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NA LATA

Ator se recusou a interpretar personagem homossexual na Globo; saiba por quê

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

João Carlos Barroso (1950-2019) nos anos 1970, em foto preto e branco. Ator olha para o horizonte, com as duas mãos na nuca

João Carlos Barroso (1950-2019) nos anos 1970; ator se recusou a viver um homem gay em novela

REDAÇÃO

redacao@noticiasdatv.com

Publicado em 10/3/2023 - 6h30

João Carlos Barroso foi considerado um dos principais galãs da Globo durante a década de 1970. O ator conquistou papéis de destaque nas novelas da casa, como Tavico de Estúpido Cupido (1976) e o Toninho Jiló de Roque Santeiro (1985). Uma recusa, entretanto, marcou sua passagem pela emissora: Barroso se negou a interpretar um homem gay na série Malu Mulher, que foi ao ar em 1979. Na época, sua justificativa foi não "incentivar" outras pessoas. 

No período em que o convite foi feito, o ator estava no auge da carreira, engatando uma participação na teledramaturgia seguida da outra. Em 1977, fez Locomotivas. No ano seguinte, gravou O Pulo do Gato (1978) e Pecado Rasgado (1978). Em entrevista à revista Sétimo Céu, publicada em julho de 1980, ele comentou por que não aceitou o papel: "Não topo", alegou, de forma direta. 

Na trama, Barroso faria par romântico com Kadu Moliterno. A justificativa que apresentou para a resposta negativa foi a de que seu personagem "estaria incentivando a proliferação do homossexualismo [sic] no Brasil". No período da publicação, a fala não foi debatida, uma vez que não havia representatividade de orientações sexuais diversas nas novelas --e o preconceito contra homossexuais não era sequer considerado um problema. 

Malu Mulher ganhou destaque na emissora por tratar de temas considerados espinhosos para o período. O principal deles era a emancipação feminina. A personagem principal, que nomeia a série, foi interpretada por Regina Duarte e serviu de base para tratar temas como aborto, virgindade, vida sexual feminina, prazer, divórcio e violência contra a mulher. 

Sem a presença de Barroso, entretanto, o personagem foi eliminado do roteiro, e Kadu Moliterno também foi dispensado do elenco. O primeiro beijo entre dois homens exibido na Globo só foi ao ar em Amor à Vida, no ano de 2014. Já a lei que criminaliza a homofobia no Brasil só passou a valer em junho de 2019.

Mesmo com a recusa, o ator continuou em alta e participou de Marron Glacê (1979) logo em seguida. Sua presença nas novelas só começou a ser reduzida na década seguinte, de maneira progressiva. Nos anos 2000, atuou em várias novelas, mas realizando somente participações especiais. 

Pelo público mais jovem, ficou conhecido por integrar o programa Zorra Total (1999-2015), no qual atuou de forma fixa entre 2002 e 2016. Três anos depois de deixar os estúdios, em 2019, ele morreu em função de um câncer no pâncreas. 


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