Pai de adolescente negro, Rainer Cadete ensinou filho a lidar com a polícia

Pai de um adolescente negro, Rainer Cadete teme que o filho seja abordado com truculência pela polícia. O ator fez questão de ensinar Pietro, de 14 anos, a se portar caso precise lidar com as autoridades. "Tenho muito medo porque existe uma necropolítica nesse país onde o Estado decide quem vive e quem morre, e é muito complicado lidar com isso", explicou o artista. 

Em entrevista à revista Quem, o intérprete de Visky de Verdades Secretas (2015) contou detalhes de sua relação com o garoto. O jovem é fruto do relacionamento dele com a ex-namorada Aline Alves. Na época, o artista tinha 18 anos. 

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Pietro cresceu em Brasília e foi morar com Cadete no Rio de Janeiro um pouco antes do começo da pandemia de covid-19 no Brasil. O artista ressaltou que não deixa o garoto sair sozinho na cidade por medo: "Eu levo e busco". 

Pietro e Rainer em foto do Instagram

O temor do intérprete tem justificativa. Por ser pai de um adolescente negro, o global tem receio de que o garoto seja abordado com preconceito pela polícia. O pai ensinou ao jovem em como se comportar nesses casos:

Tivemos várias conversas como o fato de que ele não poder correr, não usar boné... Se a polícia parar, ele deve ser muito educado e solícito com os policiais, não criar nenhum tipo de confronto porque eles estão vindo de um lugar de muita adrenalina, e não compactuar com esse lugar, tem que manter a calma.

O problema com a polícia não é o único assunto difícil com que ator de 34 anos precisa lidar. Rainer Cadete disse que o primogênito já foi a única criança negra na sala de aula: "Eu mostro isso para Pietro porque vivemos em um país racista e sexista. Meu desafio é guiar meu filho em relação a essas estruturas que existem e que a gente tem que desconstruir”, finalizou.