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EMPRESÁRIA

Por onde anda Júlia Almeida? Filha de Manoel Carlos descarta volta às novelas

REPRODUÇÃO/INSTAGRAM

Júlia Almeida sorri e usa vestido decotado verde, mostrando cicatrizes no colo

Júlia Almeida em foto do Instagram; atriz comanda projeto de preservação de obras de Maneco

REDAÇÃO

redacao@noticiasdatv.com

Publicado em 3/6/2024 - 8h42

Longe das novelas desde uma participação em Tempo de Amar (2018), Júlia Almeida atualmente descarta retomar a carreira de atriz. A filha de Manoel Carlos virou empresária, tem uma marca de moda e também comanda um projeto de preservação do legado do autor.

"A marca é meu escape, meu criativo. Sempre foi uma coisa sazonal, depois que eu parei de atuar. Não tenho vontade de voltar a atuar. Se tiver uma coisa legal, de repente, vou lá e faço. Nunca digo nunca, mas estou muito feliz com meus trabalhos", explicou em entrevista à coluna Play, do jornal O Globo.

Júlia estreou na TV em Felicidade (1991) e emendou papéis em História de Amor (1995), Por Amor (1997), Laços de Família (2000), Presença de Anita (2001), Mulheres Apaixonadas (2003), Um Só Coração (2004), JK (2006), Duas Caras (2007), Caminho das Índias (2009) e A Vida da Gente (2011).

A artista enfrentou preconceito quando começou a atuar. "Tive muito problema na época de ser filha do Manoel Carlos. Fui muito tachada por isso. 'Ela está ali porque é filha do Manoel Carlos'. Sou filha do Manoel Carlos com muito prazer. Carrego este legado com honra", afirmou.

Hoje, ela recorda dos trabalhos nos folhetins com carinho: "Me diverti muito em Mulheres Apaixonadas, mas tenho um grande carinho por Laços de Família e Por Amor. Em Laços de Família, criei um laço de família mesmo com Marieta Severo e Reynaldo Gianecchini. Por Amor fiz com Vivianne Pasmanter, que é uma das minhas melhores amigas até hoje".

"Mulheres Apaixonadas acho maravilhosa porque era muita mulher junta, uma loucura. Não sei como meu pai conseguiu encarnar tantas mulheres e pegar tantas facetas femininas de todos os tipos e de todas as maneiras", completou.

Nos últimos anos, Júlia recebeu de Maneco a missão de preservar seu legado. A empresária assumiu a produtora Boa Palavra, criada pelo escritor, e tem organizado mais de sete mil caixas com sinopses inéditas e livros.

Manoel Carlos, de 91 anos, está afastado dos holofotes e foi diagnosticado com Parkinson. Júlia planeja lançar uma biografia e um documentário sobre o escritor.

"Comecei catalogando, arquivando, organizando tudo. São sete mil caixas com coisas dele. Tem prêmios, coisas do passado, coisas da família. Estou com uma equipe pequena ainda", contou ela.

Cicatriz no pescoço

Sempre que Júlia aparece em uma reprise de novela, as buscas sobre o motivo do corte em seu pescoço disparam. Recentemente, ela compartilhou um vídeo nas redes sociais em que mostra as marcas de nascença.

"Me perguntam muito da minha epilepsia e das cicatrizes. Eu vejo as mídias sociais como um meio de você alimentar as pessoas. Não é uma positividade boba. Faz parte de mim, faz parte da minha vida. Me perguntam: 'Nossa, você tem tanta força, de onde tira essa força?'. Eu digo: 'Do que passei'. Não gosto nunca de me colocar no lugar de vítima. Às vezes, isso assusta um pouquinho. As pessoas: 'Ah, coitada'. Não é isso. Vamos em frente sempre. A gente cai e levanta", refletiu.

As cicatrizes, na verdade, me alimentam, me fortaleceram. Isso não significa que não sofri, que não foi difícil. Significa que aprendi com elas, que aprendi a amá-las. Hoje, me sinto mais bonita, melhor e mais forte. Sempre olhando o passado a gente consegue ser mais forte no futuro e ver aonde a gente chegou.

"É importante olhar o passado. Estou lidando com o passado agora, em relação ao meu pai. Estou olhando o trabalho dele para poder passar para este futuro que está vindo aí, para a galera que está vindo aí, de uma outra forma, o legado dele. Tem a ver com isso também. Tem que ter meu dedinho ali também", arrematou.


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