CASO DE POLÍCIA
FRANCISCO SILVA/AGNEWS
Paula von Sperling (à dir.) sai de delegacia após prestar depoimento por racismo, no último dia 15
GABRIEL VAQUER
Publicado em 8/5/2019 - 12h15
Campeã do BBB19, Paula von Sperling desabafou sobre as acusações de racismo que recebeu por causa de suas falas no reality da Globo. A bacharel em Direito disse que foi tratada como uma bandida durante o depoimento dado em 15 de abril. "Foi a primeira vez que fui para uma delegacia, e fui para lá como uma bandida", afirmou em entrevista para o programa de Otaviano Costa na Rádio Globo nesta quarta.
Paula também disse que se surpreendeu ao ser avisada pela sua irmã que era investigada pelo Decradi (Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância). Para a nova milionária, a denúncia não deverá ter maior repercussão daqui pra frente, porque o programa não está mais no ar. O inquérito está nas mãos do Ministério Público do Rio de Janeiro, que ainda não definiu se inocenta ou processa a ex-BBB.
“Quem me falou do problema foi minha irmã, Monica. E eu fiquei 'o quê?'. Não entendi nada. Eu fiquei um pouquinho preocupada, só um pouquinho. Notei que precisava corrigir um problema sério em mim, mas eu acho que isso que está acontecendo não vai dar mais tanta repercussão", opinou a mineira.
Sobre o depoimento dado no último dia 15, Paula disse que os policiais lhe trataram como uma criminosa, o que confessou ter achado um exagero. Ela também revelou que ainda não encontrou Rodrigo França fora do confinamento.
"Foi a primeira vez que fui para uma delegacia, e fui para lá como uma bandida. Eu dei meu depoimento, e enviaram a denúncia para o Ministério Público. Eu quero muito mudar, lá dentro mesmo, o Rodrigo me dava alguns toques. Eu vi que é uma coisa errada em mim, que preciso segurar muito, porque é errado falar o que falei. Até agora, não falei com Rodrigo, mas acho que não tem interesse da parte dele", completou a ex-BBB.
Paula foi indiciada em 18 de abril por preconceito e intolerância religiosa. Na nota, o Decradi disse que colheu vários depoimentos e entendeu que Paula foi intolerante com seu colega de confinamento. O processo está com o Ministério Público, que ainda vai definir se arquiva ou processa a ex-BBB.
"A Polícia Civil se pauta pelo respeito à liberdade de expressão, mas destaca que, por meio desta, não se pode violar a dignidade da pessoa humana, repudiando todo e qualquer ato ofensivo à religião, etnia, orientação sexual, procedência geográfica, etc do próximo", afirmou a Polícia Civil.
Caso o Ministério Público do Rio de Janeiro aceite a denúncia, Paula será processada criminalmente por injúria, que pode dar de um a três anos de prisão, além de multa correspondente ao crime cometido.
O problema ocorreu em 6 de fevereiro, em um papo que viralizou nas redes sociais. Paula disse ter "medo" de Rodrigo por ele falar de Oxum, orixá da beleza, do amor e da maternidade na umbanda.
"Eu tenho muito medo do Rodrigo", comentou a mineira. "Medo do quê? Acha que ele vai te mandar para o paredão?", questionou Hariany Almeida. "Não, eu tenho medo de eu pegar o líder e mandar o Rodrigo para o paredão", respondeu ela.
"Ele mexe com esses trecos aí. Ele fala o tempo todo desse negócio de Oxum deles lá, que ele conhece. Eu fico com medo disso tudo", continuou Paula. Hariany ainda tentou alertar a amiga, que não ouviu os seus conselhos.
"Mas não fala disso, não. As pessoas dessas religiões lá fora vão achar que você é preconceituosa", tentou corrigir a goiana. "Mas eu não sou, não. Nosso Deus é maior", finalizou a mineira.
Em 11 de fevereiro, o Decradi anunciou a abertura de inquérito. Dias depois, a Globo disse que o caso estava sendo analisado e que tomaria eventuais medidas se fossem necessárias, mas Paula não sofreu nenhuma sanção.
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