Leny Andrade morre aos 80 anos no Rio; cantora fez história no jazz e na MPB

Leny Andrade morreu nesta segunda (24), aos 80 anos, no Rio de Janeiro. A cantora era conhecida como a diva do jazz, construiu carreira internacional e ainda se destacou no gênero MPB. A equipe que cuida das redes sociais da artista confirmou a morte, mas a causa não foi revelada. Ela vivia no Retiro dos Artistas e estava internada há dois dias com pneumonia.

"A diva do jazz brasileiro, Leny Andrade, foi improvisar no palco eterno. Leny faleceu nesta manhã, cercada de muito amor. As informações do velório serão divulgadas em breve. A voz de Leny Andrade é eterna!", escreveu a assessoria de imprensa dela no Instagram.

Solteira e sem filhos, Leny se mudou para o Retiro dos Artistas em janeiro de 2019. Na época, ela já estava com a saúde fragilizada e apresentou perda de memória recente. A artista recebia visitas dos amigos Gilson e Eliana Peranzzetta, músico que tocava com ela e sua empresária, respectivamente.

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Em sua última entrevista, ela relembrou os inúmeros países em que viveu e elegeu o México como o local em que passou os melhores momentos de sua vida. "Adorei morar no México. Lá você aprende tudo. A beber, a cantar, a trepar. Homens maravilhosos! Com direito a cama quebrada", brincou, em conversa com o jornal O Globo.

Na TV, Leny fez sua última aparição no Conversa com Bial, em novembro de 2019. Ela rebateu a fama de ser rigorosa na escolha do repertório de seus shows e afirmou que tinha projetos com outros cantores para o futuro.

"Eu aprendi a cantar com a Dalva de Oliveira [1917-1972], com a Marlene, que era minha madrinha. A irmã da Marlene era Elza Novaes, que era um escândalo de afinação, era uma beleza de cantora, mas elas cantavam só clássico. Com a mamãe tocando aquele piano lindíssimo. Mamãe era professora, mamãe sabia tudo", contou.

Leny Andrade já se apresentava em programas de calouros e rádios aos 15 anos. Estudou no Conservatório Brasileiro de Música e começou a cantar profissionalmente em uma orquestra renomada. A artista acompanhou o surgimento da Bossa Nova e se tornou "cria" do Beco das Garrafas --local boêmio do Rio de Janeiro com muito jazz, samba e bossa nova.