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EXCESSO DE TRABALHO

Por que Yudi foi internado? Especialista explica riscos e sintomas do burnout

REPRODUÇÃO/INSTAGRAM

Foto de Yudi Tamashiro

Yudi Tamashiro em registro no Instagram; apresentador precisou ser hospitalizado às pressas

GABRIELA RODRIGUES

gaby@noticiasdatv.com

Publicado em 27/5/2023 - 6h30

Yudi Tamashiro foi diagnosticado com síndrome de burnout após ser internado às pressas. O apresentador sentiu formigamentos e boca seca por conta do excesso de trabalho. Ronaldo Coelho, psicólogo e psicanalista, explica que a condição pode se apresentar por meio de outros sintomas e causar riscos mais severos à saúde. "Muitas vezes, a pessoa não percebe que o sofrimento e o adoecimento têm relação com o trabalho", alerta.

Ao Notícias da TV, o especialista destaca que para o paciente ser enquadrado no diagnóstico de burnout, ele precisa estar enfrentando questões que estejam ligadas ao desgaste no ambiente profissional.

"Essa condição implica em um adoecimento em que a causa é, antes de tudo, ocupacional. É isso que a diferencia de qualquer outro tipo de adoecimento. Neste sentido, tende a se iniciar com a evitação exacerbada das tarefas, a desmotivação incomum para a execução ou para o relacionamento interpessoal com os demais colegas".

Esses sintomas levam até o esgotamento em si, quando a pessoa realmente não consegue mais ir ao trabalho ou desenvolver qualquer tarefa, mesmo que de casa. No caso de insistência, outros sintomas físicos e psicológicos podem surgir.

A exaustão causada pelo excesso de trabalho pode, inclusive, impulsionar o aparecimento ou agravamento de outras doenças. "O estresse crônico é o maior vilão para o desenvolvimento de doenças de toda ordem. E, em caso de já haver alguma doença estabelecida ou alguma propensão, ele contribuirá significativamente."

Coelho explica ainda que muitos profissionais demoram a encarar a sobrecarga de trabalho como fato negativo em suas vidas. Muitos só se atentam aos danos quando precisam passar por um afastamento, por exemplo. "Muitas vezes, a pessoa não percebe que o sofrimento e adoecimento têm relação com o trabalho, mas, quando é afastada ou entra de férias, ela melhora, os sintomas diminuem."

"Por esse motivo, sempre que o trabalho estiver muito penoso, a produtividade tiver caído consideravelmente ou for notada uma evitação incomum em relação ao trabalho, ou ao relacionamento com colegas ou clientes, esse já pode ser um sinal de alerta importante a ser considerado", alerta.

Tratamento

Após ser hospitalizado, Yudi recebeu alta e passará um tempo longe das redes sociais e das questões que envolvem trabalho. O descanso, segundo o psicólogo, é essencial, mas ainda é necessário buscar ajuda profissional.

"O tratamento sempre é feito com acompanhamento psiquiátrico [medicamentoso e psicoterapia]. Nos casos mais graves, é necessário o afastamento profissional imediato."

Vale dizer que a experiência clínica mostra que esse é um tipo de adoecimento que obedece a uma espécie de progressão geométrica. Ele começa devagar e evolui pouco a pouco, mas, depois de instalado, cada dia de trabalho significa um desgaste tão grande que pode significar muito tempo de recuperação.

Para o psicólogo, além de tratar os sintomas do burnout, é importante também conscientizar a sociedade e as empresas sobre a necessidade de se olhar para o problema. "Como a causa está na maneira que o trabalhador é obrigado a trabalhar, a prevenção recai, novamente, em se pensar no que a empresa exige de seus funcionários, qual clima organizacional ela institui, como cobra e o quanto de autonomia dá a seus colaboradores."

"Algumas pessoas não conseguem voltar nunca mais a trabalhar na profissão à qual tanto se dedicaram para se formar e se especializar. É um assunto tão sério e que realmente precisa ser levado ao conhecimento de toda a população", finaliza o especialista.

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