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INDIGNAÇÃO

Ana Maria Braga se revolta com PL do aborto e manda indireta para ator da Globo

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

Ana Maria Braga usa uma blusa rosa e está séria em frente ao cenário junino do Mais Você

Ana Maria Braga no Mais Você desta segunda (17); ela falou sobre a PL do aborto no Mais Você

REDAÇÃO

redacao@noticiasdatv.com

Publicado em 17/6/2024 - 11h33

Ana Maria Braga falou sobre o PL (Projeto de Lei) 1.904/2024 nesta segunda (17), no início do Mais Você. Além de criticar o projeto em si, a apresentadora mandou uma indireta para quem o defende, a exemplo do ator Juliano Cazarré. A veterana citou uma frase dita pelo artista no sábado (15), na qual ele dizia que as mulheres que não quisessem criar um filho decorrente de um estupro poderiam colocá-los para a adoção.

"É fácil falar, né? Pra entregar o filho pra adoção, como eu escutei ontem. 'Entrega o filho pra adoção'. Agora, eu queria saber se fosse filha de algum de vocês aí, que estão votando nesse projeto. Se fosse alguém da sua família. Sua prima, sua irmã. Se sua mulher fosse estuprada, e aí? Como é que ia fazer? Isso acontece todo dia, vai ver", revoltou-se a apresentadora.

Ela citou os números altos não só de estupro, mas de violência geral contra a mulher no Brasil. "A gente faz campanha todo dia contra esse abuso, esse poderio dos homens em cima das mulheres. Então, pense, tá? E a dor que tudo isso causa?", continuou ela.

Antes, Ana Maria relembrou as discussões sobre a proposta, que tiveram início ainda na semana passada. "A Câmara dos Deputados aprovou, com urgência, a votação de um projeto que você já deve ter ouvido falar, mas que a gente não pode ficar quieto, que equipara o aborto depois de 22 semanas de gravidez ao crime de homicídio. O Senado agendou para amanhã uma sessão para discutir esse projeto polêmico", explicou ela.

"Eu estou aqui hoje me colocando junto aos que ficaram indignados com esse completo absurdo. Isso, na verdade, é um retrocesso diante de todos os direitos conquistados a duras penas pelas mulheres, principalmente às adolescentes, às meninas em situação de vulnerabilidade social", continuou. 

Uma gravidez, gente, causada por estupro... Se você nunca sofreu, eu nunca sofri, mas coloco no lugar de quem sofreu... É um trauma irrecuperável, irreparável, o resto da vida vai ficar. Não é fácil buscar caminhos. Toma tempo, né? Muitas vezes, no país que a gente vive, leva mais do que 22 semanas, porque você não acha UPA [Unidade de Pronto Atendimento], você não acha quem faça, você não consegue achar um médico...

A apresentadora usou como exemplo a Lei Federal 13.896, de 2019, na qual exames para confirmação do diagnóstico de câncer devem ser realizados no prazo máximo de 30 dias. Segundo ela, isso não ocorre na prática. E, no caso de um aborto, a situação é ainda mais precária. 

"Onde a punição da vítima pode ser maior, é maior, do que a punição do algoz, né? Quem fez o ato, quem estuprou. A sociedade, senhores políticos, porque vocês que estão votando, então a gente está nas mãos de vocês, né? A gente espera que esse projeto não seja aprovado sem uma discussão ampla, porque ele representa uma tremenda injustiça", arrematou.

A fala vai de encontro ao que foi dito por Juliano Cazarré em sua defesa do PL. Ele declarou que "todo aborto é um assassinato de um inocente" e que até em casos de estupro, o aborto "não apaga o crime". Em seguida, o artista disse que a mulher que não quiser "criar o filho pode entregar para a adoção". "A fila de pessoas querendo adotar um bebê é bem maior do que a oferta de crianças para serem adotadas", declarou.


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