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TÁ NA COPA

Sexy, roupa de Deborah Secco melhora comentários sobre futebol; saiba por quê

REPRODUÇÃO/INSTAGRAM

Imagem de Deborah Secco com uniforme personalizado do SporTV

Deborah Secco vestida para comentar o Tá na Copa; roupa da atriz dividiu opiniões do público

PAOLA ZANON

paola@noticiasdatv.com

Publicado em 27/11/2022 - 8h25

Cerveja, mulher pelada e futebol. Esses eram os principais símbolos da masculinidade no início dos anos 2000, quando as mulheres ainda eram obrigadas a explicar a regra do impedimento para serem autorizadas a gostar do esporte. Vinte anos depois, a roupa sexy de Deborah Secco para comentar o Tá na Copa, do SporTV, pareceu ter trazido isso de volta, mas não é bem assim.

A atriz surgiu em uma customização ousada do uniforme que outros comentaristas e apresentadores do canal usam, com partes do corpo à mostra. A versão exclusiva foi para deixar claro que ela não estava ali para fazer análises técnicas, e o uso de elementos do uniforme serviu para mostrar que, apesar disso, ela faz parte do programa.

"A customização não foi por acaso, ela teve licença poética para trazer mais do seu estilo pessoal. Deborah é conhecida por looks mais sexys e chamativos. Vejo mais uma conversa com o público jovem do que um desejo de mostrar o corpo por mostrar", explica a consultora de moda Aysha Corrêa em conversa com o Notícias da TV.

De acordo com a especialista, não foi a atriz nem a roupa dela que sexualizaram o programa, e sim a atenção dada para isso. "Foi como se não fosse possível ser sexy e inteligente ao mesmo tempo", aponta Aysha.

De acordo com um estudo da psicóloga Barbara Fredrickson, realizado em 1998, citado pela consultora de moda, mulheres usando biquíni realmente tiveram um desempenho pior em testes do que homens usando sunga ou outras mulheres com roupa "normal". 

"As próprias mulheres não foram bem pois estavam gastando parte de sua energia preocupadas com a aparência. Ou seja, a roupa pode contribuir para atrapalhar até nossos processos cognitivos se tivermos esse olhar de objetificação", aponta a consultora.

Após as críticas, Deborah fez questão de mostrar que era daquele jeito que ela se sentia mais à vontade e exibiu mais looks ousados para o programa. Como ela mesma não deu bola para a objetificação em torno de sua roupa, sua linha de raciocínio não foi comprometida. Pelo contrário, a roupa a deixou até mais tranquila para falar sobre futebol e reforçar suas opiniões.

Culpar a artista pela sexualização feita por terceiros é o mesmo que dizer que vítimas de violência sexual são culpadas, não os agressores. "Vi comentários pesados nas redes sobre ela usar roupas reveladoras trabalhando com outros homens", destaca Aysha.

"Não foram escolhas aleatórias. Não foram elementos colocados nela para reforçar nada que ela já não tenha apresentado. Deborah é conhecida por seu estilo sexy e descontraído, e é exatamente esse que tem sido seu papel nas transmissões e o que seus looks estão trazendo", conclui a especialista.

Em um momento que a Globo tem avançado na inclusão de mulheres no conteúdo esportivo, as escolhas da atriz reforçam ainda mais a liberdade feminina dentro de um espaço que vem sendo conquistado aos poucos e só tende a crescer.

A mulher não precisa mais provar que gosta de futebol recitando regras de impedimento e escalações de times que brilharam antes mesmo de ela nascer. A mulher agora pode simplesmente gostar e falar sobre isso, como qualquer homem, como sobre qualquer outro assunto.

Confira abaixo os looks que Deborah já usou no Tá na Copa:


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