HATERS EM AÇÃO
REPRODUÇÃO/TV GLOBO
Tadeu Schmidt em seu último Fantástico; no BBB22, ele estará mais suscetível aos haters
O BBB22 ainda nem começou de fato, mas eles já estão a postos: os fãs do programa, ávidos para comentarem nas redes sociais cada detalhe da casa mais vigiada do Brasil. Alguns destes telespectadores, no entanto, perdem a mão, pegam pesado nas críticas e disseminam ódio. Por isso, são chamados de haters (odiadores, em tradução livre). Tadeu Schmidt voltou a fazer uso de uma rede social para acompanhar os comentários sobre o reality, mas com isso coloca sua saúde mental em sério risco.
No último dia 7, Schmidt fez um post no Twitter em que disse apenas "Voltei". É lá que os comentários em tempo real acontecem em enorme velocidade e volume, em que os fã-clubes e torcidas se unem para defender seus queridinhos e também onde haters se sentem livres para detonar participantes do BBB, apresentadores ou emissoras (ou todos ao mesmo tempo).
Assim que anunciou seu retorno, Schmidt já foi alertado por usuários do site de que aquele ambiente é tóxico e que ele deveria sair dali antes de se contaminar. Ex-apresentador do BBB, Tiago Leifert abandonou a rede social justamente por não aguentar a quantidade de ataques e críticas que recebia lá por sua atuação no programa.
Até o momento, Schmidt tem relativamente poucos seguidores (140 mil, muito menos do que os 4,5 milhões de Juliette Freire ou os 13,6 milhões de Marcos Mion, por exemplo) e tem recebido mais elogios do que críticas dos usuários. Mas ele já começou a se tornar alvo de algumas pessoas. Sobrou até para seu cabelo grisalho.
pela lista já da pra vê que será um bbb péssimo. Ainda mais com Tadeu Schmidt, tem td pra ser horrível
— mayra | Shinzo wo Sasageyo! (@chillinbeats) January 2, 2022
Já tinha decidido q não iria ver esse ano pq acabo me envolvendo e dessa vez quero gasta meu tempo com outras coisas
Mas agora com a lista msm se não fosse por isso eu ñ veria
Do nada o @tadeuschmidt ficou velho com o cabelo grisalho, por favor gente não usem cabelo cinza, vocês ainda são jovensssss, isso é uma dica para o Marcos Mion , Luciano Huck, pintem esses cabelo pufavorr
— Joannes (@joaonoonan) January 8, 2022
A Globo tem o MION mas coloca Tadeu Schmidt que não consegue emplacar nem os cavalinhos no Fantástico para apresentar o BBB https://t.co/5Z0gydfP0T
— vic ✨ (@borboletando) (@victoriakavic) September 13, 2021
O Tadeu Schmidt não tem o menor carisma ou jeito pro BBB. Puta cagada da Globo, tendo o Mion disponível.
— Paulo (@pauloap) October 11, 2021
É a maldita mania de querer enfiar cada vez mais politização em tudo, a emissora falou que cada vez mais o programa se foca em assuntos sociais, por isso um jornalista.
O psicólogo Gabriel Tavares acompanha o fluxo do Twitter e é especializado em transtornos de ansiedade: ele atende atletas de e-sports, influenciadores e streamers --pessoas que passam muito tempo no ambiente de redes sociais e frequentemente são alvos de haters. Segundo ele, os usuários que fazem comentários odiosos têm uma sensação de falsa segurança, de que não serão punidos por falarem o que quiserem.
"Há a sensação da detenção de poder, de ser inalcançável, inacessível, pelo simples fato de estar em um ambiente online, por trás da tela de um computador/celular. A sensação de segurança eleva a coragem das pessoas de cometerem atos que muito provavelmente não cometeriam no mundo real, em frente às pessoas", opina ele.
O profissional afirma que as palavras podem ter forte poder na vida de uma pessoa. Aquilo que o hater escreve achando que seu alvo não se incomodará pode gerar efeitos bastante preocupantes.
"Em grande parte das vezes, o hate afeta as pessoas que são vítimas desse ódio gratuito. Temos que entender que somos indivíduos únicos, cada um com sua história de vida, com seus traumas, que por vezes demoraram anos para serem curados, alguns nem foram cicatrizadas", contextualiza Tavares.
"O hate é um potencializador desses traumas, é mais uma pessoa desconhecida apontando coisas sobre você, de forma agressiva, muitas vezes coisas que possivelmente mexem contigo. Um hate pode, sim, fazer a pessoa desenvolver patologias, relembrar/desenvolver traumas e muitas vezes jogar a pessoa para uma depressão ou provocar sintomas de ansiedade", afirma ele.
O que Tadeu Schmidt pode fazer, então, para não ser afetado pelos carrascos das redes sociais, já que deixar esse ambiente não parece ser a intenção dele no momento?
Segundo o psicólogo, cada pessoa reage de uma forma às críticas e/ou aos ataques: há quem tenha mais resiliência, quem não ligue pois já se acostumou e quem fique muito abalado. O ideal é que quem está em maior evidência trabalhe bem a autoconfiança, o autoconhecimento e o amor próprio para não se deixar levar pelo ódio alheio.
"O trabalho do autoconhecimento é indispensável; conhecer a si mesmo, seus limites, seus gostos, entrar em contato consigo para conhecer a verdade, quem de fato é. A terapia é um ótimo caminho. É conhecendo e respeitando a si mesmo que os comentários maldosos deixam de ter tanto poder. Pessoas ruins sempre irão existir, as críticas possivelmente nunca deixarão de existir, mas podemos trabalhar para que o impacto delas seja insignificante perto da pessoa que você escolheu ser", aconselha o psicólogo.
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