PSICOLOGIA EXPLICA
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Evandro e Ariela em Casamento às Cegas 4; relações da temporada podem não dar certo por desgaste
A quarta temporada de Casamento às Cegas trouxe ao público a impressão de que poucos serão os casais que realmente vão triunfar no relacionamento dessa vez. Nos oito primeiros episódios disponibilizados no streaming até agora, foi possível perceber que mágoas passadas rodeiam boa parte dos participantes --o que pode ser um empecilho na hora de dizer "sim" no altar.
Desta vez, a Netflix apostou em pessoas divorciadas ou separadas, que já tiveram relacionamentos longos e frustrados, para buscarem uma segunda chance no amor. No entanto, para o psicólogo Alexandre Bez, não adianta tentar se aventurar em um novo relacionamento se seu desenvolvimento emocional não foi fortalecido após os traumas de uma relação anterior.
"As pessoas que participam desse tipo de reality precisam de um emocional bem fortalecido de um modo geral. Se conhecendo a pessoa, o casamento já não se faz fácil, imagina então em uma situação de casamento às cegas?", comenta o especialista em entrevista ao Notícias da TV.
"Especificamente nesta edição, em que os participantes já passaram por uma separação ou divórcio, eles apresentam uma sintomatologia que podemos denominar de Emocional Esgotamento Relacional --que provavelmente foi a chave para se candidatar a essa aventura às cegas", explica Bez.
O psicólogo, que é especialista em relacionamentos pela Universidade de Miami (UM), afirma que o desgaste emocional pode criar nos participantes uma expectativa diferenciada, e alerta que é preciso ter cuidado tanto com a ansiedade quanto com a fantasia criada em cima de um desconhecido.
"Saber dialogar com a própria fascinação se fará inerente, o autocontrole será um componente imprescindível para lidar com as imprecisões que esse tipo de jogo conjugal leva, fazendo com que o participante possa ter ou não as lacunas --que o levou a participar desse programa-- preenchidas, através da sua percepção e sensibilidade", declara ele.
Um dos principais exemplos é o primeiro casal que se separou antes mesmo de chegar ao casamento: Evandro e Ariela. O temperamento da diretora de eventos pegou os telespectadores de surpresa, e ela confessou que entrou no programa permeada por traumas com traições e mentiras.
Após sua participação em Casamento às Cegas, Ariela procurou terapia psicológica para trabalhar esses pontos negativos em sua saúde mental. Ela, inclusive, declarou que o programa foi difícil por vários motivos.
"Teve muito mais do que vimos hoje e faz dias que queria me abrir para vocês, pois tudo aconteceu no passado e não vou passar pano para absolutamente nada. Casamento às Cegas é um programa para encontrar e se apaixonar por alguém, e não uma oportunidade. Para alguns até pode ser, mas para mim não foi", afirmou em suas redes sociais.
Segundo o especialista Alexandre Bez, os participantes têm perfis bem parecidos, com uma espécie de espírito de aventura inerente, mas isso pode ser prejudicial no futuro.
"Existe uma espécie de 'fenda mental conjugal', a qual os participantes desse tipo de reality sentem e assim esperam preenchê-la, principalmente por acreditar que as frustrações e/ou decepções de um nada frutífero passado amoroso possam ser sanadas, além de pensarem que podem se divertir durante o processo", explica.
"Tanto o confinamento como a carência de informações também devem impulsionar mentalmente a curiosidade aliada à aventura que esse programa acarreta psicologicamente. Essa motivação auxilia para que o cérebro possa absorver os melhores estímulos e que as interpretações pessoais a respeito da outra pessoa não sejam equivocadas", acrescenta.
A dica para aqueles que se aventuram em um reality como o Casamento às Cegas é confiar na intuição e fortalecer ao máximo o lado psicológico antes de topar uma aventura como essas.
"A intuição psicológica em um encontro às cegas dessa natureza é fundamentalmente importante, pincipalmente para desviar das ambiguidades que se farão, pela questão do anonimato visual. É justamente essa intuição que irá influenciar, barrando ou consentindo as decisões tomadas nessa configuração televisiva", finaliza ele.
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