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Carolyna Aguiar

Atriz revelada pela Globo vira discípula de Osho e muda nome por misticismo

Zé Paulo Cardeal/TV Globo

A atriz Carolyna Aguiar, que já fez 13 trabalhos na Globo e também é professora de yoga - Zé Paulo Cardeal/TV Globo

A atriz Carolyna Aguiar, que já fez 13 trabalhos na Globo e também é professora de yoga

FERNANDA LOPES

Publicado em 10/11/2018 - 5h35

Carolyna Aguiar tem 30 anos de carreira como atriz, mas hoje sua prioridade é o desenvolvimento espiritual. Atriz revelada há 25 anos na novela Fera Ferida (1993), ela se tornou estudiosa e professora de yoga após viver no retiro de Bhagwan Shree Rajneesh, o Osho, protagonista do documentário Wild, Wild Country, da Netflix. Interessada em técnicas naturais de bem estar, ela até mudou de nome por motivos místicos.

"Eu usava Anna de Aguiar, depois mudei pra Carolyna, com Y. Um numerólogo falou que com Anna eu ia sempre querer ficar numa caverninha, ia desistir das coisas. Eu ri, achei cafona, mas falei que não devia nada a ninguém e mudei o nome. Foi engraçado porque fiquei bem, falava que queria morar na Índia. Hoje assino até cheque assim, tudo", conta. 

De fato, Carolyna chegou a morar na Índia. Os pais dela conheceram as técnicas de meditação rajneesh (criadas pelo líder espiritual Osho) nos anos 1980. Porém, ela não gostou muito das práticas que via em sua casa. "Mas combinei que, se minha mãe me levasse para a Europa depois, eu iria para a Índia com ela", conta.

"A gente chegou na Índia logo que Osho voltou a dar discurso [ele havia passado anos em silêncio]. Ele dava palestra de quatro horas, com meditação no final. Quando eu ouvi, era algo que eu não conhecia, achei muito legal. Fiquei muito mexida, tive uma experiência espiritual muito profunda. A sensação é que eu nunca tinha visto um ser humano antes, e ele era um ser humano, estava mais vivo. Aí queria morar lá, só me interessava aquilo", relata.

A atriz tinha 19 anos quando viveu no retiro indiano de Osho e conheceu a yoga. Ela assistiu ao documentário da Netflix, com todas as polêmicas e acusações criminosas contra o líder espiritual, mas ainda acredita nos aprendizados que teve.

"Ouvi todos os últimos discursos da vida dele, [o líder] era capaz de fazer um discurso num dia e no outro desconstruir tudo. Ele queria que você não estivesse no automático, que se sentisse responsável por todas as escolhas. Foi um presente na minha vida ter essa experiência de vitalidade", afirma.

Desde o início dos anos 1990, Carolyna não parou de estudar e de seguir seu "caminho espiritual". "Tem canto, meditação, estudo das escrituras, vários tipos de yoga diferentes, é muito amplo o conhecimento", diz.

No Rio de Janeiro, ela é mestre em yoga e dá aulas de diferentes modalidades. Carolyna também trabalha em um centro de alimentação saudável e bem-estar, onde é professora de força e autonomia física. "Tem duas turmas, quase 80 pessoas. É para repensar qualidade de vida, como manter a força física torna sua vida longeva e saudável, pensando que vamos viver cada vez mais anos", explica.

divulgação

Além de atriz, Carolyna é professora de yoga e autonomia física em escolas no Rio de Janeiro

Carolyna zen
Focada nas práticas corporais e espirituais, Carolyna diz que não tem tempo atualmente para pensar em voltar à TV. A última novela que fez foi Totalmente Demais (2015).

"Televisão prende muito, tenho uma vida bem fluida. Estou fazendo uma formação em psicofísica e tenho aulas de terça a sexta, quatro horas por dia, não queria perder [o curso]. O tempo da TV é outro, mas claro que é legal", declara.

Em 1993, Carolyna se destacou como a personagem Isoldinha, uma das principais de Fera Ferida, de Aguinaldo Silva. "A novela me marcou muito. Minha parceria com o elenco muito foi bacana, a gente tinha liberdade pra criar, trocar, foi uma das melhores coisas que fiz dentro da TV", diz.

Nos anos seguintes, a atriz fez mais 13 novelas e séries, como História de Amor (1995), Alma Gêmea (2005) e Babilônia (2015). Atualmente, Carolyna tem se dedicado mais ao teatro. Ela tem projetos de lançar uma peça com Bel Kutner e de levar uma instalação artística para Portugal e Espanha no ano que vem. 

"Acho que estou me especializando em performances. Sempre tive essa ideia de não separação de arte, corpo, vida, presença física, acho que esse é o meu caminho. Hoje me vejo mais como performer do que como atriz, no sentido mais livre de pensamento. As coisas se somam. Não tenho como pensar pequeno", conclui.

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