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POLITICAMENTE CORRETO

Carlos Alberto compara patrulha da web com Ditadura Militar: 'Hoje é mais difícil'

Reprodução/SBT

Carlos Alberto da Nóbrega está sentado no banco do estúdio do programa A Praça É Nossa. Ele está vestido um paletó azul por baixo de uma camiseta azul

Carlos Alberto da Nóbrega disse, em entrevista, que fazer humor na Ditadura Militar era mais fácil

REDAÇÃO

redacao@noticiasdatv.com

Publicado em 9/6/2021 - 19h02

Apresentador do programa A Praça É Nossa, Carlos Alberto de Nóbrega afirmou que fazer humor nos dias de hoje está "mais difícil" do que na época da Ditadura Militar (1964-1985). Ele alegou que a patrulha da internet é mais agressiva em relação a certos tipos de piada.

A crítica foi feita durante a participação do humorista no Programa de Todos os Programas, do R7, com o colunista Flávio Ricco e apresentadora Dani Bavoso.

Aos 85 anos, Nóbrega vivenciou a ditadura em sua pior fase e, sempre que pode, tece duras críticas ao período. "Naquele momento a gente lidava com uma autoridade que apontava o dedo na sua cara e dizia que você era um moleque, safado. Apenas quatro paredes ouviam. Hoje, com a internet, o mundo inteiro te agride se você falar uma piada", explicou o apresentador.

Em abril de 2019, em meio às "comemorações do golpe" instigadas pelo governo do presidente Jair Bolsonaro, Carlos Alberto participou do programa Altas Horas da Globo e disse a uma plateia recheada de jovens que eles não faziam ideia do que era viver durante o regime militar.

"Você não tinha o direito de fazer um grupinho na esquina. Você era censurado por pessoas boçais. Eles iam armados. Você tinha que mandar o texto para a Polícia Federal, e eu fui várias vezes. Eram coisas absurdas. Isso eu juro pela minha vida, pela vida dos meus filhos. A gente tinha muito medo", enfatizou.

Na entrevista desta quarta-feira (9), Carlos Alberto contou ainda que se sente muito triste com a falta de programas humorísticos na televisão aberta. Com o fim de Zorra (2015-2020), Os Caras de Pau (2010-2013), Sai de Baixo (1996-2002; 2013) e Toma Lá Dá Cá (2007-2009), e outros sendo cancelados antes mesmo da estreia, sobrou apenas A Praça É Nossa, no SBT.

O apresentador culpa o êxodo da graça na patrulha da internet e no politicamente correto. Segundo Nóbrega, ambos "acabaram com o humor na televisão brasileira", mas ele não descartou também a falta da mão de obra e de artistas no ramo.

"Na televisão aberta você não pode falar mais nada sem ser criticado ou cancelado. Na TV fechada ainda tem uma liberdade um pouco maior. Pode falar palavrão ou fazer algumas brincadeiras", afirmou.

O comandante da Praça ainda afirmou que, em todos os anos que ficou à frente do programa, não levou mágoa ou rancor de nenhuma das dezenas de personagens que já sentaram naquele banco.

Entretanto, não esquece o caso de uma colega, cujo nome não preferiu citar, que ao receber uma promoção de Silvio Santos fez questão de colocar em seu novo contrato que o único programa que ela não participaria era justamente A Praça É Nossa.

"Eu que lancei a artista. Depois que ela ficou muito conhecida e passou a ganhar um salário exorbitante no SBT, ela mandou adicionar no contrato uma cláusula que dizia que ela não podia participar do programa. Fiquei mais zangado com o Silvio que permitiu algo do tipo. Até hoje, ela nunca mais participou do programa, porque eu não quero mais."

Biografia

Carlos Alberto de Nóbrega está preparando um livro em que vai contar todas as histórias que viveu dentro da televisão. A obra foi escrita durante o período de isolamento devido ao coronavírus e, consequentemente, no intervalo de 14 meses em que ficou afastado do comando do humorístico.

O manuscrito ganhou o título de Herói de Mim Mesmo. "Falo da minha experiência, do que lutei, as sacanagens que aconteceram, as decepções e as puxadas de tapete", adiantou em entrevista ao Notícias da TV.

"São várias histórias. É uma biografia profissional. Não falo de mulher e não falo de filhos. Falo da minha história na televisão. O livro vai mostrar o que eu vi e vivi nos meus 64 anos de carreira. Nada sobre minha vida pessoal", encerrou.


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