MAGRÃO
REPRODUÇÃO/SBT
Roberto Manzoni em entrevista ao The Noite; diretor de TV morreu na madrugada desta sexta (10)
O diretor Roberto Manzoni, mais conhecido como Magrão, morreu aos 74 anos na madrugada desta sexta-feira (10). O profissional foi responsável por sucessos da televisão brasileira entre as décadas de 1970 e 2000, como Viva a Noite (1982-1992) e Domingo Legal --tanto sob o comando de Gugu Liberato (1959-2019) quanto Celso Portiolli. Ele também esteve à frente da reestreia do Programa Silvio Santos.
Manzoni começou a carreira como operador de VT na TV Excelsior. Também trabalhou na sede paulista da Globo. Migrou para o SBT na década de 1970, dirigindo o Domingo no Parque (1977-1988), apresentado por Silvio Santos. Na década seguinte, fez uma parceria bem-sucedida com Gugu no Viva a Noite.
No Domingo Legal, o diretor ajudou o programa a ganhar várias vezes as guerras de audiência contra o Domingão do Faustão (1989-2021). Ele se demitiu e deixou a atração em setembro de 2003, depois que perdeu a liderança para o programa de Fausto Silva.
Magrão também estava insatisfeito com as mudanças no dominical, que teve que cortar quadros mais apelativos por causa de uma campanha contra a baixaria na televisão, chamada de Quem Financia a Baixaria É Contra a Cidadania.
Na época, o Domingo Legal passou a investir mais em jornalismo e diminuiu as atrações musicais. Ele ainda não gostou de ter de dividir a direção com Maurício Nunes.
A saída de Manzoni aconteceu pouco antes da falsa entrevista com membros do PCC comandada por Gugu. O diretor voltou ao Domingo Legal após 20 dias, atendendo ao apelo do próprio Silvio Santos.
Apesar de ter se destacado no SBT, ele também passou pela Band nos anos 2000 e foi diretor do Jogo da Vida (2003-2005), programa de Márcia Goldschimidt.
Manzoni estreou como apresentador em O Poderoso Magrão (2005-2006), na TV Gazeta, mas deixou a emissora para se candidatar a deputado federal pelo PDT (Partido Democrático Trabalhista).
Voltou para a emissora de Silvio Santos em 2007, quando participou de uma nova versão do Viva a Noite com Gilmelândia. Também dirigiu a reestreia do Programa Silvio Santos, em 2008, e o Sabadão (2015-2017). Deixou o SBT definitivamente em 2016 para cuidar da saúde.
Ele ainda escreveu o livro autobiográfico Os Bastidores da Televisão Brasileira, no qual relata histórias dos tempos em que esteve à frente de programas de auditório.
Manzoni ainda trabalhou como produtor musical. Ele foi creditado como compositor das músicas A Dança da Galinha Azul, Fio Dental e Marcha da Bicharada --cantadas por Gugu Liberato. O nome dele também aparece na produção do álbum Provocante, do grupo Dominó.
Magrão deixa a mulher, Mara, o filho, João Gabriel, e a neta, Beatriz.
Nas redes sociais, Celso Portiolli lamentou a morte. "Hoje dizemos um adeus cheio de saudade ao nosso querido Magrão, o Roberto Manzoni. Diretor de tantos programas que amamos no SBT, ele sabia como ninguém dar vida a um programa de auditório", escreveu no Instagram.
"Seu trabalho tocou tantas vidas, e sua ausência será sentida em nossos corações. Nossos pensamentos estão com a família e amigos do nosso grande diretor Magrão neste momento difícil. Vamos sempre lembrar dele com carinho e gratidão por todos os momentos felizes que nos proporcionou. Obrigado, Magrão", afirmou o apresentador.
Sonia Abrão também se pronunciou sobre a perda do diretor. "Magrão, meu amigo querido, aprendi muito com você quando trabalhei, sob sua direção, no Domingo Legal! Vai voltar a formar aquela dupla imbatível com Gugu lá no céu!", disse a funcionária da RedeTV!.
Ex-diretor artístico do SBT, Fernando Pelegio também homenageou o profissional. "Magrão foi um cara que respirava TV. Sabia muito. Construiu muito. Excelente caráter e um dos caras mais criativos (ao lado do Macarrão) que conheci. Vinha sofrendo a muito tempo e agora descansou. Colocou muitos tijolos no SBT", valorizou em postagem no X, antigo Twitter.
