ESCRITORA CONSAGRADA
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A escritora Lygia Fagundes Telles, que morreu neste domingo, aos 98 anos, de causas naturais
Morreu neste domingo (3), de causas naturais, a escritora Lygia Fagundes Telles (1923-2022). Ela tinha 103 anos e estava em sua casa, de acordo com o site G1. Membro da Academia Brasileira de Letras, Lygia foi uma das escritoras mais importantes do Brasil. Entre as dezenas de livros que publicou está Ciranda de Pedra, obra que foi adaptada para a teledramaturgia da Globo.
Lygia nasceu em São Paulo em 1918, e não em 1923, como era anunciado publicamente. Dois dias após a morte dela, o genealogista Daniel Taddone revelou em suas redes sociais que, na identidade de Lygia e em documentos como certidão de casamento, consta 1918 como ano de nascimento dela. A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, responsável pela expedição dos documentos, confirmou os dados.
A autora publicou seu primeiro livro de contos aos 15 anos. Se formou em Direito pela USP (Universidade de São Paulo), mas dedicou sua carreira e sua paixão à literatura.
A autora considerava que o livro Ciranda de Pedra, de 1954, havia sido o marco inicial de sua obra literária. O romance virou novela na Globo. A primeira versão foi ao ar em 1981, com Eva Wilma (1933-2021), e a segunda em 2008, com Ana Paula Arósio no elenco.
Na história, que se passa em São Paulo nos anos 1940 e 1950, a protagonista é Virgínia, uma jovem que precisa lidar com a mãe, Laura, que dá sinais de loucura após se separar do marido. As duas se mudam para a casa de um médico, com quem Laura tem um caso. Enquanto isso, as outras duas filhas da mulher ficam morando com o pai.
Os conflitos da família são o plano central da trama, mas outros personagens foram criados para as versões televisivas da obra. Ciranda de Pedra foi adaptada nos anos 1980 por Teixeira Filho e nos 2000 por Alcides Nogueira.
"Eu ficava muito interessada, porque não sabia o que ia acontecer, não sabia nada. Eu não tive a menor participação nessa telenovela. No entanto, entendo que Ciranda de Pedra é uma novela feita com muita dignidade", disse Lygia em entrevista à revista TV Guia, em 1981.
Além de Ciranda de Pedra, ela escreveu obras muito reconhecidas e celebradas na literatura brasileira, como Verão no Aquário (1963), Antes do Baile Verde (1970), As Meninas (1973) e Seminário dos Ratos (1977). Nos anos 1970, participou de manifesto contra a censura.
Lygia entrou para a Academia Brasileira de Letras em 1985 e foi consagrada em 2005 com o Prêmio Camões, distinção maior em língua portuguesa pelo conjunto de seu trabalho.
O velório da escritora acontece neste domingo, na Academia Paulista de Letras, no centro de São Paulo, com abertura para o público. O corpo dela será cremado. O Estado de São Paulo decretou luto de três dias pela morte de Lygia Fagundes Telles.
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