a queda de receitas com Globoplay, Premiere e canais pagos. A publicidade representou 69% faturamento da Globo no terceiro trimestre. Há um ano, era 61% do mix de receitas.

Os mesmos Jogos Olímpicos que impulsionaram as receitas publicitárias foram a causa de um aumento de 17% nas despesas operacionais, que atingiram R$ 4,25 bilhões. Apesar da obsessiva política de redução de gastos adotada pela Globo nos últimos anos, seus custos aumentaram 5% nos primeiros nove meses de 2024.

A alta nos custos teve impacto no EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações, que mede a geração de caixa da empresa). O EBITDA do terceiro trimestre foi de R$ 168 milhões, 57% a menos do que no mesmo período do ano passado. No acumulado de 2024, no entanto, o resultado é muito positivo: até setembro, o EBITDA da Globo soma R$ 1,4 bilhão, 50% a mais do que em 2023, graças ao controle de despesas e crescimento publicitário.

Paulo Marinho encerra o comunicado interno afirmando que "teremos um ano de bons resultados e fechamento positivo" e exaltou o "compromisso de todos com a disciplina na gestão de custos".


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