Pouco entretenimento, muita violência: Por que é tão difícil assistir a A Fazenda 14?

A Fazenda 14 se tornou um programa difícil de digerir. Ameaças e ofensas violentas tomaram conta do conteúdo nas últimas semanas, sem falar sobre o desrespeito dos participantes com Adriane Galisteu, que mal consegue se comunicar com eles durante os programas ao vivo em meio a tanta gritaria.

Ao contrário das edições anteriores, a baixaria não está nada saudável. Não tem gritaria por doce de leite, não tem choro de TPM, e a jaqueta de Rico Melquiades, que foi rasgada a facadas no ano passado, não passa nem perto de ser algo grave diante dos acontecimentos da nova temporada.

O clima ficou ainda mais tenso a partir do momento em que Thomaz Costa decidiu trocar de lado e abandonar o grupo de Deolane Bezerra. A rivalidade tomou conta da casa, e o ator passou a ser ameaçado e ofendido com frequência, até que ele tomou vários remédios e precisou de atendimento médico e psicológico.

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Mesmo antes do incidente grave com o ex-Carrossel, as coisas já estavam tensas. Shayan Haghbin sofreu preconceito por ser iraniano e teve que ouvir coisas do tipo "aprende a falar português" e "volta para o seu país, filho da puta". A situação foi tão feia que até mesmo Ana Prado, ex-noiva dele, saiu em sua defesa.

Entre as ameaças que Shayan e Thomaz sofreram por parte do grupo de Deolane, estão coisas que passam por queimadura com bituca de cigarro, conspiração para agressão na última festa --que não vai mais gerar expulsão-- e ameaça com arma de fogo do lado de fora.

Além disso, Bia Miranda e Tiago Ramos também já declararam algumas vezes que tiveram vontade de "matar" outros participantes "na porrada", como Tati Zaqui e o próprio Shayan.

Pautas banalizadas

Além das ameaças e palavrões, o reality rural também ficou pesado com tantas acusações de machismo e homofobia --que nem sempre aconteceram. Shayan foi acusado por Bia e Pétala Barreiros de ficar olhando para os corpos delas enquanto tomavam banho, algo que as câmeras não captaram. 

Vini Buttel chamou Alex Gallete, que é homossexual, de "gazela" e criticou as roupas usadas por Deborah Albuquerque, mas seu grupo fez vista grossa. Da mesma forma, os rivais disseram coisas pesadas sobre as crises do ex-padrasto de Neymar, em tom de deboche, e não foram advertidos pelos colegas que estavam ouvindo. 

Em resumo, os grupos trocam acusações de coisas que eles mesmos fazem, mas passam pano. Na maioria das vezes, usam o tempo de programa ao vivo para isso, soltando um monte de palavrões e fazendo com que Galisteu perca o controle das formações de roça.

A falta de entretenimento fez com que a audiência do reality rural caísse --na última semana, chegou apenas a 7,0 pontos, a pior média da história do programa. Pressionada pelos patrocinadores, a produção decidiu tomar providências e cancelou a festa de sexta (14) para evitar maiores estragos.

A equipe já havia interferido algumas vezes para evitar agressões físicas, principalmente entre Tiago e Shayan. Os participantes também chegaram a quebrar objetos dentro da sede e foram punidos por isso.

Em meio a eleições tão pluralizadas, o confinamento rural se tornou um espelho da divisão do país em vez de servir como um momento de diversão para o telespectador.

O período eleitoral, inclusive, já serviu mais entretenimento do que A Fazenda, que sequer gerou memes ou figurinhas de WhatsApp este ano --ao contrário dos debates políticos na televisão. Aos brasileiros só resta torcer pelo hexa na Copa do Catar, que acontece a partir de novembro.

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