AVIÃOZINHO
REPRODUÇÃO/INSTAGRAM
O influenciador Rico Melquiades, que divulga o site de apostas Blaze, não vai romper parceria
Citado em reportagem do Fantástico de domingo (17) por divulgar o "jogo do aviãozinho" em suas redes sociais, o influenciador Rico Melquiades afirmou nesta terça-feira (19) que está com a consciência tranquila e que vai manter sua parceria com o site de apostas Blaze. Ele ainda ironizou ao ser questionado se não tem medo de ir para a cadeia: "Tem tanto bandido aí no mundo que não está preso".
Apesar de ter levado o prêmio de R$ 1,5 milhão ao vencer A Fazenda 13, Melquiades aproveita seus 8,3 milhões de seguidores no Instagram para faturar com publicidades. Nesta própria terça, ele divulgou o jogo do avião, ilegal no Brasil por ser totalmente dependente da sorte.
Questionado se vai continuar como parceiro da Blaze, ele foi direto. "Sim! Tive reunião com meus advogados e advogados da empresa e vi o que o Fantástico não mostrou", respondeu, sem explicar o que teria visto.
No domingo, após a exibição da reportagem, Melquiades afirmou que não tinha retornado os contatos da Globo porque "não teve tempo hábil" para tomar conhecimento do caso e entender a situação. O Fantástico também citou nomes como Mel Maia e Viih Tube, que romperam a parceria.
O ex-peão não parou por aí e se revoltou com quem o chamou de "bandido". "Para quem continua me chamando de bandido, de ladrão, me ameaçando, [dizendo] que vai me pegar na rua e um monte de coisa, [chamando de] trambiqueiro... Eu estou fazendo vídeo no humor. E sabe por quê? Porque estou com a minha consciência tranquila, não estou fazendo nada de errado, não sou bandido, como estão falando."
Sobre o medo de ser preso por estar sendo investigado, ele reafirmou que está com a consciência tranquila. "Lógico que não [tenho medo]. Por que eu vou ser preso, gente? Não sou bandido, não faço nada de errado. Tem tanto bandido aí no mundo que não está preso, por que eu vou ser preso se eu não faço nada? Tem tanto bandido na política que vocês elegem", alfinetou.
O Fantástico exibiu longa reportagem investigativa sobre influenciadores que divulgam sites de apostas com jogos como o do "aviãozinho" e o do "tigre" --a modalidade é ilegal no Brasil, que aprovou apenas a aposta na chamada quota fixa, ou seja, quando o jogador arrisca o resultado de uma partida esportiva.
Também está liberada a modalidade de fantasia, na qual o usuário monta uma equipe virtual e ganha pontos se os atletas escalados apresentarem bons resultados --caso do Cartola, da própria Globo.
No entanto, o jogo do aviãozinho divulgado pelos influenciadores não é liberado no país porque depende exclusivamente da sorte. No game, o jogador faz sua aeronave decolar e, quanto mais ela voa, mais dinheiro pode ser entregue. Mas é precisar encerrar o "voo" antes que o avião sofra uma colisão --do contrário, o usuário perde todo o valor.
De setembro pra cá, segundo o Fantástico, a Justiça de São Paulo bloqueou R$ 101 milhões da Blaze e determinou a retirada do site da empresa do ar. A decisão não surtiu efeito. Segundo a polícia, os influenciadores que fazem a propaganda são um mecanismo essencial para a divulgação e o crescimento do jogo ilegal --todos eles estão sendo investigados.
Os advogados da Blaze alegaram que a empresa tem sede em Curaçao e que a atividade não configura infração penal, mesmo que os apostadores sejam brasileiros. Ressaltaram que, em outro caso semelhante, o Ministério Público de São Paulo pediu o arquivamento do inquérito policial, e que um juiz revogou a decisão de bloqueio do site.
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