OPINIÃO
REPRODUÇÃO/TV GLOBO
Leidy Elin levou bronca de Tadeu Schmidt no BBB 24 por ato autorizado pela produção do reality
Mais do que a eliminação de Yasmin Brunet, a edição de terça-feira (12) do BBB 24 selou o destino de toda a temporada. A bronca que Tadeu Schmidt deu em Leidy Elin e Davi Brito por causa da briga de segunda (11) irritou a trancista, frustrou o público e contrariou até mesmo os números de audiência da Globo. Pareceu um discurso feito sob medida para os patrocinadores ficarem felizes --mas só os patrocinadores ficaram felizes.
Ao fazer o primeiro contato com os brothers na noite de paredão, Tadeu recusou as palmas com que costuma ser recebido, cruzou os braços e falou sério. "Nós chegamos no limite, né?", disparou o apresentador.
"O que a Leidy fez, de jogar as roupas do Davi na piscina, não pode se repetir. Esse tipo de exagero não pode se repetir, nós chegamos ao limite. As vinganças que o Davi ameaçou fazer poderiam passar muito do limite", alertou Schmidt, que sentenciou: "Então, chega! Basta!".
Ora, se a direção do Big Brother não queria que Leidy jogasse as roupas de Davi na piscina, por que falaram para ela que isso era permitido pelo regulamento, desde que não houvesse agressão física? Pode, mas não pode? O sermão de Tadeu soou vazio e confundiu mais do que explicou.
A própria operadora de caixa ficou sem entender nada e caiu no choro por causa da bronca. "Nunca vou fazer nada para me prejudicar. Eu quero ir embora, estou cansada disso aqui", lamentou a sister, que chegou a pedir para ir ao paredão e ser eliminada --até hoje, ela não foi votada uma única vez e bateu recorde de invencibilidade em berlindas do BBB.
No discurso/bronca, Tadeu Schmidt ainda afirmou que "esse não é o BBB que ninguém quer ver". A própria audiência da Globo mostra o contrário: com a promessa de uma treta daquelas, o reality repetiu o recorde da temporada.
O BBB anotou 23,3 pontos na Grande São Paulo, índice que não registrava desde 9 de janeiro. Esse público todo certamente não ligou a TV para assistir à saída de Yasmin da casa; o povo queria ver o barraco!
É claro que ninguém deseja que os brothers saiam no tapa, mas as regras do formato existem para lidar com possíveis agressões caso elas ocorram, não para prevenir um crime que ainda não aconteceu --se não deu certo na ficção científica Minority Report - A Nova Lei (2002), por que funcionaria no reality?
Tadeu Schmidt, Boninho e companhia precisam deixar o jogo transcorrer sem interferências. As medidas mais duras deveriam ser tomadas apenas se a briga entre Davi e Leidy resultasse em uma agressão. Foi o que ocorreu com Wanessa, afinal: a cantora passou dois meses perseguindo e causando terror psicológico no rival, mas só foi expulsa após dar um tapa na perna dele.
O sermão só serviu para desanimar o público e alimentar as teorias de conspiração de que Davi é protegido da produção do BBB e de que Tadeu foi obrigado a bancar o pai opressor para que o motorista de aplicativo não fosse expulso por se exaltar. Quem perde é o próprio reality: se o campeão já está definido um mês antes da decisão e não há sequer a perspectiva de barracos, por que continuar assistindo?
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