Marília Moreno
Divulgação
A atriz Charlize Theron ao lado da repórter brasileira Marília Moreno: entrevista com climão
FERNANDA LOPES
Publicado em 3/4/2018 - 6h14
Marília Moreno está sempre nos tapetes vermelhos de Los Angeles, nos Estados Unidos, mas nem tudo é glamour nos encontros com astros de cinema. Há sete anos, a brasileira é repórter do programa Sonywood, do Canal Sony, e já enfrentou muitas saias-justas na profissão. Ouviu cantadas e até foi acusada de paquerar uma estrela de Hollywood.
Semanalmente, a repórter de 31 anos faz a cobertura de algum filme que está entrando em cartaz. O convívio com as celebridades acontece em um evento ou em entrevistas realizadas em quartos de hotéis. Nessas, ela já ouviu algumas indiretas e cantadas baratas de famosos.
"O [vocalista do Aerosmith] Steven Tyler falou: 'Seus olhos são maravilhosos'. A gente começa a ver a pessoa de uma forma diferente, né? E [o ator de filmes de ação] Dwayne Johnson, que disse: 'Você pode me chamar de papaizinho'. Eu dei risada, vou fazer o quê? Falei que não, que chamaria de Dwayne mesmo", lembra.
A própria Marília já esteve do outro lado, acusada de paquerar uma estrela de cinema: Charlize Theron. Nervosa ao entrevistar a atriz, que estava irritada no hotel, a repórter a elogiou demais e causou um climão.
"As pessoas falavam pra mim que ela é difícil, que é bem inteligente. Aí já começa aquela pressão. Quando eu vejo que a pessoa não está muito feliz, minha tática é elogiar. Falar que está bonita, concordar, levantar a pessoa. Então a bajulei um pouquinho, elogiei a 'cara poderosa' dela. Charlize respondeu: 'Você está flertando comigo?', lembra Marília.
"Fiquei desconcertada", confessa. A repórter se safou ao dizer que sim, que Charlize era sua "crush", sua referência de mulher. A atriz entendeu e também deu risada.
Desde o ano passado, a questão do assédio sexual em Hollywood gera muita repercussão, depois de dezenas de mulheres denunciarem publicamente casos de abusos cometidos por diretores, atores e produtores.
Marília acredita que os homens dessa indústria hoje têm tanto medo de serem acusados de (mais) alguma coisa que passaram a tomar mais cuidado nos tapetes vermelhos.
"Eles morrem de medo de ter alguma exposição errada. Porque se eles fizerem algo errado, viram notícia. Comigo nunca aconteceu [um caso de assédio], até porque eles estão sempre cercados de produtores. Mas não sei se, numa festa, alguma coisa teria sido diferente", afirma.
reprodução
Marília Moreno durante a entrevista com o "papaizinho" Dwayne Johnson, para o Canal Sony
De São Bernardo para Hollywood
Marília virou repórter de cinema em Los Angeles repentinamente. Ela foi para os Estados Unidos trabalhar como modelo, em 2010, e começou a fazer cursos para apresentação e desenvoltura em TV. Marília fazia uma aula de artes marciais quando a equipe de uma produtora brasileira chegou ao local para uma reportagem sobre o assunto.
A repórter fez amizade e se ofereceu para um teste para o programa que o Sony queria lançar. Com apenas oito meses no país, foi contratada para o emprego que tem até hoje. Em sua primeira cobertura, entrevistou atores como Robert Downey Jr., Samuel L. Jackson e Scarlett Johansson no lançamento de Os Vingadores (2012).
Natural de São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, Marília afirma que não sofre preconceito por ser imigrante no país de Donald Trump. Só ouve clichês sobre brasileiros. "Todas as vezes em que falei que era do Brasil, nunca fui discriminada. Eles já falam de samba, Carnaval, churrascaria", conta.
Sem intenção de voltar ao Brasil para ficar de vez, ela pretende se manter como modelo e apresentadora nos Estados Unidos e sonha alto: sua maior inspiração é a comunicadora e ícone da TV norte-americana Oprah Winfrey.
"Minha perspectiva é realmente continuar crescendo como apresentadora, de repente até conseguir um programa na TV americana. Ou ser uma repórter brasileira em algum programa daqui. Gosto muito da Oprah, ela construiu um império e é uma pessoa boa, que procura ajudar o próximo. É uma pessoa em quem me inspiro 100%", bajula.
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