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Sebastian

Ícone da TV nos anos 90 revela rotina exaustiva: '10 horas dando autógrafo'

Biga Pessoa/Divulgação

Sebastian Fonseca foi garoto-propaganda de uma grande rede de lojas de 1990 a 2010 - Biga Pessoa/Divulgação

Sebastian Fonseca foi garoto-propaganda de uma grande rede de lojas de 1990 a 2010

FERNANDA LOPES

Publicado em 21/2/2017 - 5h37

Primeiro garoto-propaganda negro do país, Sebastian Fonseca foi uma figura marcante na publicidade durante duas décadas. No início dos anos 1990, era tão presente nos intervalos comerciais que chegou a ser chamado de "Abuse e Use", o slogan da rede de lojas que representava, a C&A. Foram cerca de 2.400 comerciais entre 1990 e 2010. Hoje, aos 50 anos, ele tem tempo para cuidar de um projeto social, fazer outros comerciais e se dedicar à música.

"Minha rotina era toda dedicada à loja. Eu viajava, inaugurava lojas, participava de indução de trainee, de lançamento de shopping, de shows. Vivia em ponte aérea, aeroporto e hotel. Essa era a missão em que eu me coloquei. Numa [inauguração] loja, ficava de seis a dez horas dando autógrafo. Era uma fila que não terminava. Eu atendia todas as pessoas do momento em que abria a loja até o final da tarde. Agradecia muito o apoio das pessoas àquilo que estávamos fazendo", conta.

Dançarino, cantor e ator, Sebastian começou a carreira na adolescência, fazendo teatro em Belo Horizonte, sua cidade natal. Se mudou para São Paulo e fez teste para as campanhas comerciais em 1989. Ele estima que tenha gravado cerca de dez comerciais por mês durante 20 anos de vínculo com a C&A.

Há sete anos ele não faz mais parte da divulgação da rede de lojas, e até hoje diz não entender completamente o que aconteceu na época em que foi dispensado: "Não houve um desgaste, houve uma mudança de rumo. A empresa mudou de agência, quis fazer uma comunicação melhor do que já estava acontecendo, eu imagino. Até hoje não entendo muito bem, não ficou muito claro por que mudaram a linha de comunicação".

Sebastian continua a trabalhar na publicidade _participou de comerciais de um shopping e de uma construtora no Rio Grande do Sul, por exemplo.

Quase 30 anos depois de se revelar como o primeiro garoto-propaganda negro do Brasil, Sebastian ainda vê o mercado publicitário "extremamente conservador". Acha que o país ainda está começando a se reconhecer como um país plural. "Nós somos realmente míopes, e quando uma multinacional abriu os olhos [para a população negra], ela se tornou líder no mercado", afirma.

reprodução/sbt

Sebastian em entrevista no The Noite em 2016; ele chegou a fazer um programa piloto no SBT

Longe das campanhas nacionais desde 2010, Sebastian teve uma chance de voltar à TV aberta. Logo após a saída de Roberto Justus do SBT, em 2010, ele chegou a gravar um piloto na emissora para um programa com formato parecido com o do Um Contra Cem. Porém, na época, Patrícia Abravanel também começava a fazer testes para virar apresentadora, e Sebastian acabou perdendo a vaga no SBT.

Mas a carreira artística dele não parou por aí. Sebastian lançou o CD Melado de Nego, com música de mesmo nome que foi escrita para ele por Carlinhos Brown. "É uma coisa mais ligada à poesia, para levantar a autoestima do brasileiro. Como [antes] não tinha agenda, só vivia pela empresa, eu não dei sequência às minhas turnês. Agora estou me organizando para isso. Aí sim eu consigo recuperar todo o espaço e tempo perdidos", explica.

Ele também começa a se lançar como cantor internacional e planeja lançar três livros _um deles é uma biografia. "Estou num momento muito importante da minha vida. Uma emissora de rádio [de Miami, Estados Unidos] vai colocar na grade dela minha música para que o público faça seu julgamento", revela.

Nos "bastidores", Sebastian cuida há 14 anos de seu projeto social, a ONG Núcleo de Artes Cênicas Sebastian, que oferece oficinas, debates e produção de espetáculos de dança, literatura e teatro para crianças e jovens na cidade de Osasco, Grande São Paulo.  

"O núcleo é um projeto que tem a missão de sugerir, provocar e promover uma visão cidadã levando a criança a sério. Temos que aprender a levar mais a sério nossas crianças, elas têm que ser vistas, observadas e reconhecidas como seres pensantes. Dependemos hoje de um apoio de parceiros, da sensibilidade do grande, médio e pequeno empreendedor. Sou um agente social, um cidadão social", afirma.


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