Menu
Pesquisar

Buscar

Facebook
X
Instagram
Youtube
TikTok

ENTREVISTA EXCLUSIVA

Empresário, Rafael Zulu diz que negócios dão mais dinheiro do que trabalhar na TV

DIVULGAÇÃO/DAVI NASCIMENTO

Rafael Zulu com uma das mãos no queixo

Rafael Zulu: após comparar apartamento luxuoso, ator abre o jogo sobre carreira de negócios

IVES FERRO

ives@noticiasdatv.com

Publicado em 24/4/2023 - 6h35

Longe das novelas desde O Outro Lado do Paraíso (2017), Rafael Zulu deu espaço para seu lado empresarial em 2020, no meio da pandemia de Covid-19, em um projeto ambicioso como sócio da DUE Incorporadora --empresa especializada em empreendimentos de alto padrão no Pernambuco. O ator afirma que conseguiu sua independência financeira após se tornar um "homem de negócios".

"A arte e o mercado juntos têm um peso significativo para mim, mas o meu lado empresarial hoje é mais rentável do que o lado artístico", revela ele em entrevista ao Notícias da TV. O apartamento duplex que comprou no Rio de Janeiro, inclusive, foi graças às suas ações empreendedoras.

Zulu diz que não pretende largar a arte. Ele está no ar na série A Sogra que Te Pariu, na Netflix, e se prepara para uma possível terceira temporada da produção no streaming. O galã conta que os contratos por obra e o surgimento das plataformas digitais foram um prato cheio para ele.

"Talvez eu deixe a arte um pouco mais guardadinha ali e depois acesso, mas eu não posso negar que o que mais toma tempo de mim hoje é o meu lado empresário. Eu quero, cada vez mais, isso para sempre na minha vida", pontua.

Zulu entrega seus planos para o futuro e explica como surgiu o desejo de deixar a TV de lado para dar espaço a algo arriscado. Mesmo com um perrengue financeiro após a perda de um bar, ele não parou. Confira abaixo a entrevista completa:

Você descobriu sua face de empreendedor por alguma pressão de não estar 100% dependente de uma emissora, teatro ou streaming? Como isso aconteceu?

Um pouco das duas coisas, mas eu acho que empreender obviamente é uma coisa que a gente aprende ao longo da vida. Comecei pelo fato de eu querer a minha independência. Costumo dizer que tudo o que eu faço tem a arte muito presente porque tenho a alma de artista, sou ator e nunca vou abrir mão de estar em cena. Ser empresário se tornou uma das minhas grandes paixões. Eu consigo levar muito da minha veia artística para os negócios, porque o artista tem uma cabeça bem mais aberta. A área empresarial é mais engessada.

Você pensou que as coisas poderiam dar errado quando entrou no mundo dos negócios, ou se moldou conforme o passar da experiência de altos e baixos?

Eu tinha certeza absoluta de que tudo sempre correria bem, porque estava tudo correndo muito bem na minha vida profissional naquela época. Eu imaginei que não poderia fracassar. No meu primeiro negócio eu quebrei, literalmente. Tive um bar na Lapa (Rio de Janeiro) que era incrível, mas que faltavam a vida, a gestão e a inteligência empresarial. Recebíamos muitos turistas e gente do Brasil todo, mas pelo fato de eu não ter tanta experiência nesse mundo dos negócios, sabia que aquilo poderia acontecer. 

Todo bom negócio pode fracassar. Era um puta negócio do bar, num lugar boêmio, tinha tudo para dar certo, e deu certo até começar a dar errado. Aquilo ali serviu muito de aprendizado para mim. Isso me trouxe uma experiência muito grande porque a gente entende que nunca mais quer passar por aquilo e a gente sabe o que levou para aquele lugar. Eu perdi um valor expressivo para aquele momento da minha vida, mas hoje, de repente, eu conseguiria me virar. O tombo foi grande.

Qual a sua percepção sobre a presença de homens negros no mercado? Existe racismo de parte das empresas?

Eu convivo muito com grandes empresários negros, conheço pessoas que lidam o tempo todo com empreendedores pretos, é um mercado gigantesco. Inclusive por termos um país com percentual muito maior de negros do que de brancos, obviamente nós é que movimentamos muito mais a receita desse país. Infelizmente, o mercado acabou não enxergando isso, ou não quer enxergar por uma questão obviamente de racismo. Estamos furando uma bolha, uma barreira muito grande.

Se homens já são raros, mulheres muito menos, o que é desesperador de pensar. A gente precisa todo dia falar disso porque, enquanto acontecer, é preciso combater e fazer com que a gente ocupe a primeira fileira dos grandes negócios desse país. Eu não vou sossegar enquanto isso não estiver acontecendo.

Acredita que entrar no mercado é um ensaio para uma futura aposentadoria de sua carreira artística?

Eu fico pensando sobre isso. A arte vai estar comigo para sempre. Eu nunca vou me aposentar dela, talvez eu deixe ela um pouco mais guardadinha ali e depois acesso, mas eu não posso negar para você que o que mais toma tempo de mim hoje é o meu lado empresário. Isso é algo que eu sei que eu vou carregar até o fim dos meus dias, porque eu me apaixonei. Eu quero cada vez mais isso para a minha vida.

Sua carreira artística atrapalha os empreendimentos? Costumamos dizer que tempo é dinheiro, então como você faz para administrar os dois lados?

O fato de o streaming ter decolado no Brasil para nós, artistas, é maravilhoso, porque eu sou empresário. Ou seja, eu preciso de tempo fora da televisão para viajar e estar com meus negócios. A novela, que eu amo fazer, tive dois convites para o ano passado. Um fiquei mexido porque foi Todas as Flores, do Globoplay. Aceitei o convite, mas depois a própria Netflix não permitiu que eu fosse porque renovaram o meu contrato.

Eu cresci dentro das novelas, só que ela está fora dos meus planos agora porque eu tenho uma vida muito mais presente e efetiva fora da televisão. Não vou dizer que a novela atrapalha, mas ela não me deixaria atuar no lugar que cada dia mais eu quero estar. A série, por exemplo, me dá uma liberdade maior das gravações e de administrar com os negócios.

Qual é a sua meta de carreira para este momento? Foco total no Rafael empresário ou no lado artístico?

Minha meta de carreira é junto com os meus sócios. Estou realizando uma expansão na DUE. A gente está atuando de forma muito expressiva no Nordeste do Brasil, e queremos sair de Pernambuco para ir com força para Alagoas. Chegar até São Paulo também é uma meta profissional. Espero que cada projeto aconteça com o pé no chão, sabedoria, inteligência, e que tudo corra muito bem porque são saltos longos.

Estamos também com uma operação financeira que visa olhar para a criança preta e periférica que entra na escola. Somos parceiros de uma escola que tem uma metodologia antirracista. A ideia é a criança entrar nessa escola, e então vamos colocar a mão para guiar e fazer com que elas completem o Ensino Médio e façam um curso técnico. Dali vamos levar para uma ONG de uma organização que cuida do empreendedorismo preto.

TUDO SOBRE

Rafael Zulu


Mais lidas


Comentários

Política de comentários

Este espaço visa ampliar o debate sobre o assunto abordado na notícia, democrática e respeitosamente. Não são aceitos comentários anônimos nem que firam leis e princípios éticos e morais ou que promovam atividades ilícitas ou criminosas. Assim, comentários caluniosos, difamatórios, preconceituosos, ofensivos, agressivos, que usam palavras de baixo calão, incitam a violência, exprimam discurso de ódio ou contenham links são sumariamente deletados.