INVESTIGAÇÃO
REPRODUÇÃO/INSTAGRAM
Klara Castanho em foto publicada no Instagram; caso de violência contra atriz é investigado
O Coren-SP (Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo) ouvirá na próxima semana os suspeitos de terem vazado informações sobre o parto de Klara Castanho. No final de junho, a atriz foi obrigada a expor que ficou grávida após um estupro e colocou o bebê para adoção. Na época da cirurgia cesariana, ainda na sala de recuperação, a artista foi chantageada por uma enfermeira e recebeu a ligação de um jornalista, que já estava sabendo do caso sem seu consentimento.
O órgão que regula a atuação de profissionais de enfermagem anunciou que os suspeitos contarão suas versões nos próximos dias. "Em relação ao caso que envolveu o atendimento da atriz Klara Castanho no Hospital Brasil, o Coren-SP informa que está apurando suposto envolvimento de profissional de enfermagem na quebra de sigilo durante exercício profissional, relacionado à assistência prestada à atriz, de acordo com os ritos estabelecidos pelo Código de Processo Ético do Conselho Federal de Enfermagem", informa em nota enviada ao Notícias da TV.
"Desde a divulgação do caso pela imprensa, o Conselho está atuando no levantamento de informações acerca da ocorrência. No dia 27 de junho, foi realizada fiscalização na unidade, na qual a fiscal teve acesso às escalas de trabalho dos profissionais de enfermagem que estavam no Centro Obstétrico no dia do ocorrido", relata o Coren-SP.
O conselho diz ainda que instaurou um processo administrativo para apurar os fatos e que solicitou acesso ao hospital, mas não pôde ver o prontuário de Klara. "Diante da dificuldade de acesso ao prontuário da atriz, o setor de Processos Éticos do Coren-SP convocou os profissionais integrantes da escala de atendimento na data do acontecimento, para coleta de depoimentos, na subseção do Coren-SP em Santo André, unidade de referência da região atendida pelo Hospital Brasil. As oitivas serão realizadas na próxima semana", afirma.
"O Coren-SP reitera sua solidariedade com a Klara Castanho e seu compromisso com a devida apuração do caso, respeitando todos os ritos estabelecidos pelo Código de Processo Ético, em especial aos princípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório", finaliza.
No início de julho, o órgão teve acesso negado ao prontuário médico de Klara Castanho. Segundo a entidade, o hospital onde a atriz fez o parto após ser violentada sexualmente não aceitou revelar mais informações sobre o dia que ela foi atendida no local.
Por meio de um post no Instagram, o Conselho explicou à época o motivo de o prontuário médico não ter sido disponibilizado para averiguação.
"O Coren-SP informa que solicitou o prontuário de atendimento da atriz vítima de vazamento de informações sigilosas ao hospital onde ela foi atendida, mas o acesso ao documento foi negado ao Conselho pela instituição sob a justificativa de necessidade de autorização prévia da paciente, seguindo o previsto em resoluções do CFM (Conselho Federal de Medicina) e no Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem", informou.
Em outro trecho, a entidade ofereceu apoio a Klara para que as investigações possam prosseguir: "Desta forma, o Coren-SP se põe à disposição da atriz, caso isso seja de sua vontade, para orientação quanto aos procedimentos para encaminhamento de apuração da conduta dos profissionais de enfermagem que a tenham atendido ou de autorização para acesso ao prontuário".
Em 25 de junho, Klara Castanho decidiu se pronunciar em um longo texto publicado nas redes sociais, afirmando que foi vítima de um estupro e que só descobriu que estava grávida pouco antes do parto.
A atriz acrescentou que fez tudo dentro da lei para entregar a criança para a adoção, além de confirmar que profissionais do hospital foram os responsáveis por vazar a informação:
Fui abordada por uma enfermeira que estava na sala de cirurgia. Ela fez perguntas e ameaçou: 'Imagina se tal colunista descobre essa história'. Eu estava dentro de um hospital, um lugar que era para, supostamente, me acolher e proteger. Quando cheguei no quarto, já havia mensagens do colunista com todas as informações. Ele só não sabia do estupro. Eu ainda estava sob o efeito da anestesia. Eu não tive tempo de processar tudo aquilo que estava vivendo, de entender, tamanha era a dor que eu estava sentindo. Eu conversei com ele, expliquei tudo o que tinha me acontecido. Ele prometeu não publicar.
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