Globo sofre com reprises e tem pior agosto em sete anos; Record cresce

Usadas como um recurso para manter a audiência cativa das novelas no início da pandemia, as reprises renderam bons resultados para a Globo em 2020. Os índices das reapresentações, no entanto, não têm continuado altos neste ano. A líder de ibope registrou seu pior agosto desde 2014, com queda de 8% na comparação com o mesmo mês do ano passado. Já a Record, impulsionada pela inédita Gênesis, cresceu 8%.

Os dados, obtidos pelo Notícias da TV, levam em consideração a média-dia (das 7h à meia-noite) no PNT (Painel Nacional de Televisão), que indica a audiência das 15 maiores regiões metropolitanas do país.

No mês passado, a Globo marcou 14,1 de ibope nessa faixa, 1,3 ponto a menos do que os 15,4 de agosto de 2020. Os tombos mais significativos aconteceram nos períodos da tarde e da noite, ambos com diminuição de 12% --já a manhã, que tem um impacto menor na média geral por conta dos índices baixos, teve um crescimento de 16%.

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Na faixa mais nobre, das 18h à meia-noite, quando a Globo exibe seus folhetins, o Jornal Nacional, os telejornais locais e os programas pós-novela das nove, a queda foi de 23,5 para 20,6 pontos de um ano para outro.

Em agosto de 2020, a emissora ainda estava na primeira leva de reprises da quarentena, que havia começado em março no Brasil. Escalada para substituir a paralisada Amor de Mãe, Fina Estampa não só manteve a audiência como a fez crescer. Naquela ocasião, o números de televisores ligados era maior porque mais pessoas estavam em casa.

A trama sobre Pereirão (Lilia Cabral) chegou ao fim com 33,6 de média na Grande São Paulo, principal mercado publicitário do país. Como comparação, Império, que já é a terceira reprise da faixa, está com 27,0 pontos de ibope.

A novela das sete também teve uma queda significativa: se, no ano passado, Totalmente Demais chegou ao fim com 29,5 de média, a reexibição de Pega Pega está com 22,6 atualmente, o que a coloca como a trama menos vista da faixa desde 2015.

Na Grande São Paulo, a queda na média-dia de agosto do ano passado para esse foi de 16,1 para 14,3 pontos --ou seja, 11% a menos. Na média da noite, o tombo foi ainda mais considerável, com 16% a menos de audiência em 2021: de 25,3 para 21,3.

REPRODUÇÃO/RECORD

Lúcifer (Igor Rickli) em cena de Gênesis

Gênesis levanta a Record

A Globo não foi a única emissora que perdeu audiência de um ano para o outro. Com o consumo domiciliar de TVs ligadas dois pontos menor em agosto de 2021, de 46% para 44% na média-dia no PNT e na Grande São Paulo, SBT (-9%) e Band (-6%) também registraram queda em seus índices. A Record, porém, foi na contramão.

Impulsionada por Gênesis, que levantou a programação de fim de noite da emissora como um todo, e pelo último mês da reprise de Topíssima, a emissora de Edir Macedo teve um crescimento de 8% (de 5,3 para 5,7 pontos) no mercado nacional e de 10% (de 5,5 para 6,1) em São Paulo na média-dia.

Os índices da Record nas faixas da manhã e da tarde se mantiveram estáveis, mas houve um salto no período das 18h à meia-noite, com um crescimento de 26% (de 6,6 para 8,3) entre os paulistas, e de 23% (de 6,1 para 7,5) no PNT.

No ano passado, além de não ter o reality Ilha Record no fim de noite e exibir enlatados por conta da pandemia, a emissora tinha como novelas do horário nobre as reprises de Apocalipse e Jesus, que raramente passavam dos 8 pontos.