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EX-MALHAÇÃO

Ator trans, Benjamín aceita o próprio corpo mas não descarta cirurgia

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

O ator Benjamín em foto publicada no Instagram

Benjamín em foto publicada no Instagram; ator busca ressignificar o senso comum sobre transexualidade

KELLY MIYASHIRO

kelly@noticiasdatv.com

Publicado em 7/10/2020 - 6h50

Após se assumir um homem transexual, o ex-Malhação Benjamín, que antes se apresentava como Beatriz Damini, declarou aceitar o corpo biológico em que nasceu. Entretanto, ao Notícias da TV, ele explica que ainda não descartou uma cirurgia de redesignação de sexo, enquanto busca ressignificar o olhar generalizado a respeito da classe trans.

"Existe mesmo esse senso comum de que para ser trans precisa sentir que nasceu no corpo errado, que precisa ter uma relação negativa com o próprio corpo e que a transição física só se justificaria se o argumento fosse esse, mas isso não é uma verdade universal", começa ele.

"Por exemplo, eu me amar e me aceitar como eu sou não me faz menos trans. E também não exclui a possibilidade da transição física [no futuro]. Se amar e se aceitar e transicionar fisicamente não são opostos. São complementos. E é importante dizer que nem todas as pessoas trans querem fazer a transição física", ressalta o artista. 

Para se fazer uma transição de gênero, a pessoa pode aderir a um tratamento hormonal para iniciar o processo de mudança no corpo físico --uma mulher trans, por exemplo, toma remédios específicos para que os seios cresçam.

Já para a redesignação de sexo, é necessário realizar cirurgias invasivas, para retirada do útero e seios (mamoplastia) ou até transformação de um pênis em vagina, em que a glande se torna um clitóris. 

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"Seja o tratamento hormonal ou procedimentos cirúrgicos, às vezes a pessoa trans pode fazer só a hormonoterapia, às vezes só a cirurgia, às vezes nenhum dos dois. Não existe uma regra, e não optar pela transição física não te faz menos trans", complementa Benjamín, que ressalta a falta de acessibilidade à mesa de operação.

"Não são procedimentos tão acessíveis quanto a gente pensa. Por exemplo, para fazer uma mamoplastia masculinizadora pelo SUS [Sistema Único de Saúde] tem uma fila de espera de mais de cinco anos. Então, é imprenscindível a gente ressignificar a relação negativa com o próprio corpo como um requisito para ser trans", diz.

"Porque essa cobrança da cisnormatividade já custou muitas vidas trans", justifica o músico, em referência às pessoas que já tiraram a própria vida devido à cobrança do sistema social.

reprodução/tv globo

Martinha (Benjamín) em cena de Malhação 

Na época em que interpretava a vilã Martinha em Malhação - Toda Forma de Amar, exibida entre 2019 e 2020, Benjamín ainda se apresentava como Beatriz. Inclusive, a novela foi importante no processo de aceitação como um homem trans, assim como a recepção tranquila da família. 

"A gente já conversava sobre gênero e sexualidade, eu sempre gostei muito de compartilhar os meus conhecimentos com os meus pais, e eles sempre gostaram muito de ouvir. Quando eu me entendi trans, eu tive uma conversa ótima, eles me acolheram de uma maneira surreal, e eu sou muitíssimo grato por ter uma família que me ama, me respeita e me acolhe", comemora ele. 

Fora da TV desde o fim da temporada da novela teen escrita por Emanuel Jacobina, Benjamín vem focando na música e se prepara para lançar um projeto musical pela Sony Music, Gela. 

"Gela é a primeira de muitas músicas sobre o meu último relacionamento, fala sobre o primeiro encontro com aquela que a gente sabe que não vai dar certo, mas insiste mesmo assim", adianta.

"O tema é romântico, a letra entra nesse movimento da sofrência, mas num lugar de ressignificação do sofrimento. Tanto que é uma música agitada e dançante. Estou bem feliz com o resultado", finaliza. 


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