ANDRÉ TRIGUEIRO
REPRODUÇÃO/GLOBONEWS
André Trigueiro em comentário sobre PL do aborto no Estúdio i, da GloboNews, nesta quinta (13)
André Trigueiro classificou como uma "covardia regimental" a aprovação de urgência para o Projeto de Lei 1904/24, que equipara aborto de gestação acima de 22 semanas a homicídio. Em comentário no Estúdio i, da GloboNews, nesta quinta (13), o jornalista afirmou que a proposta vem para "criminalizar as vítimas" e que "se homem tivesse ventre e engravidasse de estupro, não teria o desplante de aprovar algo desse nível".
A opinião de Trigueiro se tornou um dos assuntos mais comentados do X (antigo Twitter), em que o vídeo oficial publicado pelo canal de notícias já conta com mais de 14,6 mil visualizações.
"É uma covardia. [O Legislativo] não se posicionou no momento que deveria. Houve por parte da Câmara uma covardia regimental: votar um assunto dessa importância em 24 segundos e sem debate, sem justificar o regime de urgência", iniciou.
"É uma covardia dos legisladores, porque ignora temas que deveriam ser assustados em um debate que, por mais torto ou enviesado que fosse, precisava ter lugar em uma democracia saudável", complementou.
Confira a opinião do jornalista:
Trigueiro ainda recuperou dados que foram trazidos por Luciana Temer, advogada e professora da USP (Universidade de São Paulo), sobre a violência sexual no Brasil:
Para a gente entender o fio da meada: 74% dos estupros no Brasil ocorrem com meninas abaixo dos 14 anos. Mais de 70% das violências sexuais no Brasil ocorrem dentro de casa. Delas, 44% vem de dentro de casa, por pais ou padrastos.
"Só para lembrar esse segmento que quer criminalizar de uma forma covarde vulneráveis, menores de idade que são vítimas. Porque homem não conhece. Se homem tivesse ventre e engravidasse de estupro, não teria o desplante de aprovar algo desse nível", finalizou.
Andréia Sadi concordou com Trigueiro. "Se homem no Brasil engravidasse, o aborto já estaria permitido", arrematou a apresentadora.
O projeto de lei foi proposto pelo deputado Sóstenes Cavalcante (PL/RJ) e outros 32 parlamentares. Com a aprovação do regime de urgência, ele não vai precisar passar pelas comissões da Câmara, podendo já ser votado em plenário nas próximas semanas.
Alguns deputados de oposição criticaram o fato dessa urgência ter sido aprovada simbolicamente, sem pronunciamento dos partidos. "Achamos que esse regime de urgência precisava ficar registrado, porque é um ataque muito grande às meninas brasileiras", declarou Fernanda Melchionna (PSOL/RS), em entrevista à Agência Câmara.
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