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LUTO

Atriz de Tapa na Pantera, Maria Alice Vergueiro morre aos 85 anos

ACERVO PESSOAL

A atriz e diretora de teatro Maria Alice Vergueiro com os cabelos grisalhos curtos

A atriz e diretora de teatro Maria Alice Vergueiro, que morreu na manhã desta quarta-feira (3)

REDAÇÃO

Publicado em 3/6/2020 - 12h51

A atriz Maria Alice Vergueiro morreu, aos 85 anos, nesta quarta-feira (3). Ela foi internada em estado grave no último dia 28 na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Hospital das Clínicas, em São Paulo, para tratar de uma pneumonia broncoaspirativa. A diretora de teatro ganhou fama na internet em 2006, quando o curta-metragem de ficção Tapa na Pantera viralizou nas redes sociais.

A diretora nasceu em São Paulo, em janeiro de 1935, e estreou no teatro em 1962, na peça A Mandrágora, de Augusto Boal. Com mais de 50 anos de carreira, Maria Alice era considerada uma das damas do teatro brasileiro.

Ela participou de grandes grupos teatrais de São Paulo, como o Teatro de Arena, o Teatro Oficina e o Teatro do Ornitorrinco, do qual foi uma das fundadoras. A atriz fez peças clássicas como O Rei da Vela (1967), Galileu Galilei (1975) e A Ópera do Malandro (1978).

Na TV, ela atuou na novela Sassaricando (1987) e fez uma participação em Bebê a Bordo (1988). Integrou ainda o elenco das séries Brava Gente (2000), O Sistema (2007) e Tudo o que É Sólido Pode Derreter (2009).

Maria Alice ficou nacionalmente conhecida ao viralizar por seu papel no curta-metragem Tapa na Pantera, dirigido por Esmir Filho. Ela interpretou uma senhora que fumava maconha há 30 anos e falava sobre as experiências com a droga. A personagem foi criada pela própria atriz. O vídeo fez sucesso no YouTube e foi apresentado no 14° Festival de Gramado.

Homenagens

Artistas fizeram postagens nas redes sociais em homenagem à atriz. "Adeus, meu amor!", escreveu Luciano Chirolli, que atuou com Maria Alice na peça Why the Horse? (2015), em que ela encenou o próprio enterro.

"Seu coração gigante já não cabia mais neste país! Tive a glória de trabalhar com ela e rir com ela! Maria Alice só aceitava encontros mediados pelo prazer. Não tinha tempo para lamúrias, tédio ou pequenez!", afirmou Guilherme Weber. "Sem palavras. Gratidão por cada gênio do Brasil com S que tive a honra de amar. Fica um beijo na tua alma, Maria Alice Vergueiro", disse Matheus Nachtergaele.

"Partiu minha querida mestra e companheira de incontáveis estripulias teatrais Maria Alice Vergueiro. Tristeza profunda! Conheci Maria aos 11 anos de idade. Foi minha professora de teatro.Uma das maiores atrizes brasileiras! Um furacão! Obrigado por tudo, querida! Descanse em paz!", publicou Cacá Rosset, também fundador do Teatro do Ornitorrinco.

Armando Babaioff, Maurício Ricardo, Dadá Coelho e Ivam Cabral também lembraram a trajetória da atriz nas redes sociais.

Confira as publicações: 

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Adeus,meu amor!

Uma publicação compartilhada por Luciano Chirolli (@chirolli) em

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Maria Alice Vergueiro partiu hoje. A Dama Indigna, a Pantera. Seu coração gigante já não cabia mais neste país! Tive a glória de trabalhar com ela e rir com ela! Maria Alice só aceitava encontros mediados pelo prazer. Não tinha tempo para lamúrias, tédio ou pequenez! Era calorosa, cativante, persuasiva e maravilhosamente reativa ao menor estímulo. Em cena era ao mesmo tempo a perturbação das vanguardas e a ancestralidade, oração em êxtase da chamada e resposta. Pagou pela sua liberdade com a marginalidade! E honrou os quilates destas duas devoções! Queria morrer em cena e ouviu do Zé Celso, vai ensaiando, uma hora você consegue. Então ela encenou seu velório no espetáculo Why The Horse? Onde era arrancada da cadeira de rodas, engordurada de carne crua, arrastada pelo tablado, desnudada e velada. Em torno do seu caixão se reuniu a classe teatral. A pranteei nesta cena ao lado de Maria Bonomi e Antunes Filho e outros tantos amigos. Depois, qdo o público saiu, a carregamos nos braços para o camarim. Era Cleópatra entrando em Roma. Virei curador do Festival de Curitiba só para programar esta peça. E ela disse que se esforçaria bastante para morrer lá. Era uma mulher que morria e ressuscitava todas as noites, como uma criatura mágica. Na minha memória ressuscitará sempre! A cada acorde de Kurt Weill, a cada sorriso devasso! Seu amigo @chirolli é parte disso tudo! Sua devoção à ela é o ouro das relações!

Uma publicação compartilhada por Guilherme Weber (@guilherme.weber) em

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