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MÉDICA EXPLICA

Vida sexual de Camila Pitanga é afetada por vaginismo; entenda a disfunção

REPRODUÇÃO/INSTAGRAM

Foto do rosto de Camila Pitanga

Camila Pitanga em foto publicada no Instagram; a atriz revelou ter sofrido com vaginismo

GABRIELA RODRIGUES

gaby@noticiasdatv.com

Publicado em 19/12/2022 - 6h20

Recentemente, Camila Pitanga revelou ter sofrido com vaginismo --condição que atrapalha a vida sexual da mulher e impede a penetração durante as relações íntimas. A disfunção pode surgir por conta de traumas e alterações hormonais. "É como se criasse uma barreira", explica a fisioterapeuta pélvica e sexóloga Débora Pádua.

Ao Notícias da TV, a especialista diz que o caso da artista é bastante comum e afeta uma em cada dez mulheres. "O vaginismo é quando a mulher não consegue permitir a penetração, seja do pênis, de aparelhos para exames ginecológicos e até mesmo, em alguns casos, do próprio dedo".

"Já a dispareunia é quando a mulher tem dor durante a penetração, podendo ser logo na entrada do pênis ou durante o intercurso sexual", acrescenta.

Débora destaca que a condição pode resultar em problemas na vida íntima. Mulheres que sofrem com a situação tendem a se sentir inseguras, depressivas e enfrentam dificuldades em seus relacionamentos. "Muitas não conseguem ter filhos e precisam de fertilização in vitro, já que o pênis não entra no canal vaginal".

O tratamento do vaginismo deve ser feito de forma multidisciplinar, ou seja, com acompanhamento psicológico e fisioterapia. Na maioria dos casos, existe uma tensão muscular que faz com que o canal vaginal fique contraído. Segundo a especialista, a fisioterapia pélvica é uma opção para tratar a condição, sendo bastante eficaz, além de ser um tratamento mais rápido.

A mulher pode desencadear a dor na relação sexual por traumas, medos, alterações hormonais, lesões provocadas por cirurgias ginecológicas e até pela radioterapia, que pode modificar a estrutura vaginal e favorecer o surgimento de pontos de dor, dificultar ou até impedir a penetração na relação sexual.

"É como se a mulher criasse uma barreira que a impede de ter a penetração total. Muitas conseguem parcialmente, e outras, nem isso. E mais: elas também não conseguem realizar exames ginecológicos. Massagem perineal, eletroestimulação, dilatadores vaginais e exercícios apropriados são indicados para tratar a condição", completa a sexóloga.

O que Camila disse?

Em entrevista ao podcast Quem Pode, Pod, Camila explicou que, até certo ponto de sua vida, não tinha o sexo como prioridade. Ela só começou a gostar de transar após tratar o vaginismo.

"Minha primavera da sexualidade foi bem mais velha. Até um certo momento, não ligava para sexo. Estaria na oitava posição de prioridades. Sexo era algo que falava do amor, mas também tinha outras maneiras de falar do amor. Eu não era a saidinha do rolê e só fui transar com 19 anos. Tive um longo período de frustração porque queria penetração e não rolava", contou.

Ela, então, explicou que a condição surgiu quando ela tinha 12 anos, pouco tempo depois de ela se consultar com um médico ginecologista. "Para mim, fazer toque não era problema nenhum. Só que eu era virgem, e ele me meteu um bico de pato [para me examinar]. Jamais ele poderia ter feito isso".

Eu só entendi isso muitos anos depois. Eu credencio meu vaginismo a essa experiência, que fez eu ter uma memória na vagina de prisão, de medo. Considero isso uma violência, só que não tinha cunho sexual. Não senti esse tipo de invasão, mas me marcou por anos. Sorte que tive ótimos parceiros e fui aprendendo a relaxar. Talvez por isso minha sexualidade não estava no meu campo de prioridade. Hoje eu não vivo sem.

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