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Dentista Igor Palhano afirma que foi vítima de racismo em shopping do Rio de Janeiro
Após ser detido por seguranças de um shopping na zona oeste do Rio de Janeiro, Igor Palhano afirmou que prestou queixa de racismo contra o estabelecimento na Decradi (Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância). Filho do comediante Mussum (1941-1994), o dentista disse que nunca foi de se vitimizar, mas que se sentiu humilhado com a situação.
Em comunicado nas redes sociais, a empresa reforçou que "repudia veementemente qualquer tipo de discriminação" e que o cliente foi abordado por seguranças por "tentar sair do local sem o ticket de estacionamento".
"Eu me senti humilhado. Nunca fui de me sentir vitimizado. Já estou acostumado a isso e tentava levar numa boa. Mas me privaram de sair e o shopping já estava fechado", disse Palhano em entrevista ao jornal O Globo.
O dentista de 30 anos afirmou que o caso foi registrado como intolerância étnico-racial e que não tem dúvidas de que foi vítima de racismo. "Cheguei a falar para os seguranças que aquela conduta só valia para mim. Se fosse uma pessoa branca numa moto vermelha isso não seria aplicado. Não teve nenhum relato de roubo a moto dentro do shopping. Não fazia sentido. É revoltante."
Em seu perfil no Instagram, Palhano publicou uma série de vídeos na qual relata a abordagem dos seguranças do shopping. Ele contou que foi impedido de deixar o estacionamento do shopping Park Jacarepaguá, na zona oeste da capital fluminense, com sua moto sob alegação de que veículo seria roubado.
Ele afirmou ainda que o segurança pediu para ver a documentação do veículo e que foi cercado por um grupo de seguranças após mostrar o documento: "Ele olhou e depois disse que eu não poderia sair por medidas de segurança".
"Primeira vez na vida que eu sofro racismo mesmo, propriamente dito. Eu sempre fui contra isso. Acabei de sofrer racismo aqui, porque eu não posso sair do shopping. Estão alegando que a minha moto é roubada. Eu já apresentei documento da moto e identidade e não me deixam sair do shopping", disse o dentista em vídeo publicado na quarta passada (2).
Além dos vídeos, o filho de Mussum publicou um longo texto para comentar como havia se sentido após a abordagem dos seguranças no estabelecimento comercial. "Parece que agora chegou a minha vez. Sempre entrei e saí dos lugares com cabeça erguida e hoje estou completamente arrependido de ter frequentado esse lugar com pessoas que não tem um pingo de consideração pelo ser humano. Estou com nojo e agora entendo as grandes revoltas e lutas. Sim, eu sofri racismo é pesado."
"Se eu fosse branco, acho que com certeza eu já estaria na rua", continuou Palhano, ao destacar ter sido acompanhado por um segurança até a saída do estacionamento do shopping.
"Eu disse que isso era uma vergonha e uma falta de respeito e que se eu fosse branco com certeza não seria assim, pois eu apresentei os documentos e mesmo assim proibiram a minha saída do shopping. E depois fui escoltado feito um bandido até a porta", prosseguiu.
"Então eu pergunto, ser preto hoje em dia é isso? Vou precisar fazer mais quantas faculdades para tentar ser visto de outra forma? Ou preciso usar máscara branca na cara? Acho que nem assim tenho respeito. Nojo desse shopping e nojo desses seguranças."
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Em comunicado no perfil oficial do estabelecimento comercial do Instagram, o shopping Park Jacarepaguá afirmou que Igor Palhano tentou sair do estabelecimento sem apresentar o ticket de estacionamento e, por isso, os seguranças teriam solicitado a documentação do veículo.
"Tal procedimento é comum a qualquer pessoa que queira deixar o estacionamento sem a apresentação do ticket e é prevista na Lei Municipal nº 6.468/ 2019. O shopping reforça ainda que repudia veementemente qualquer tipo de discriminação e que está aberto ao diálogo com o cliente e à disposição das autoridades caso seja necessário qualquer esclarecimento", disse o estabelecimento comercial.
Após a publicação, a empresa acrescentou nota complementar em que informa que o dentista "utilizou a cancela de carros para acessar o interior do estacionamento destinado apenas a automóveis, não utilizando assim o estacionamento de motos, que é gratuito".
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Leia a íntegra do comunicado do shopping Park Jacarepaguá:
Em relação ao caso divulgado em rede social sobre um possível ato de discriminação, a administração do shopping esclarece que, ao tentar sair do estabelecimento sem a apresentação do ticket de estacionamento, foi solicitado ao cliente apresentar a documentação.
Tal procedimento é comum a qualquer pessoa que queira deixar o estacionamento sem a apresentação do ticket e é prevista na Lei Municipal nº 6.468/ 2019. O shopping reforça ainda que repudia veementemente qualquer tipo de discriminação e que está aberto ao diálogo com o cliente e à disposição das autoridades caso seja necessário qualquer esclarecimento.
Editado: conforme apurado, o cliente utilizou a cancela de carros para acessar o interior do estacionamento destinado apenas a automóveis, não utilizando assim o estacionamento de motos, que é gratuito.
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