"Descanse em paz, amigo Magrão. Que Deus te receba de braços abertos", desejou Leon Abravanel Junior.
O SBT lamentou a morte de Manzoni em nota enviada à imprensa e enalteceu o trabalho do profissional na história da emissora. Confira na íntegra:
"Hoje, o Sistema Brasileiro de Televisão está mais triste. Perdemos um querido amigo e pioneiro da nossa caminhada: Roberto Manzoni, o Magrão, como era carinhosamente conhecido em todo o meio televisivo. Ele tinha 74 anos.
Colega respeitado, profissional ímpar, amigo zeloso e carinhoso, assim era Roberto Manzoni. O início de carreira se deu no final da década de 1960, quando tornou-se operador de VT na TV Excelsior, e logo migrou para a sede paulista da TV Globo, na Rua das Palmeiras, em São Paulo. O apelido, contava divertidamente que adquirira nesta fase: 'Era uma fase de muito trabalho, e pouco tempo pra me alimentar, então, todo mundo me que se referia a mim, dizia: olha, fala com aquele magrão lá do VT... E o apelido pegou!'
O assaz desempenho e a vocação para o meio, levaram-no a ser contratado para coordenar a edição de programas na Marca Filmes (empresa comercial do Grupo Silvio Santos) e na Publicidade Silvio Santos, produtora que era responsável pelo Programa Silvio Santos para as redes Globo e Tupi. Em rápida ascensão, tornou-se produtor e diretor de programas, tendo dirigido os primeiros anos do sucesso Domingo no Parque, mantendo sempre a mesma simplicidade e humildade que lhe foram inerentes durante toda a vida.
No final da década de 1970, torna-se diretor de programação da TVS Rio, canal 11 do Rio de Janeiro e, posteriormente, com a formação do SBT em 1981, manteve-se no cargo, implantando e ajustando a grade nos primeiros anos da emissora.
Em 1987, Magrão assume um novo desafio, e inicia uma parceria que duraria mais de 15 anos: ao lado de Gugu Liberato, deu cara nova ao já bem sucedido Viva a Noite, criando quadros que marcaram a história da TV brasileira como o Rambo Brasileiro, Eles e Elas, Castigo do Dia, dentre outros.
A parceria de sucesso levaria Magrão a dirigir outros programas de Gugu como Super Paradão, Sabadão Sertanejo, Paradão, Sabadão e, em 1993, o Domingo Legal, onde a criatividade e a competência de Magrão e Gugu, fizeram deste um dos grandes marcos da TV, que permanece até os dias atuais como uma das mais bem sucedidas e queridas atrações do público que assiste à televisão aos domingos, liderando a audiência e estando entre os preferidos do mercado publicitário.
Em 2007, após um breve período fora, Magrão retorna à casa para a nova versão de Viva a Noite, e em 2008 implantar e dirigir o primeiro ano do Novo Programa Silvio Santos, tendo sido escolhido pelo animador para conduzir a nova atração, pela autoridade na programação dominical da TV.
No ano seguinte, uma nova parceria de sucesso é formada: Magrão e Celso Portiolli conduzem juntos respectivamente na direção e na apresentação a nova fase do Domingo Legal, que logo de cara, agrada ao público e mantem a emissora líder na tradição de reunir a família brasileira para o almoço de domingo.
Magrão também teve seu próprio programa na TV Gazeta, e dirigiu atrações na Band. No SBT também esteve à frente na direção de Show de Talentos, Uma Hora de Sucessos, Sabadão com Celso Portiolli e a versão carioca de Sessão Premiada, entre outros. Além disso, não raro é encontrarmos profissionais que tornaram-se grandes expoentes do SBT e de outras emissoras, que passaram pela 'Escola Magrão' de se fazer TV.
Para nós do SBT, a perda de Magrão causa imensa tristeza pela ausência que sentiremos do querido amigo, do confiável parceiro e do inspirador profissional. Sempre tinha uma divertida anedota pra contar no almoço, com seu jeito bonachão e risonho, uma presença leve, daquelas que a gente quer sempre ter por perto. Sempre tinha a solução para um irresolúvel problema. Sempre tinha um abraço para um delicado momento.
Toda a diretoria do Sistema Brasileiro de Televisão, seus amigos e colegas, prestam total solidariedade à sua esposa Mara e a seu filho João Gabriel, desejando que, neste difícil momento, Deus possa confortar seus corações."
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