INQUÉRITO POLICIAL
REPRODUÇÃO/YOUTUBE
Ana Hickmann e Alexandre Correa em vídeo do YouTube; apresentadora denunciou o marido
A Delegacia de Polícia de Itu abriu inquérito policial para apurar denúncia de Ana Hickmann de que seu marido, Alexandre Correa, teria desviado desde 2018 cerca de R$ 25 milhões das contas de empresas do casal e falsificado assinaturas da apresentadora da Record em cheques e diversos contratos de empréstimos. Correa nega as acusações e entrou com pedido de habeas corpus para suspender a investigação policial.
O inquérito foi aberto no último dia 29 pela delegada Marcia Pereira Cruz a pedido da promotora de Justiça Mariane Monteiro Schmid, que por sua vez analisou notícia-crime apresentada pelos advogados de Ana Hickmann. A notícia-crime também acusa Correa de agredir fisicamente a apresentadora na frente do filho de nove anos, em 11 de novembro, na mansão de Itu, na tentativa de intimidá-la e impedir a denúncia de supostos desvios e fraudes.
O documento dos advogados de Ana Hickmann, ao qual o Notícias da TV teve acesso com exclusividade, ainda aponta a suspeita de "lavagem de dinheiro" e de "associação criminosa" com duas mulheres que trabalhavam nas empresas da apresentadora e até com cartórios que reconheceram firmas que a apresentadora diz não ter assinado.
A notícia-crime afirma também que as dívidas da apresentadora e de suas empresas ultrapassam R$ 34 milhões, decorrentes "de empréstimos pessoais e empresariais, contratações de capital de giro e cheque especial etc., em diversas oportunidades, mediante comprometimento de seu patrimônio, sem o conhecimento ou anuência da noticiante [Ana Hickmann]".
Relata o documento que Ana e o marido estão em crise conjugal desde o início do ano por causa dos problemas financeiros e que a situação piorou na metade do ano, quando a apresentadora recebeu a primeira de uma série de cobranças judiciais, de um empréstimo de R$ 400.571,72 do Banco Safra.
Na semana que antecedeu a briga do casal, há exatamente um mês, Ana pediu à amiga Daniella Marques Consentino, ex-presidente da Caixa Econômica Federal, que analisasse documentos que encontrou em gavetas de seu escritório, na Vila Romana (zona oeste de São Paulo).
De acordo com a narrativa, a apresentadora descobriu, então, que o marido havia formalizado "diversos instrumentos particulares de confissão de dívida e contratos de mútuo com pessoas físicas e jurídicas mediante inserções de assinaturas falsas de Ana, o que viabilizou o recebimento --novamente sem ciência ou anuência da noticiante-- de pelo menos R$ 25 milhões, fortuna cuja destinação é desconhecida, mas que, certamente, não ingressou na contabilidade da noticiante ou das pessoas jurídicas por ela geridas".
A notícia-crime afirma que Ana era vítima de violência doméstica com o "objetivo de garantir a impunidade de delitos pretéritos ou, por outro prisma --dentro de um quadro de permanente sofrimento psicológico que caracteriza a violência de gênero-- até mesmo para facilitar o cometimento de delitos".
O documento enumera as seguintes supostas irregularidades:
Em seu despacho, a promotora Mariane Monteiro Schmid apontou a necessidade de investigação policial para se tipificar os crimes. Ela pediu perícia nos cheques e contratos apresentados.
Enio Martins Murad, advogado de Alexandre Correa, afirma que Ana Hickmann tinha conhecimento e assinou todos contratos de empréstimos realizados pelo marido e que os valores foram integralmente lançados contabilmente. Diz que a narrativa da estrela da Record é uma tentativa de vilanizar Correa e de se livrar de dívidas que foram contraídas para pagar suas próprias contas.
Murad sustenta ainda que a crise empresarial começou durante a pandemia, quando Correa estava afastado dos negócios para tratamento de câncer (ele retirou um ninfonódulo do pescoço).
Durante sua recuperação, de acordo com o advogado, a marca Ana Hickmann passou por uma grande expansão, e a "empresa assumiu obrigações maiores do que poderia assumir". Isso, somado ao fechamento de lojas e franquias, agravou o quadro, e ao retornar ao comando das empresas, Correa teve de apelar a empréstimos.
Murad aponta ainda inconsistência na denúncia de crime patrimonial, uma vez que Ana e Correa são sócios e casados em regime parcial de comunhão de bens. Cita o artigo 181 do Código Penal, que prevê que é isento desse delito cônjuges, ascendentes e descendentes.
Sob essa premissa, Murad e a advogada Diva Nogueira entraram com dois pedidos: um de extinção do inquérito policial e um habeas corpus com pedido de liminar para suspender o inquérito, argumentando que seu cliente está sofrendo "constrangimento ilegal". Também enviou a seguinte nota ao Notícias da TV:
"Sobre os termos das declarações da apresentadora Ana Lúcia Hickmann quanto à ocorrência de supostas fraudes e falsificações em documentos da empresa do casal, bem como as acusações perante o público e na Delegacia de Polícia de Itu/SP, no sentido de que seu marido Alexandre Bello Correa teria desviado valores superiores a 30 milhões de reais do patrimônio empresarial, a defesa declara que não existe nenhuma decisão administrativa ou judicial indicando nesse sentido e que o tema não passa de meras alegações sem qualquer legitimidade.
Além disso, em razão do disposto no artigo 181 do Código Penal Brasileiro, e da inexistência de crimes patrimoniais entre marido e mulher, a defesa de Alexandre já requereu o arquivamento das investigações na forma da lei, por falta de justa causa penal devendo ser absolvido sumariamente.
Por fim, os advogados de Alexandre declaram que todos os recursos captados no mercado financeiro foram depositados nas contas correntes da empresa e de ambos os sócios, cujos valores constam contabilizados no Imposto de Renda de todos e cujos documentos se encontram à disposição das autoridades."
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