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LUTO

Ex-jogadora de vôlei e campeã olímpica, Walewska Oliveira morre aos 43 anos

REPRODUÇÃO/INSTAGRAM

Walewska Oliveira sorri e usa uma blusa branca

Walewska Oliveira em foto publicada no Instagram; ex-jogadora de vôlei morreu na quinta (21)

REDAÇÃO

redacao@noticiasdatv.com

Publicado em 22/9/2023 - 7h43
Atualizado em 22/9/2023 - 8h38

[Alerta de gatilho: este texto contém informações que podem ser sensíveis a pessoas com depressão ou tendências suicidas]

A ex-jogadora de vôlei Walewska Moreira de Oliveira morreu aos 43 anos na noite de quinta-feira (21), após cair do 17º andar do prédio onde morava, no bairro de Jardins, em São Paulo. A ex-atleta conquistou o ouro com a Seleção Brasileira Feminina nas Olímpiadas de Pequim, em 2008, e estava aposentada desde 2022, quando encerrou a carreira no Praia Clube.

A polícia investiga a possibilidade de suicídio. Segundo o boletim de ocorrência feito pelo 78º Distrito Policial e obtido pelo G1, a ocorrência foi registrada às 18h09 de quinta-feira, com a comunicação às 20h19.

A gestora do prédio relatou que a ex-atleta caiu na sacada do apartamento do primeiro andar. O resgate foi acionado, e paramédicos tentaram reanimá-la, mas constataram o óbito no local.

A ex-jogadora também se destacou nos jogos de Sidney, em 2000, quando ganhou o bronze, e disputou as Olimpíadas de Atenas, em 2004.

No início do ano, a ex-atleta lançou sua biografia, intitulada de Outras Redes, na qual narrou sua trajetória até as quadras. Ela também fez o documentário O Último Ato.

No último dia 20, ela deu uma entrevista ao podcast Ataque Defesa, do jornalista Alê Oliveira, e falou sobre os planos para o futuro. A ex-jogadora tinha seu próprio podcast, o Olympic Mind, projeto em parceria com a terapeuta Margareth Signorelli.

Nesta semana, Walewska esteve em alguns eventos na capital paulista. Ela também se encontrou com o técnico Abel Ferreira no Centro de Treinamento do Palmeiras.

Investigação

Segundo o boletim de ocorrência, Walewska estava sozinha desde às 16h50 na área de lazer, localizada no 17º andar, que possui câmeras no corredor e acesso apenas com biometria para moradores do condomínio. Ela carregava uma pasta e uma garrafa de vinho na mão.

Uma auxiliar de limpeza encontrou com Walewska sentada à mesa. Em depoimento, a funcionária afirmou ter conversado rapidamente com a atleta. "Ela não chorava e falava normalmente", relatou o documento.

Ricardo Alexandre Mendes, marido de Walewska, chegou ao apartamento do casal às 17h30. Para a polícia, declarou não saber que a mulher já estava no prédio. Ele recebeu uma mensagem de texto da atleta às 18h07, que comentava o relacionamento desgastado de ambos.

O marido contou que, por volta das 18h29, uma mensagem sobre o acidente de Walewska foi enviada no grupo do prédio. Em seguida, a gestora do edifício foi ao apartamento de Mendes e contou o que havia acontecido com a atleta. "Impactado e abalado com a notícia", ele permaneceu no imóvel.

Vida e carreira

Walewska nasceu em Belo Horizonte, Minas Gerais. Saiu de casa aos 12 anos e foi de ônibus até o primeiro teste de vôlei. Ela jogou em vários clubes ao longo da carreira, como Minas, Osasco e Praia Clube.

A ex-atleta foi convocada para a Seleção Brasileira pela primeira vez em 1997, por Bernardinho. Com o técnico, ela conquistou o ouro nos Jogos Pan-Americanos de Winnipeg, no Canadá, em 1999, e o bronze na Olimpíada de Sidney, em 2000. Depois, conquistou mais títulos sob o comando de Zé Roberto.

Em Pequim, a central fez história com a conquista do primeiro ouro olímpico do vôlei feminino. Também ganhou o bronze em Sidney e ficou com o quarto lugar em Atenas.

A despedida das quadras aconteceu no Sul-Americano de vôlei 2022. O último jogo de Walewska foi contra o Regatas Lima, do Peru, pela fase de grupos. Ela ficou no banco de reservas na semifinal contra o Sesi-Bauru e na final contra o Minas.

No Praia Clube, ela se reafirmou como uma das maiores centrais da história do vôlei brasileiro. Na temporada 2017/2018, foi o pilar da primeira conquista do clube na Superliga. Depois, passou um ano vestindo a camisa do Osasco, mas retornou à cidade mineira para seus últimos anos como profissional.

Homenagens

Amigos e fãs lamentaram a morte de Walewska nas redes sociais. O Praia Clube publicou uma nota de pesar. "O vôlei brasileiro e a comunidade esportiva perderam uma verdadeira lenda, e nossos pensamentos estão com a família e amigos neste momento difícil", iniciou a nota.

"Que sua memória e legado continuem a brilhar como uma fonte de inspiração para as gerações futuras. A camisa número 1, usada por Wal, foi eternizada na nossa equipe em 2022 e será para sempre lembrada", disse o último time defendido pela central.

A Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) também enalteceu as conquistas e a carreira premiada dela. "Walewska era uma jogadora especial, sua trajetória no esporte será para sempre lembrada e reverenciada. Neste momento tão difícil, a CBV se solidariza com a família e os amigos desta grande jogadora", escreveu Radamés Lattari, o presidente da CBV.

Sheilla Castro, da seleção feminina de vôlei, compartilhou uma foto com Wal no lançamento do livro dela em Belo Horizonte: "Walzinha, você sempre foi um exemplo para mim dentro e fora das quadras. Dor é grande demais. Agora o luto é diferente pela sua partida precoce".

A ex-jogadora olímpica e atriz Lica Oliveira também lamentou a morte. "Muitas preces por você, por seus familiares, amigos(as) e fãs. Família voleibol em luto", disse.

Walewska deixa o marido, Ricardo Mendes, com quem era casada há 20 anos. Ele foi empresário da atleta e a ajudou a gerenciar a carreira no auge. A ex-atleta não teve filhos.


Se você está atravessando um momento difícil e precisa de ajuda, ligue para o CVV (Centro de Valorização a Vida), no número 188, e receba apoio emocional e prevenção do suicídio. A ligação é sigilosa e gratuita para todo o território nacional.


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