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A QUEDA DO PODEROSO

Harvey Weinstein é condenado por agressão sexual e estupro

Reprodução/Hulu

O produtor Harvey Weinstein em cena do documentário Untouchable, do streaming Hulu

O produtor Harvey Weinstein em cena do documentário Untouchable, do streaming Hulu

REDAÇÃO

Publicado em 24/2/2020 - 15h46

O produtor Harvey Weinstein, considerado um dos homens mais poderosos de Hollywood nas décadas de 1990 e 2000, foi considerado culpado por estupro e agressão sexual nesta segunda (24). O executivo, porém, foi inocentado das acusações de agressão sexual predatória, que poderiam levá-lo à prisão perpétua. Agora, sua pena chegará, no máximo, a 29 anos.

A sentença oficial só será anunciada em 11 de março. De acordo com o site da revista Hollywood Reporter, o poderoso de 67 anos pode pegar entre cinco e 25 anos pela condenação de agressão sexual, e de 18 meses a quatro anos pela de estupro. O julgamento, um dos mais noticiados da indústria cinematográfica, durou seis semanas. Os jurados se isolaram durante cinco dias para chegar a uma decisão.

As denúncias contra Weinstein foram vistas como um dos principais estopins para o movimento #MeToo, em que mulheres vítimas de assédio e abuso sexual passaram a denunciar os poderosos que as haviam aracado na indústria do entretenimento.

Donna Rotunno, líder da equipe de advogados do produtor, já anunciou que vai recorrer da decisão. "Os jurados chegaram aqui já sabendo tudo sobre o caso. Não conseguimos encontrar um júri que não conhecesse Harvey Weinstein. A luta não acabou", disse ela à imprensa após a condenação de seu cliente.

Segundo a lei dos Estados Unidos, uma pessoa não pode participar do júri se ela já tiver conhecimento do caso que está sendo julgado, alguma associação com os envolvidos ou não se sentir à vontade para tomar uma decisão a partir dos fatos apresentados no tribunal.

Atrizes que haviam denunciado Weinstein, como Mira Sorvino, Ashley Judd e Rosanna Arquette, comemoram a decisão desta segunda. "O início da justiça. Vem por aí, minhas irmãs", escreveu Mira em seu perfil no Twitter. "Para as mulheres que testemunharam nesse caso, e atravessaram um inferno traumático, vocês prestaram um serviço público para garotas e mulheres no mundo todo. Obrigada", valorizou Ashley.

"Minha gratidão para as mulheres corajosas que testemunharam, e para o júri que viu além das táticas sujas da defesa. Nós vamos mudar as leis no futuro para que vítimas de estupro sejam ouvidas, e não descreditadas, para que seja mais fácil às pessoas denunciarem seus assédios", finalizou Rosanna.

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