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SENTENÇA CONFIRMADA

José de Abreu terá de pagar R$35 mil a Vereza após chamá-lo de 'esclerosado'

REPRODUÇÃO/INSTAGRAM

Montagem com uma foto de José de Abreu, sorridente e de óculos escuros, e outra de Carlos Vereza, sério

José de Abreu e Carlos Vereza em fotos nas redes sociais; eles tiveram embate judicial

REDAÇÃO

redacao@noticiasdatv.com

Publicado em 30/9/2024 - 8h15

Apesar de ter entrado com um recurso, o ator José de Abreu precisará pagar R$35 mil ao também ator Carlos Vereza devido a um processo por danos morais. Abreu foi processado após chamar o colega de "sem caráter", "esclerosado" e "fascista" em uma postagem no X, feita em janeiro de 2020. Ele também o acusou de agredir uma colega com uma bengala durante a novela Corpo Dourado (1998).

Agora, a 16ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça (TJ) do Rio rejeitou o recurso de Abreu e confirmou que ele precisará pagar a indenização. A atualização foi publicada pela coluna de Ancelmo Gois, do jornal O Globo, na manhã desta segunda (30).

A briga judicial começou com uma queixa-crime, registrada por Vereza em 13 de fevereiro de 2020 --menos de duas semanas após a discussão online. Mas o processo foi recusado na vara criminal, conforme divulgado com exclusividade pelo Notícias da TV. O juiz Rudi Baldi Loewenkron, da 34ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio, rejeitou a ação, que imputava os crimes de calúnia, injúria e difamação a José de Abreu.

O magistrado afirmou que não havia "prova de existência dos crimes suficientes para deflagrar a ação penal privada, motivo pelo qual rejeito a queixa-crime", como afirmado pelo juiz em seu despacho, emitido em fevereiro de 2021. 

Em abril, os advogados de Vereza entraram com a ação na esfera cível. Ele pediram uma indenização de R$80 mil, sob a justificativa de que as declarações de Abreu tinham a intenção de difamar o veterano e prejudicar sua reputação. Ele também exigiu uma retratação pública, proporcional à quantidade de publicações no Twitter do réu endereçadas ao autor da ação.

O caso foi acatado, e Flavia de Almeida Viveiros de Castro assumiu o posto de juíza titular. No processo, Abreu argumentou que apenas fez uso do seu direito de livre pensamento e que, no âmbito criminal, a queixa-crime apresentada por Vereza com base nos mesmos fatos acabou sumariamente rejeitada.

Ainda assim, o intérprete de Joaquim em O Cravo e a Rosa (2000) venceu a ação --apesar de a indenização ter sido fixada em R$35 mil. Abreu recorreu, mas a sentença foi confirmada mesmo assim.

Como se deu a briga entre os atores?

O imbróglio começou em 27 de janeiro de 2020. Em suas redes sociais, Abreu fez duras críticas a Regina Duarte, que naquela época havia acabado de aceitar o convite de Jair Bolsonaro para assumir a secretaria especial da Cultura.

Vereza foi às redes sociais pedir que ex-colega da Globo tivesse mais cuidado ao falar das escolhas da colega de profissão. "Alô, José de Abreu! Respeite a Regina Duarte! Respeite as escolhas diferentes das suas! Sempre te tratei com afabilidade, aceitando seu ponto de vista em questões ideológicas. Por que vibrar sempre no ódio, nas baixas energias? Procure em você o lado mais generoso, que, com certeza, possui", iniciou.

"Embora não acredite, estamos numa democracia, 57 milhões de eleitores fizeram uma escolha, assim como você. Esqueça os tristes adjetivos, o país carece de amabilidade. Espere, calmamente, até 2022 e vote nos seus candidatos", finalizou ele, citando um verso de Arthur Rimbaud (1854-1891) para o colega.

Abreu, então, foi ao Twitter para responder e comentar o texto do artista de 85 anos. "Meu caro colega Carlos Vereza. Achei muito bonito seu apelo para que eu respeite Regina Duarte. Mas, infelizmente, eu não respeito nem fascistas nem quem os apoia, como você e ela", publicou.

"Achei bonita sua hipocrisia, sua falta de caráter e memória, digna de um esclerosado que costuma falar com supostos aliens, considerados 'espíritos superiores' que vieram visitá-lo em discos voadores, como se pode ver em um vídeo postado na rede", continuou.

Ele também debochou da menção de Vereza a Rimbaud. "[Ele é] um artista louco como eu, não como você, doente, que vê discos voadores. Uma loucura sadia, produtiva, como deve ter todo artista. Como a minha, que ataca fascistas e apoiadores de fascista, como você e Regina Duarte, mas que jamais atira uma bengala numa colega em início de carreira, em cena, como você fez na novela Corpo Dourado. Eu estava lá e vi", cravou.


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