AMANDA GONTIJO
ROBERTO TRUMPAS/CM ASSESSORIA
Amanda Gontijo em ensaio como modelo em junho; sister do BBB14 trabalha em casa de câmbio
Seis anos após participar do Big Brother Brasil 14, Amanda Gontijo, se divide entre dois mundos. Hoje, a ex-BBB é modelo e influenciadora digital, mas também trabalha como consultora de vendas em uma casa de câmbio em São Paulo. O emprego em uma corretora surgiu depois de ela engordar 18 kg e se ver fora da agência que a representava.
Alçada à fama após o BBB14, Amanda, que foi Miss Divinópolis 2012, em Minas Gerais, apostou na carreira de modelo. A investida deu certo, pois como ex-BBB seu passe aumentou. No entanto, em 2019, a ruiva enfrentou problemas de saúde após o uso de anabolizantes por questões estéticas. Ela teve efeitos colaterais, e o aumento de peso foi um deles. A vida nas passarelas e estúdios de fotografia ficou comprometida.
"Quando eu vim para São Paulo [em 2019], eu ainda estava modelando e estava em uma agência. Quando engordei, saí do casting porque tinha que estar nas medidas. O padrão de vida aqui [em São Paulo] é alto, e eu não queria voltar para Divinópolis. Então, fui trabalhar no normal, como auxiliar administrativa", conta para o Notícias da TV.
A mineira foi indicada para o serviço por um amigo. Estudante de Engenharia Civil, ela mostrou habilidade com números e cálculos e, em pouco tempo, passou de auxiliar para consultora de vendas. Antes da pandemia, ela batia ponto em um escritório na Avenida Paulista de segunda a sexta-feira. Com a quarentena, passou a operar por home office.
"Comecei a me interessar [por vendas]. Tenho muitos conhecidos meus que viajam ou moram fora. Às vezes, essas pessoas precisavam mandar dinheiro em remessa. Conversei [na corretora]: 'Tem uma amiga minha querendo 20 mil euros' ou 'outra quer dólares'. O pessoal viu que eu tinha network [rede de contatos]. Então, me convidaram para trabalhar nessa parte de venda, compra e remessa", detalha.
"Tenho clientes que mandam dinheiro para Dubai [Emirados Árabes Unidos] todo mês, tem quem faça pagamento de loja comercial por lá. Nós fazemos esse tipo de trâmite. A engenharia me ajudou nessa coisa de cálculos, porque, às vezes, é preciso fazer tudo muito rápido, e tenho que passar taxas [para os clientes]", conta.
Agora, aos 30 anos, Amanda começa a pensar no futuro. Para os próximos anos, ela tem planos de morar no exterior com o namorado, o médico Danilo Monteiro, e seguir trabalhando com compra e venda de moeda estrangeira.
"As pessoas falam: 'Por que você não investe na carreira de modelo? É algo muito passageiro. A cada dia minha idade vai passando (risos). Já não sou a menininha de 22 anos que era new face [novata]. Dá para ganhar [dinheiro], mas não é o que quero para viver. Lógico, é um extra, mas não é o que quero fazer para o resto da vida", admite.
"Eu amava a engenharia. Só que conheci essa parte do mercado financeiro, de moeda e tudo mais, e me interessei. Agora, tenho pensado em fazer algo voltado para economia e comércio exterior. Ainda não trabalho na parte de investimento, até porque não tenho certificado. Mas estou fazendo curso e estudando para poder atuar nessa área", adianta.
Amanda levou quase dois anos para se recuperar do uso de anabolizantes para esculpir o corpo. Hoje, ela voltou a modelar e tem faturado como influenciadora digital também. Mas isso não a afastou do ofício na casa de câmbio. Apesar da demanda de trabalho ter diminuído por causa do coronavírus, ela segue na empresa.
"Continuo trabalhando com eles. Porém, não estou indo para a corretora. Às vezes, temos reuniões ou alguém quer fazer uma remessa maior e precisa ir [fisicamente ao escritório]. Só que o problema é que não está tendo fluxo. Essa pandemia foi ruim para todo mundo. Antes, eu estava trabalhando bem, já pegando clientes maiores. Com a Covid-19, a importação diminuiu e as pessoas não estão viajando mais", lamenta.
"A pandemia fez diminuir muito a questão do que eu ganhava [na corretora]. Cheguei a ganhar R$ 15 mil por mês de comissão. Em uma operação de US$ 100 mil, você ganha de R$ 6 a R$ 7 mil de comissão. Dependendo da frequência, seu montante é bom. A minha sorte é que eu tinha um dinheiro guardado, e consegui me manter nesse tempo. São Paulo é uma cidade cara. Quem vive aqui, vive em qualquer lugar do mundo", comenta.
Nos últimos dois anos, Amanda se especializou. Hoje, ela fala com propriedade sobre a área financeira, pois, segundo ela, o estudo é diário. "O mercado é volátil, muda o tempo todo. Acompanho todas essas oscilações de preço e mercado, desde a parte política, economia ou uma ação que foi comprada ou vendida. Tenho que me manter informada para poder discutir com o cliente da melhor forma", narra.
Por também ser modelo, a ex-BBB admite que já ouviu comentários machistas por atuar como consultora de vendas em uma corretora de câmbio. "Às vezes, alguém fala: 'Nossa, você trabalha com isso? Mas você é tão bonita'. O pessoal se surpreende. Mas só porque é bonita, a mulher não é inteligente?", rebate.
"Já se assustavam quando eu falava do curso de Engenharia Civil. Falavam: 'Engenheira? Como assim?'. As pessoas esperam [faculdade de] moda ou qualquer outra coisa. Mas Engenharia? Não esperam", conta.
Entre consultorias e reuniões, Amanda revela que vez ou outra é reconhecida por seus clientes. A fama do BBB14 se mantém até hoje. "Já chegaram a pedir foto. É engraçado (risos). O Big Brother é algo que o pessoal nunca vai esquecer", afirma.
"Na minha edição, não fui a que mais me destaquei. Mas sou, com certeza, uma das que ainda se destacam. Muita gente sumiu e a gente nem sabe o que faz da vida. Para mim, sempre aparece alguma coisa [trabalho artístico]. Lógico, não tenho a repercussão da Juliette [Freire] (risos)", diverte-se.
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