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MUNDIAL DO CATAR

Com mulheres na Copa, Globo ensaia para virada de chave no esporte feminino

DIVULGAÇÃO/TV GLOBO

Ana Thaís Matos em uma foto de divulgação da transmissão da Copa do Mundo de 2022

Ana Thaís Matos: comentarista vai ser a primeira mulher a estar em transmissões da Copa

GABRIEL VAQUER, colunista

vaquer@noticiasdatv.com

Publicado em 20/11/2022 - 9h00

A Copa do Mundo do Catar, que começa neste domingo (20), será importante para os planos que a Globo tem para o futebol feminino. Com a presença de mulheres na narração e nos comentários, a emissora ensaia para o que acredita ser uma virada de chave do esporte feminino em 2023: o Mundial feminino de futebol, que acontecerá na Austrália e na Nova Zelândia.

Quem diz isso é Joana Thimoteo, diretora de eventos esportivos da Globo, em entrevista exclusiva ao Notícias da TV. Nos últimos anos, a empresa fez esforços para ser mais inclusiva em todas as áreas esportivas. A principal expoente disso é Ana Thaís Matos, que vai à Copa como comentarista de jogos da Seleção Brasileira. Renata Silveira, que se tornará a primeira mulher narradora de Copa masculina, é outro exemplo conhecido. 

"Esse é um dos compromissos mais importantes do Esporte da Globo nos últimos anos. Investimos em ter mais mulheres, mais negros, mais pessoas LGBTQIA+ na nossa equipe, não só para trazer mais diversidade de ideias e perfis, mas também para que quem esteja do outro lado da tela se identifique e se reconheça. Somos um país plural e queremos falar com todo mundo especialmente em um evento da magnitude da Copa. É a Copa de todos para todos", comenta Joana. 

"O aumento do número de mulheres nas transmissões passa diretamente por isso. Temos mulheres ocupando todas as funções nessa cobertura. Estamos investindo também em um maior protagonismo do futebol feminino como um todo, com mais transmissões de competições femininas no SporTV e na TV Globo; 2023 é ano de Copa do Mundo Feminina! E temos certeza de que será um sucesso", torce a executiva. 

De fato, a Globo vai mostrar mais diversidade do que já teve em outras edições da Copa. Além de Ana e Renata, Natália Lara vai narrar no SporTV. Outras mulheres vão participar de programas e transmissões. "Junto da Renata Mendonça, trouxemos os reforços das jogadoras Formiga, Cristiane e Tamires, que vão dar suas visões em atrações e jogos ao vivo", exemplifica a diretora. 

Para o ano que vem, a Globo ainda estuda quantos jogos vai transmitir. A tendência é que seja algo além das partidas do Brasil, até pelo horário da madrugada, que é um elemento facilitador. A emissora chegou a mostrar em TV aberta o sorteio do grupo da seleção brasileira na Copa feminina. Foi a primeira vez que isso ocorreu na história. 

Homens da Copa na Globo são diversos

Entre os homens, a Globo incluiu perfis diversos para comentar a Copa masculina e tentou trazer mais negros para o time. Foram contratados nomes como Roque Júnior, Zé Roberto, Kleberson, Hernanes, Filipe Luís, Michel Bastos, Diego Ribas, Fred, Aloisio Chulapa, Petkovic e Elano.

Uma escalação surpreendente foi a de Luís Castro, técnico português que vem se destacando no Botafogo. Ídolo do Internacional, D'Alessandro também assinou contrato e vai participar de programas. 

"O que mais diferencia nossa cobertura nesta Copa são dois fatores: a busca pela diversidade e representatividade nas nossas equipes e o aprendizado que tivemos nos últimos anos com o uso da tecnologia na cobertura de grandes eventos. Somos cerca de 500 profissionais envolvidos na cobertura do Mundial, mais de 70 no Catar. Em todas as nossas transmissões será possível ver refletida essa busca por diversidade", aposta Joana. 

A diretora nega que a transmissão da Copa do Catar deste ano vire uma reafirmação do que a Globo pode conseguir, já que passou por perrengues com a pandemia de Covid-19 nos últimos anos. A empresa quase perdeu os direitos de transmissão do evento, o que causou uma briga judicial com a Fifa (Federação Internacional de Futebol). No fim, tudo foi resolvido. 

"Encaramos essa Copa como um momento de reconexão. Estamos com um país dividido pela política, ainda sob os efeitos de uma pandemia que trouxe impactos importantes para toda a sociedade. Poucas coisas têm tanto potencial de unir um país como uma Copa do Mundo. Nosso conceito para esta Copa reflete a nossa intenção de reunir as pessoas em torno de uma torcida única. É mais do que futebol. Mesmo quem não é ligado no esporte, de quatro em quatro anos se conecta com a Copa do Mundo. É essa emoção que vamos levar ao público brasileiro", conclui a executiva. 


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