CASO RAFAEL MIGUEL
REPRODUÇÃO/POLÍCIA CIVIL E INSTAGRAM
Paulo Cupertino é acusado de ter assassinado o ator Rafael Miguel (1996-2019); julgamento foi anulado
Durou cerca de quatro horas o julgamento de Paulo Cupertino, acusado de assassinar o ator Rafael Miguel (1996-2019). O réu destituiu sua defesa, liderada pelo advogado Alexander Neves Lopes, durante o primeiro dia de depoimento das testemunhas. Com isso, a Justiça anulou o que havia sido feito, e uma nova data precisará ser marcada --com novos jurados.
O julgamento havia começado por volta das 15h30, depois de um longo atraso, mas foi interrompido e anulado às 19h30, quando Cupertino desistiu da defesa de Neves Lopes. Até então, haviam deposto sua ex-mulher, Vanessa Tibcherani, e sua filha, Isabela Tibcherani --namorada de Rafael Miguel.
As duas apontaram Cupertino como o único culpado pela morte do ator de Chiquititas (2013) e de seus pais, João Alcisio Miguel e Miriam Selma Miguel. O réu foi descrito como um homem extremamente ciumento, que não apenas não apoiava o namoro da filha como a impedia de sair de casa e encontrar outras pessoas.
Na sua decisão de "demitir" o advogado, Cupertino apontou "quebra de confiança". Acusado por triplo homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil e recurso que impossibilitou a defesa das três vítimas, ele terá de aguardar um novo julgamento em prisão preventiva. O homem fugiu no dia do crime e só foi encontrado quase três anos depois. Ele alega inocência.
Também seriam julgados Eduardo Jose Machado, de 45 anos, e Wanderley Antunes Ribeiro Senhora, de 59. Segundo o Ministério Público, os dois ajudaram Cupertino a fugir e a se esconder depois de assassinar Rafael e a família. Ambos respondem em liberdade.
Primeira a depor, Vanessa Tibcherani afirmou ter sido agredida várias vezes pelo ex-marido durante 22 anos de relacionamento. Ela falou que chegou a registrar boletins de ocorrência, mas que acabou desistindo do processo porque teria sido ameaçada por Cupertino.
Isabela contou que também apanhou do pai, que quebrou um prato na cabeça dela em uma briga. Segundo a jovem, ele também teria tentado enforcá-la. Ela alegou que apenas sua melhor amiga tinha permissão para visitá-la, e que a relação com o pai ficou ainda mais complicada após ele descobrir o namoro com Rafael Miguel.
Com a anulação do julgamento e a troca de advogados de defesa, as duas precisarão depor novamente quando o juiz remarcar a data. Ao UOL, o advogado das duas, Ricardo Marinho, afirmou que o movimento de Paulo Cupertino demonstrava seu "mau-caratismo": "Eu avisei que a defesa ia agir de forma ardilosa para poder de todas as formas prejudicar esse julgamento".
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