DECISÃO JUDICIAL
EDILSON RODRIGUES/AGÊNCIA SENADO e REPRODUÇÃO/YOUTUBE
O senador Jorge Kajuru está proibido por uma liminar judicial de falar mal de Luciana Gimenez
LI LACERDA e VINÍCIUS ANDRADE
Publicado em 5/4/2021 - 11h52
Atualizado em 5/4/2021 - 12h15
Em decisão publicada na manhã desta segunda-feira (5), a Justiça de São Paulo concedeu uma liminar com "tutela provisória de urgência" proibindo o senador Jorge Kajuru de "se manifestar, comentar ou divulgar" provocações e ataques contra Luciana Gimenez. A apresentadora da RedeTV! entrou com a ação depois de ter sido chamada de "mulher de programa" pelo político.
Caso descumpra a decisão, ele terá de pagar uma multa diária de R$ 20 mil. O Notícias da TV teve acesso à sentença do juiz Valentino Aparecido de Andrade, da 1ª Vara Cível de São Paulo. O magistrado entendeu que as afirmações de Kajuru têm "um conteúdo e finalidade ofensivos, não podendo ser qualificados, em tese, como o regular exercício de um direito de livre expressão".
Em 25 de março, durante uma entrevista para o canal de Antonia Fontenelle no YouTube, o senador disse que Luciana não merecia o respeito dele. "Não falo sobre mulher de programa. Dane-se. Ela já me processou, pode processar de novo. É uma mulher desqualificada, tanto que virou o que virou por 30 segundos com o Mick Jagger. Ou você acha que foi por amor?", provocou.
"Depois acabou se casando com um dos sócios da RedeTV!, para você ver que a vida dela sempre foi de interesse", falou. Jorge Kajuru fez referência aos dois relacionamentos do passado de Luciana Gimenez.
No fim dos anos 1990, a apresentadora teve um relacionamento com Mick Jagger, vocalista dos Rolling Stones. Do namoro, nasceu o primeiro filho dela, Lucas, hoje com 21 anos. Luciana também foi casada com Marcelo de Carvalho, sócio e apresentador da RedeTV!, entre 2006 e 2018. Durante este período, o casal teve um filho, Lorenzo, atualmente com dez anos.
A Justiça entendeu que as declarações de Kajuru tinham como objetivo "violar, além de qualquer justa medida razoável, a privacidade, a honra e a imagem da autora, inclusive quanto se trata de menoscabar a sua inteligência. O escárnio do réu surge, em tese, explícito quando afirma não recear que a autora o processe novamente por tais ofensas, dado que já fora processado e condenado por fatos semelhantes".
Após receber a notificação judicial, o senador fica proibido de "se manifestar, comentar ou divulgar, por qualquer meio de comunicação, por fala ou escrita, nomeadamente pelas redes sociais, informações, alegações ou expressões que digam respeito à vida pessoal e profissional da autora, nomeadamente quanto àqueles aspectos que formaram o conteúdo da entrevista referida na
peça inicial".
Apesar de Kajuru ser senador e ter foro privilegiado, o juiz da 1ª Vara Cível de São Paulo entendeu a que a imunidade parlamentar não se aplica nesse caso. "As alegações e comentários que o réu fizera na entrevista não guardam nenhuma relação com o exercício do mandato parlamentar", explicou Valentino Aparecido de Andrade.
A decisão sobre a proibição é liminar e impede provisoriamente que o jornalista se manifeste sobre Luciana Gimenez, mas é passível de recurso.
As desavenças entre os dois apresentadores já é antiga. Kajuru já havia recebido um processo de Luciana Gimenez em 2004. No programa Boa Noite Brasil, de Gilberto Barros, na Band, levantou suspeitas sobre a inteligência da apresentadora. Referindo-se a Xuxa, disse que a loira "não é uma pessoa inteligente, na minha opinião, como apresentadora de televisão. Não chega a ser uma Luciana Gimenez, claro, evidente".
O jornalista foi condenado em 2005 a pagar R$ 40 mil a Luciana Gimenez. Como não pagou, a apresentadora pediu a penhora de seus bens. Em 2013, o juiz Thomaz de Souza e Melo, da 18ª Vara Cível do Rio, mandou bloquear R$ 80 mil das contas de Kajuru, o que o deixou revoltado.
Em artigo assinado no site Universa em 29 de março, a funcionária da RedeTV! se manifestou a respeito das declarações mais recentes de Kajuru: "Todos os dias mulheres são atacadas física e psicologicamente por homens machistas e misóginos, e a forma que esse tipo de pessoa sorrateira usa para nos atingir e nos calar é através da honra, da estabilidade psíquica ou da nossa integridade física. Foi o que aconteceu comigo".
"Temos que parar de normalizar e aceitar quando homens nos chamam de loucas e quando se acham no direito de inventar histórias para nos diminuírem, mexendo com nossa honra. Está na hora de transformar nossa dor em força, nossas lágrimas de tristeza em felicidade", reforçou Luciana.
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