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BRIGA JUDICIAL

'Temos leis que nos protegem', diz ativista gay que denunciou Carlinhos Mendigo

REPRODUÇÃO/INSTAGRAM

Montagem de fotos com o ativista Agripino Magalhães (à esquerda) e o humorista Carlinhos Mendigo (à direita)

Agripino Magalhães (à esq.) denunciou o humorista Carlinhos Mendigo (à dir.) e foi ofendido nas redes sociais

KELLY MIYASHIRO

kelly@noticiasdatv.com

Publicado em 11/8/2020 - 13h31
Atualizado em 11/8/2020 - 14h42

Ativista pelos direitos LGBTQ+, Agripino Magalhães declarou que foi ofendido por Carlinhos Mendigo antes de denunciá-lo pelo crime de homofobia. "Mandou eu tomar no cu e falou que tinha os melhores advogados, os advogados mais tops do Brasil", revelou o suplente de deputado estadual por São Paulo ao Notícias da TV nesta terça-feira (11).

Na tarde de segunda (10), Magalhães e seus representantes legais entraram com um pedido de apuração no Ministério Público para que seja avaliada uma abertura de inquérito que investigue o ex-Pânico e o cantor Netinho da Banhia por terem feito declarações homofóbicas e transfóbicas em suas redes sociais.

O humorista fez piadas transfóbicas com Thammy Miranda, que estrelou a campanha de Dia dos Pais de uma marca de cosméticos; e o cantor deu uma entrevista ao deputado Eduardo Bolsonaro e declarou que gays pensam com o "fiofó", em referência ao ânus.

Questionado sobre ter entrado em contato com algum deles, Agripino explicou que falou com Mendigo pelo Instagram pouco antes do comediante ter tido sua conta suspensa da rede. "Falei que ia tomar providências na Justiça, mas ele simplesmente com toda arrogância dele me bloqueou", disse o político, que está disposto a ir até o fim de um possível processo. 

"Nós não vamos mais deixar isso barato, já foi o tempo da população LGBTQ+ ficar calada, nos silenciaram tanto tempo, e agora temos leis que nos protegem, ninguém está acima da lei, e vale a pena denunciar todos. Independente se é o Zé da esquina, ou o presidente da República, ou seja lá quem quer que seja. As pessoas têm que aprender a respeitar a gente", ressaltou o ativista.

Crime de homofobia

Um dos advogados que representa Agripino Magalhães e a Aliança Nacional LGBTI+, Angelo Carbone disse à reportagem que Netinho e Mendigo praticaram um crime previsto no Código Penal, o de homofobia, e quer que haja punição para servir de exemplo. 

"Quando eles falam da parte homofóbica, eles não se limitam a uma pessoa, falam de uma forma genérica, então é sobre toda a população LGBTQ+. Todo mundo acha que pode falar mal dos LGBTs e que não haverá punição, então muita gente sai por aí agredindo e matando eles", afirmou Carbone. 

"As pessoas têm que aprender de um jeito ou de outro, numa boa ou na Justiça, que somos seres humanos, que somos dignos de respeito, que pagamos nossos impostos", completou Magalhães. 

No pedido de apuração para abertura de inquérito enviado ao MP e obtido em primeira mão pelo Notícias da TV, Agripino e a Aliança pedem para que os dois denunciados tenham seus perfis no Instagram e Facebook derrubados, além de serem proibidos permanentemente de fazerem declarações referentes à comunidade LGBTQ+.

Procurado pela reportagem, Carlinhos Mendigo disse que Magalhães está brigando com uma pessoa que não existe, já que seu perfil no Instagram está fora do ar e que as reações sobre suas publicações na rede são "mania de perseguição". "Eu respeito todos os seres humanos, independente de raça, cor, credo, religião, mas eu não concordo com tudo", declarou o comediante. 

"Eu não tenho preconceito com nada. Eu não sou homofóbico, não sou transfóbico, eu respeito o ser humano, e eu procuro amar o próximo como a mim mesmo, mas não me venha cagar regra e dizer que é certo certas coisas porque não é. Eu sou cristão e dentro do cristianismo não é correto", argumentou ele, em referência a suas declarações sobre Thammy. "Se tiver processo eu vou entrar com meu advogado", concluiu o humorista.

Netinho da Bahia preferiu não se manifestar sobre as acusações de homofobia. 


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