BICHO DO MATO
Fotos: Divulgação/RecordTV
O ator André Bankoff na cena de Bicho do Mato em que Juba chega ao Rio de Janeiro
LUCIANO GUARALDO
Publicado em 28/8/2017 - 5h16
Nesta segunda (28), a Record volta a reprisar a novela Bicho do Mato, originalmente exibida em 2006. À frente do elenco está o ator André Bankoff, ex-modelo e jogador de futebol que fazia seu primeiro protagonista, como Juba, jovem criado entre os índios no Pantanal. A estreia como personagem principal não foi fácil: Bankoff foi muito cobrado para que a trama desse audiência, chegou a fazer cenas de nudez e tinha como par romântico Renata Dominguez, então casada com o diretor Edson Spinello.
"No início eu fiquei muito receoso por ter que fazer cenas mais românticas com a mulher do diretor. Mas tanto a Renata quanto o Spinello eram muito tranquilos com relação a isso, a neura era muito minha. Eu ficava pisando em ovos e eles já estavam acostumados com esse tipo de situação", lembra o ator de 35 anos.
A nudez, por outro lado, não foi tão simples: logo no primeiro capítulo, Juba nada sem roupa no Pantanal e é abordado pelos amigos índios Tiniá (Thaís Fersoza) e Irú (Raphael Viana). Uma brincadeira em que Irú atira sua lança na direção de Juba faz com que ele saia da água apenas cobrindo suas partes íntimas.
"Como ele tinha essa criação indígena, a nudez era muito natural para ele. Eu cheguei a questionar se não seria melhor o Juba nadar de cueca, mas me explicaram que, como ele montava muito a cavalo, ficaria assado se usasse a roupa molhada", diz Bankoff.
Capítulos depois, quando Juba se muda para o Rio de Janeiro, chega à praia de Ipanema e decide nadar no oceano, deixando seus trajes na areia. "Tinha uma multidão de curiosos ali, tentando acompanhar a gravação, e toda uma equipe em volta para tentar garantir minha privacidade. Eu até cheguei a gravar algumas coisas, mas quem correu pelado para o mar foi um dublê de corpo, para evitar que um paparazzo me fotografasse", explica.
Na época de Bicho do Mato, o ator tinha feito apenas participações na minissérie Mad Maria (2005) e no fracasso Bang Bang (2005), ambas na Globo. Foi para a Record já com status de galã e a pressão de carregar uma novela inteira nas costas.
"Ser um protagonista demanda muita responsabilidade. Você trabalha mais que todo mundo e é cobrado muito mais, porque é o instrumento principal dessa orquestra toda. Se algo desafina, todos olham para você em busca do erro", recorda.
André Bankoff com Renata Dominguez, que na época era casada com o diretor Edson Spinello
Apesar de tantos pontos complicados, Bankoff valoriza a experiência que teve na trama da Record. "Aprendi muito sobre como era fazer televisão, e na prática. Foi bom porque eu tinha essa inocência em comum com o Juba: ele vinha do Pantanal, sem contato com nada urbano, não tinha essa malícia. Eu cheguei do interior [ele é de Americana], estava com 24 anos, sem conhecer nada desse meio", compara.
Longe das novelas desde Babilônia (2015), o ator tem se dedicado a filmes, teatro e séries. Além de participações em Vai que Cola e Mister Brau, esteve no elenco de Tempero Secreto (2016), no GNT, Manual para se Defender de Aliens, Ninjas e Zumbis (2017), na Warner, e ainda neste ano estará em Rotas do Ódio, do Universal.
"Pude fazer quatro personagens totalmente diferentes, como um homofóbico e um maconheiro, só neste ano. A diversidade de papéis é muito grande. Se eu estivesse em uma novela, passaria um ano inteiro em um personagem só, e seria muito difícil ter papéis tão complexos", diz.
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