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ANÁLISE

Vai na Fé: Por que novela das sete é um marco para a sexualidade das minorias?

Reprodução/TV Globo

Priscila Sztejnman e Regiane Alves seguram suas mãos em cena de Vai na Fé

Priscila Sztejnman e Regiane Alves terão cena de beijo no capítulo deste sábado (29) de Vai na Fé

FERNANDA CASSIM

fer_trc_@hotmail.com

Publicado em 29/4/2023 - 6h30

O capítulo de Vai na Fé deste sábado (29) vai mostrar um daqueles momentos que entram para a história da TV: as amigas Clara (Regiane Alves) e Helena (Priscila Sztejnman) vão se beijar. É mais um passo da novela das sete da Globo para retratar a sexualidade das minorias --há menos de duas semanas, a trama de Rosane Svartman já tinha exibido um selinho entre Vini (Guthierry Sotero) e Yuri (Jean Paulo Campos).

Beijos entre mulheres nas novelas brasileiras sempre levantaram discussões. As cenas de homofobia contra Clara (Alinne Moraes) e Rafaela (Paula Picarelli) em Mulheres Apaixonadas (2003) despertaram angústia e fizeram o público esperar ansiosamente pelo momento em que as duas pudessem expor o seu amor --mesmo que de maneira contida, com uma bitoca durante uma cena teatral ao final da trama.

E quem não se lembra de Jenifer (Bárbara Borges) e Eleonora (Mylla Christie), casal que enfrentou empecilhos para se assumir em Senhora do Destino (2004)? Dez anos depois, o Brasil pôde acompanhar a formação de um casal lésbico na novela Em Família (2014), quando Manoel Carlos juntou Clara (Giovanna Antonelli) e Marina (Tainá Müller) em um romance que colocava em cena também uma figura masculina, Cadu (Reynaldo Gianecchini).

Agora, Vai na Fé vai explorar um novo aspecto da sexualidade. Clara e Helena vão sair juntas para se divertir e serão incomodadas por rapazes que tentam se aproximar. Diante da insistência deles, as personagens de Regiane Alves e Priscila Sztejnman acabarão se irritando, e Clara afirmará que as duas são um casal. A cena continuará com um beijo inesperado dado pela mulher de Theo (Emilio Dantas) em sua personal, que será pega de surpresa.

Essa história não é tão incomum. Na vida real, muitas mulheres recorrem à invenção de namoros que não existem e relacionamentos fictícios para fugir do assédio masculino. Se a arte imita a vida, o folhetim de Rosane Svartman vai mostrar como muitos homens ainda não compreendem o respeito ao espaço das mulheres, cujo "não" deve ser escutado --independentemente de seu estado civil.

Esse e outros temas urgentes fazem o público embarcar nas cenas de Vai na Fé. A representatividade da novela protagonizada por Sheron Menezzes tem conquistado os brasileiros. Com a maioria do elenco negro, a trama aborda pautas polêmicas e necessárias, como relacionamentos abusivos, machismo, racismo, homofobia e religião.

Na cena de Clara e Helena, a descoberta sexual ainda entra em jogo, pois é de uma maneira inesperada que o desejo surge como faísca entre as personagens. Se hoje as minorias povoam as telas e agradam ao púbico, podemos contar com mais liberdade e igualdade também na vida real.

Com afeto, respeito e representatividade, o roteiro de Vai na Fé surpreende e promete seguir por caminhos da compreensão da sexualidade entre pessoas de diferentes etnias, orientações sexuais, identidades, gêneros e credos.


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