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Deolane Bezerra em A Fazenda 14; advogada pediu para sair na reta final do reality show
Os últimos acontecimentos de A Fazenda 14 evidenciam algo que tem se tornado frequente nos reality shows: a desistência. Apesar das multas de contrato em caso de saída voluntária, os participantes têm preferido deixar de lado a briga por R$ 1,5 milhão. O valor parece não ser mais o suficiente para suportar tanta exposição.
Apesar da desvalorização do prêmio, que há anos não é atualizado de acordo com a inflação, os motivos que levam os confinados a optarem pelo desligamento vão além. Participar de um reality deixou de ser sobre o prêmio a partir do momento em que as redes sociais se tornaram parte essencial do show.
Ninguém mais precisa chegar à final para faturar R$ 1,5 milhão, basta ter engajamento suficiente nas redes sociais. "É como se eles [participantes] pensassem: 'Eu já ganhei alguma visibilidade'. De toda maneira, ao sair, ele vira notícia", explica o psicanalista Pedro de Santi.
Ou seja, quando o confinado se sente mentalmente exausto ou percebe que não tem mais motivos para estar ali, principalmente pela dificuldade na convivência, não existe tanto prejuízo na decisão de desistir.
Em A Fazenda, pelo menos oito participantes cogitaram bater o sino por não aguentarem mais o ambiente caótico: Bárbara Borges, Ruivinha de Marte, Pelé Milflows, Thomaz Costa, Bia Miranda, Pétala Barreiros, Deolane Bezerra e Ellen Cardoso, a Moranguinho. A advogada e a empresária, inclusive, desistiram, enquanto o ator ficou feliz em ser eliminado.
A baixaria este ano atingiu um nível "subterrâneo" com a quantidade de ameaças violentas e agressões verbais gratuitas --ocorreram duas expulsões por agressão física. "A gente passou a conviver muito online, é muito mais difícil a gente aguentar a presença física um do outro, sobretudo nos últimos quatro anos", analisa Santi.
De acordo com o psicanalista, discursos violentos passaram a ser normalizados nos últimos anos. Ele cita como um dos motivos as diversas declarações agressivas do presidente Jair Bolsonaro. "A agressividade tem sido mais aceita, a gente tem convivido mais com palavras de raiva. É claro que isso tem a ver com o governo", acredita ele.
Mas mesmo que a violência tenha sido "normalizada", existem pessoas que não se adaptaram ao discurso de ódio. "Se junta gente mais agressiva com gente menos acostumada a conviver, dá pra entender que todo mundo queira se autocancelar", explicou Pedro.
O único jeito de tentar segurar os participantes, então, é por meio de um contrato rígido, com uma multa muito alta --a neta de Gretchen, por exemplo, só seguiu confinada por não ter como arcar com a dívida, algo que a própria produção do programa teria jogado na cara dela.
"Está previsto nas possibilidades de contrato que quando a pessoa sai, ela está abrindo mão de alguma coisa. Mas pelo jeito, vale mais a pena sair do que ficar", avalia o psicanalista.
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