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INVESTIGAÇÃO

Caso Klara Castanho: Conselho ouve suspeitos de vazarem informação do parto

REPRODUÇÃO/INSTAGRAM

Foto do rosto de Klara Castanho

Klara Castanho em foto publicada no Instagram; caso de violência contra atriz é investigado

REDAÇÃO

redacao@noticiasdatv.com

Publicado em 24/9/2022 - 9h45

O Coren-SP (Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo) ouvirá na próxima semana os suspeitos de terem vazado informações sobre o parto de Klara Castanho. No final de junho, a atriz foi obrigada a expor que ficou grávida após um estupro e colocou o bebê para adoção. Na época da cirurgia cesariana, ainda na sala de recuperação, a artista foi chantageada por uma enfermeira e recebeu a ligação de um jornalista, que já estava sabendo do caso sem seu consentimento.

O órgão que regula a atuação de profissionais de enfermagem anunciou que os suspeitos contarão suas versões nos próximos dias. "Em relação ao caso que envolveu o atendimento da atriz Klara Castanho no Hospital Brasil, o Coren-SP informa que está apurando suposto envolvimento de profissional de enfermagem na quebra de sigilo durante exercício profissional, relacionado à assistência prestada à atriz, de acordo com os ritos estabelecidos pelo Código de Processo Ético do Conselho Federal de Enfermagem", informa em nota enviada ao Notícias da TV.

"Desde a divulgação do caso pela imprensa, o Conselho está atuando no levantamento de informações acerca da ocorrência. No dia 27 de junho, foi realizada fiscalização na unidade, na qual a fiscal teve acesso às escalas de trabalho dos profissionais de enfermagem que estavam no Centro Obstétrico no dia do ocorrido", relata o Coren-SP.

O conselho diz ainda que instaurou um processo administrativo para apurar os fatos e que solicitou acesso ao hospital, mas não pôde ver o prontuário de Klara. "Diante da dificuldade de acesso ao prontuário da atriz, o setor de Processos Éticos do Coren-SP convocou os profissionais integrantes da escala de atendimento na data do acontecimento, para coleta de depoimentos, na subseção do Coren-SP em Santo André, unidade de referência da região atendida pelo Hospital Brasil. As oitivas serão realizadas na próxima semana", afirma.

"O Coren-SP reitera sua solidariedade com a Klara Castanho e seu compromisso com a devida apuração do caso, respeitando todos os ritos estabelecidos pelo Código de Processo Ético, em especial aos princípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório", finaliza.

No início de julho, o órgão teve acesso negado ao prontuário médico de Klara Castanho. Segundo a entidade, o hospital onde a atriz fez o parto após ser violentada sexualmente não aceitou revelar mais informações sobre o dia que ela foi atendida no local.

Por meio de um post no Instagram, o Conselho explicou à época o motivo de o prontuário médico não ter sido disponibilizado para averiguação.

"O Coren-SP informa que solicitou o prontuário de atendimento da atriz vítima de vazamento de informações sigilosas ao hospital onde ela foi atendida, mas o acesso ao documento foi negado ao Conselho pela instituição sob a justificativa de necessidade de autorização prévia da paciente, seguindo o previsto em resoluções do CFM (Conselho Federal de Medicina) e no Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem", informou.

Em outro trecho, a entidade ofereceu apoio a Klara para que as investigações possam prosseguir: "Desta forma, o Coren-SP se põe à disposição da atriz, caso isso seja de sua vontade, para orientação quanto aos procedimentos para encaminhamento de apuração da conduta dos profissionais de enfermagem que a tenham atendido ou de autorização para acesso ao prontuário".

Entenda o caso

Em 25 de junho, Klara Castanho decidiu se pronunciar em um longo texto publicado nas redes sociais, afirmando que foi vítima de um estupro e que só descobriu que estava grávida pouco antes do parto.

A atriz acrescentou que fez tudo dentro da lei para entregar a criança para a adoção, além de confirmar que profissionais do hospital foram os responsáveis por vazar a informação:

Fui abordada por uma enfermeira que estava na sala de cirurgia. Ela fez perguntas e ameaçou: 'Imagina se tal colunista descobre essa história'. Eu estava dentro de um hospital, um lugar que era para, supostamente, me acolher e proteger. Quando cheguei no quarto, já havia mensagens do colunista com todas as informações. Ele só não sabia do estupro. Eu ainda estava sob o efeito da anestesia. Eu não tive tempo de processar tudo aquilo que estava vivendo, de entender, tamanha era a dor que eu estava sentindo. Eu conversei com ele, expliquei tudo o que tinha me acontecido. Ele prometeu não publicar.

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